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Carina Meireles
Carina Meireles, especialista em Finanças Pessoais e Empresariais (Fonte Divulgação)

“É cada vez mais importante sabermos onde, como e porquê gastamos o dinheiro” – Carina Meireles

Por: Ana Vieira

Filha de professores, Carina Meireles, especialista em Finanças Pessoais e Empresariais, assume o fascínio pelo dinheiro desde criança. Em entrevista à PME Magazine, não tem dúvidas que “com conhecimentos teóricos, práticos e técnicos”, famílias e empresas poderiam melhorar as suas finanças.

Com uma experiência profissional de mais de 20 anos na banca, e com um MBA em Marketing e Direção Comercial, o livro “Como Sair do Sufoco Financeiro”, de Carina Meireles, é um guia prático, composto por 52 desafios, que prometem “ajudar a transformar a relação com o dinheiro, rumo à estabilidade financeira”.


PME Magazine (PME Mag.) – Como surgiu a ideia de lançar um guia prático para ajudar as finanças
dos portugueses?
Carina Meireles (C. M.) – A ideia surgiu de um dos objetivos que defini para este ano, porque já trabalho nesta área há mais de 20 anos, com a minha experiência na banca e depois com o lançamento do meu negócio onde dou mentorias e consultorias, formações a particulares e empresas.

Sempre quis lançar um livro mas que fosse diferente de tudo o que já podemos encontrar no mercado. É um livro prático, que convida os leitores a fazer os desafios como se de um “jogo” se tratasse, porque falar de finanças deve ser numa linguagem fácil de entender e com muita prática.

Muitas pessoas enfrentam desafios financeiros devido à falta de literacia financeira sobre a organização, gestão de dinheiro e investimentos e com o meu livro cada semana é uma etapa que deve ser trabalhada com calma, onde durante um ano pode ir fazendo os desafios, porque este livro não é para ler a correr nem ter pressa de avançar. Cada semana com o seu tempo de forma a poder chegar ao fim dos 52 desafios com resultados práticos alcançados.


PME Mag. – Podemos conhecer dois desafios para deixar de viver de salário em salário?
C. M. – Sim, todos eles são todos importantes, mas se tivesse que destacar dois, começaria pelo início, criar um orçamento detalhado. É cada vez mais importante sabermos onde, como e porquê gastamos o nosso dinheiro e o meu livro trabalha de forma prática com o leitor também esta parte.

O segundo eu diria mudar o mindset financeiro, porque não adianta dizermos que não conseguimos poupar se não sabemos onde gastamos o dinheiro. A gestão eficaz das finanças pessoais envolve aprendermos que podemos e devemos mudar mentalidades, para sabermos como fazer diferente e melhor, adotando práticas financeiras saudáveis para alcançar objetivos financeiros a longo prazo.

 

PME Mag. – Que tipo de relação têm os portugueses com o dinheiro?
C. M. – A relação dos portugueses com o dinheiro pode variar de pessoa para pessoa, mas há algumas características culturais, por exemplo, que moldam essa relação. Falar de dinheiro em Portugal ainda é algo que evitamos fazer, porque achamos que é um tabu. Um dos fatores que influencia a relação com o dinheiro é o nosso mindset associado a este tema como referi anteriormente, porque somos uma cultura conservadora.

Um outro fator também está relacionado com a falta de literacia financeira, que continua a existir e que desempenha um papel importante na relação das pessoas com o dinheiro. Por isso é necessário fazermos mais e o meu livro é uma ajuda para começar, porque depende de cada um. Não esquecendo uma aposta em programas educacionais que devem estar presentes em todas as escolas desde cedo, para que as crianças se tornem adultos mais responsáveis.


PME Mag. – O que é e como se chega a um patamar de estabilidade financeira?
C. M. – A estabilidade financeira refere-se a uma situação em que uma pessoa, família ou organização tem o controlo exato das suas finanças, conseguindo, dessa forma, atender às suas necessidades como por exemplo, enfrentar imprevistos sem depender diretamente de crédito ou enfrentar dificuldades financeiras significativas.

Para conseguirmos alcançar a estabilidade financeira temos que considerar alguns fatores chave, como por exemplo:

– Ter e acompanhar um orçamento, categorizando as despesas e identificando fontes de renda.
– Conseguir desenvolver o hábito de economizar regularmente e poder dessa forma ter um Fundo de Emergência como um dos fatores chave de uma boa gestão financeira.
– Adotar estratégias de investimento para ser possível colocar o dinheiro a trabalhar para nós, aumentando o património ao longo do tempo.
– Gerir e reduzir gradualmente as dívidas caso existam, evitando a acumulação de novas dívidas.
– Aumentar o conhecimento sobre finanças pessoais para ajudar a tomar decisões mais informadas.


PME Mag. – Os salários dos portugueses são maioritariamente baixos ou é a falta de literacia financeira que dificulta a gestão orçamental das famílias?
C. M. – A situação financeira dos portugueses pode ser influenciada por vários fatores, incluindo salários, custo de vida e níveis de literacia financeira. Enquanto os salários podem variar, a falta de literacia financeira pode ser um desafio significativo para muitas famílias e que é cada vez mais necessário. A educação financeira é crucial para ajudar as pessoas a saberem como gerir mais e melhor seu dinheiro, ajudando desta forma a ter escolhas financeiras mais informadas e a construir um futuro financeiro
mais sólido.