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Filipa Guimarães Emma
Filipa Guimarães, Country Manager da Emma - The Sleep Company em Portugal (Foto: Divulgação)

Emma expande negócio e aposta na transição tecnológica

Por: Rafaela Silva

A Emma – The Sleep Company foi fundada em 2013 pela mão do Dr. Dennis Schmoltzi e Manuel Muller, na Alemanha. Atualmente, encontra-se em diversos países e o negócio continua em expansão, sendo que o foco passa agora por transitar para o digital.

A empresa líder em tecnologia de sono está a apostar na expansão de mercados internacionais e a concentrar-se na competitividade digital, sobretudo no que respeita ao e-commerce. Mesmo assim, a Emma quer continuar a proporcionar aos seus clientes a melhor tecnologia de sono.

Em entrevista à PME Magazine, Filipa Guimarães, a diretora em Portugal da Emma, analisa os últimos anos da organização, referindo ainda as perspetivas de mercado e os processos de transição para o digital.

PME Magazine (PME Mag.) – Como surgiu a marca Emma? Como analisa os últimos anos?

Filipa Guimarães (F. G.) – A Emma surge em Portugal, em 2017, como uma marca pioneira pelo seu produto: um colchão único, adaptado a todas as posições de dormir e que chega ao cliente embalado numa caixa. A Emma trouxe também um novo conceito de compra, comprar um colchão deixa de ser uma experiência penosa por entre tecnologias que desconhecemos e passa a ser uma experiência simples, rápida, com garantias de qualidade e de conforto. No início, esta foi a nossa missão: mudar os paradigmas do descanso e desconstruir as noções que existiam no mercado e para isso contamos com a distinção do selo “Melhor do Teste” da DECO PROTESTE que comprovou a qualidade dos nossos produtos e, a partir daí, desenvolvemos a nossa comunicação com uma estratégia focada em trazer o consumidor do offline para o online, garantindo sempre o melhor serviço e criando confiança neste modelo de e-commerce ainda novo para alguns portugueses. Hoje temos um portefólio alargado e premiado com distinções como o “Prémio 5 Estrelas” e “Escolha do Consumidor” e continuamos, por isso, a dar provas da nossa qualidade e a ser uma marca de referência na esfera nacional, presente nos mais revelantes canais de venda como marketplaces e retailers, sempre a apostar na inovação, não só nos produtos como também na presença da marca em canais que nunca uma marca de colchões pensou explorar como é o influencer marketing, televisão e outros meios “fora da caixa”.

PME Mag. – Quais foram os principais desafios e adaptações vividos pela empresa?

F. G. – O nosso desafio, de momento, é conseguir dar resposta operacional e logística à procura e ainda o recrutamento de forma a dar suporte ao nosso enorme crescimento. São dores de crescimento que vieram com o sucesso em diversos mercados internacionais e daí a nossa recém chegada a Lisboa visto que Portugal é o pais de origem de muitos dos nossos produtos vendidos a nível mundial. Queremos capturar o enorme potencial e talento existente em Portugal e garantir assim uma estrutura capaz de dar resposta de forma contínua às exigências mundiais da Emma.

PME Mag. – Como é que a pandemia Covid-19 veio interferir no desenvolvimento e funcionamento da empresa?

F. G. – Somos uma empresa digital e ágil, e estas duas características estão muito subscritas no nosso ADN. Por isso, foi com rapidez que as equipas se juntaram e criaram soluções para manter as suas atividades, somando a uma rápida mudança criada pelas equipas internacionais para que a informação e apoio contínuo se mantivesse e não afetasse o nosso crescimento. Hoje temos uma nova forma de trabalhar a que todos estão adaptados e que conseguiu fazer frente ao nosso enorme crescimento neste confinamento e aumento das vendas em e-commerce, no geral. Para além disso, a empresa criou imensas dinâmicas e forneceu inúmeras ferramentas para que as equipas continuassem a ser rápidas nas suas respostas e motivadas para continuar a inovar. Acelerou até a colaboração e a expansão para outros escritórios como Manila, Shangai e Lisboa devido à transformação digital exigida por esta pandemia. O efeito do crescimento do e-commerce durante a pandemia também se refletiu no crescimento da Emma.

Hoje temos uma nova forma de trabalhar a que todos estão adaptados e que conseguiu fazer frente ao nosso enorme crescimento neste confinamento e aumento das vendas em e-commerce em geral.

PME Mag. Como justifica o crescimento da Emma? Dada a atual conjuntura pandémica, por oposição a outras empresas, a Emma duplicou o número de trabalhadores e tem perspetivas de integrar novos mercados, o que vos levou a este feito?

F. G. – A adaptação rápida e sermos reativos ao que se passa e focados em soluções que têm por base informação clara e racional. Seguimos a nossa estratégia e a nossa missão, mas nada está predefinido e todas as soluções são possíveis e todas as abordagens para manter as ideias fora da caixa, mesmo de algo que nunca tenha sido feito antes. E assim mantemos a nossa velocidade de crescimento. Somos pioneiros e gostamos de correr riscos e aprendemos com eles, afinal foram os erros consecutivos que criaram o conhecimento coletivo que nos trouxe aqui. O crescimento do e-commerce teve um grande impacto e ao qual se juntou o nosso já crescimento orgânico bastante acelerado.

PME Mag. – Como tem sido feito o processo de internacionalização da empresa?

F. G. –  Aos poucos e começando de forma simples. A nossa presença em todos os países da Europa começou por ser feita através de equipas pequenas, ou mesmo uma só pessoa, e com os países vizinhos a servir de apoio para partilha de conhecimento. Fomos experimentado os mercados e, sem aumentar a complexidade logística, ver a recetividade do mesmo. Depois com os feedbacks recebidos fomos rápidos a adaptarmo-nos às realidades para que o crescimento dos mercados não desacelerasse. Com o mercado crescem também as equipas e assim sedimentamos as nossas presenças internacionais. Sem dúvida que este empowerment de que a Emma é uma equipa traz um incentivo especial para as equipas que começam nestes mercados porque sabem sempre que têm apoio mesmo quando as coisas podem ser mais desafiantes.

PME Mag. – Entre os mercados onde a Emma opera, qual destacaria?

F. G. –  Sem dúvida, diria que Portugal, porque somos um dos mercados com mais sucesso da Emma e com um excelente reconhecimento de marca no mercado e que continua com um crescimento que ronda os 200% por ano. Somos, inclusive, um país onde experimentamos imensas ações e, por isso, fonte de muita informação para que outros países possam implementar iniciativas de sucesso, funcionamos com um laboratório para o resto do mundo.

Sem dúvida, diria que Portugal, [é o país de destaque] porque somos um dos mercados com mais sucesso da Emma.

PME Mag. – Considera que o futuro da Emma e, por conseguinte, do mundo dos negócios, passa por existir uma transição de serviços para plataformas de e-commerce?

F. G. –  A Emma já é uma empresa focada no online, esta representa grande parte da nossa atividade e consideramos que é fundamental simplificar e aproximar serviços e produtos dos consumidores e continuaremos a apostar nesta vertente online, marcando assim a diferença.

PME Mag. – Quais são as expectativas da empresa para esta adaptação digital?

F. G. –  A Emma foi pioneira a passar este produto e serviço para o online e a ultrapassar esta barreira que o consumidor ainda tinha. E começamos este processo de educação do mercado já em 2017. Esta nova era digital que nos chega de forma mais evidente devido à pandemia, só veio reforçar a nossa direção estratégica. A reação do mercado foi muito positiva porque a Emma já estava bastante preparada para esta passagem enquanto que outras empresas tradicionais tiveram de, rapidamente, repensar as suas estratégias.

A Emma foi pioneira a passar este produto e serviço para o online.

PME Mag. – Que projetos futuros e novidades tecnológicas podemos esperar da Emma?

F. G. –  A Emma quer ser sinónimo de tecnologia capaz de melhorar a qualidade do sono daqueles que valorizam cada vez mais a hora de dormir dadas as exigências do dia a dia. Vamos lançar, ainda este mês, uma nova gama de produtos, o Emma Select, e em alguns países lançamos já o Emma Motion, um colchão que se adapta enquanto dorme através de sensores elétricos e inteligentes. Em pipeline temos alguns gadgets a caminho e uma aplicação que deve estar em breve disponível em Portugal e este será, sem dúvida, o futuro da Emma.

PME Mag. – O que diferencia a Emma das restantes empresas do setor?

F. G. –  A Emma é uma marca disruptiva, tecnológica, jovem e inovadora como nunca antes se viu neste mercado maduro e tradicional. Além disso, ofereceremos um produto para todo o tipo de consumidor, premiado e com 100 noites de teste para que o consumidor possa experimentar os nossos produtos em sua casa. Somos muito mais virados para o consumidor do que outras marcas e conseguimos tornar este mercado, num mercado sexy em Portugal.