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Ana Correia, diretora de RH da Zuhlke (Foto: Divulgação)

“É na inclusão que encontramos caminho para continuar a inovar” – Ana Correia

Por: Eduarda Coelho

A Zühlke, empresa de consultoria na área tecnológica, destaca-se pela promoção de diversidade e inclusão, tanto nas suas práticas e políticas internas, bem como na contratação de colaboradores, contando com equipas multidisciplinares e multinacionais distribuídas pelos seus 17 escritórios, entre Europa e Ásia. Em entrevista à PME Magazine, Ana Correia, diretora de recursos humanos da Zühlke, expõe as políticas de diversidade e inclusão integradas nas atividades da empresa, e explica de que forma estas contribuem para o acréscimo de valor aos colaboradores, crescimento no mercado, entre outras vantagens. 

PME Magazine – Para quem não conhece, o que é a Zühlke?  

Ana Correia – A Zühlke é uma empresa de consultoria na área tecnológica e está presente no mercado há mais de cinco décadas, com equipas multidisciplinares e multinacionais distribuídas por 17 escritórios, onde se incluem três centros globais de engenharia, entre a Europa e a Ásia. Com clientes em setores distintos, da banca à saúde, passando pelo consumo ou telecomunicações, desenvolvemos projetos desde uma fase inicial de estratégia até à implementação e produção das soluções, produtos ou serviços mais inovadores. 

PME Mag. – Que políticas de diversidade e inclusão guiam o vosso trabalho?  

A. C. – As equipas da Zühlke colaboram em estreita relação e entre países, acrescentando valor pelo seu carácter multidisciplinar e multicultural. Por isso, ter um mindset orientado por e para as pessoas é fundamental para trabalhar em projetos de grande dimensão e à escala internacional, como os que desenvolvemos na Zühlke. Queremos potenciar os resultados com os melhores profissionais para cada desafio, pelo que a nossa estratégia passa por valorizar cada pessoa, os seus conhecimentos e a sua personalidade. Com soluções desenvolvidas por colaboradores em diferentes pontos geográficos e por especialistas com diferentes backgrounds, géneros, idades, credos ou nacionalidades, apostamos em construir uma cultura que valorize a diversidade e inclusão de todos os especialistas, com vista a um ambiente positivo, de aprendizagem e orientado para resultados inovadores. Para implementarmos esta cultura orientada para a diversidade e inclusão promovemos medidas ao nível interno e ao nível dos players com que trabalhamos. Por um lado, guiamo-nos por quotas para garantir acesso às oportunidades de todos, incluindo minorias; estabelecemos um limite de 70% de profissionais para qualquer faixa etária, género ou nacionalidade de modo a promovermos diversidade; desenvolvemos abordagens para enfrentar preconceitos inconscientes entre os responsáveis pelo processo de recrutamento; e organizamos assessments para avaliar as políticas de acesso às oportunidades, igualdade salarial, processos de promoção e ambiente de transparência, e onde podemos melhorar. Por outro lado, exigimos conhecer as medidas de diversidade e inclusão dos nossos fornecedores e clientes, determinantes para se estabelecerem parcerias.

PME Mag. – Quais são as vantagens de trabalhar numa equipa com diferentes idades e nacionalidades?

A. C. – A aposta na diversidade dentro das equipas acrescenta muito valor aos colaboradores, uma vez que o potencial de aprendizagem e evolução cresce com esta diversificação. Os profissionais mais jovens têm oportunidade de aprender com colaboradores mais experientes, que conhecem bem o mercado e os seus principais players, enquanto estes profissionais seniores acompanham novidades e são desafiados a sair da zona de conforto para continuarem sempre a evoluir. Com a integração de diferentes nacionalidades surge também espaço para aproveitar o que de melhor cada cultura tem, onde a partilha de experiências, práticas e métodos de trabalho enriquece as dinâmicas de equipa.

PME Mag. – E para a empresa, há vantagens associadas?  

A. C. – O desenvolvimento de soluções inovadoras surge precisamente da diversidade de talento que integramos. Cada colaborador contribui para enriquecer os nossos projetos, encontrar ideias disruptivas, estar à frente das tendências e elevar os resultados da organização. A cultura interna da Zühlke é desenvolvida nesse sentido, uma vez que compreendemos como as políticas de diversidade e inclusão abrem um leque vasto para continuarmos a crescer, com resultados alavancados pela promoção de um ambiente que acolhe e celebra cada especialista por quem é, enquanto pessoa e enquanto profissional.

PME Mag. – De que foram estas medidas ajudam no crescimento da Zühlke no mercado?

A. C. – Por estarmos presentes em tantas cidades diferentes pelo mundo, é fundamental contarmos com o know-how das equipas em cada ponto geográfico para garantirmos que criamos soluções verdadeiramente diferenciadoras. A cultura interna da Zühlke é desenvolvida nesse sentido, uma vez que compreendemos como as políticas de diversidade e inclusão abrem um leque vasto para continuarmos a crescer graças aos inputs de cada colaborador. Pelo facto de apostarmos nestas medidas para desenvolver um ambiente e um espaço de evolução que acolhem verdadeiramente a diversidade e inclusão conseguimos diferenciar-nos no mercado, chegando a mais profissionais e alavancando a sua carreira no setor tecnológico.

PME Mag. – Conseguem assegurar esta diversidade etária e de nacionalidades nos vossos processos de recrutamento?  

A. C. – As medidas que implementamos contribuem para elevar a diversidade que ambicionamos ter, onde definimos objetivos e limites mínimos para os grupos que pretendemos contratar. Além disso, revemos com frequência os processos de recrutamento e analisamos a conduta e linguagem dos responsáveis, de modo a identificar eventuais lacunas ou ideias pré-concebidas que poderão pôr em causa a igualdade de acesso às oportunidades da Zühlke. No mesmo sentido, procuramos implementar esta linguagem mais abrangente e inclusiva nas nossas ofertas de emprego e sua divulgação.

PME Mag. – Por que escolheram investir na adaptação de processos e procedimentos profissionais neurodiversos?  

A. C. – Acreditamos que o valor real de cada colaborador reside precisamente nas suas competências singulares e experiências adquiridas e que é este background que permite à organização continuar a superar-se e a evoluir. Ao mesmo tempo, compreendemos que é essencial promover maior igualdade de acesso a candidatos no setor tecnológico e, para isso, devemos olhar para os processos que existem na organização e para o modo como estão (ou não) a responder a esse acesso. Queremos, cada vez mais, ser um grupo inclusivo, porque é nessa inclusão que encontramos caminho para continuar a inovar.

PME Mag. – Há alguma medida de diversidade e inclusão que ainda não tenham, mas pretendam implementar?  

A. C. – Um dos focos de investimento da Zühlke em Portugal é a expansão e otimização das nossas instalações. Estamos a planear, precisamente, a criação de condições para receber, por exemplo, colaboradores com mobilidade condicionada e outras necessidades especiais, de forma a que o novo layout do escritório seja o mais inclusivo possível para todos os nossos especialistas. Temos a ambição de aumentar o número de talento feminino na equipa, pelo que os processos de recrutamento e seleção estão a ser desenvolvidos nessa perspetiva. Queremos criar um espaço diversificado e acolhedor para todas as pessoas que escolhem acelerar a sua carreira com a Zühlke.

PME Mag. – Estão a contratar?  

A. C. – Neste momento estamos ativamente à procura de especialistas que queiram vir criar o futuro tecnológico com a Zühlke em Portugal. Procuramos especialistas nas áreas de engenharia de software, com foco em perfis sénior e experiência em Java e Net.