Por: Marta Godinho
Com o aumento da inflação nos 27,6% para os produtos energéticos e 18,9% para as matérias-primas alimentares, as empresas do canal HORECA e tantas outras estão a ser negativamente impactadas, alerta a Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal (AHRESP).
Segundo um inquérito da associação, os custos com matérias-primas aumentaram até 50% para 71% das empresas de restauração e para 83% das empresas de alojamento.
Foi imperativo atualizar os preços de venda, sendo que 83% das empresas de restauração e 69% do alojamento aumentaram os seus preços. Com o começo da “época baixa”, a própria retração no consumo foi clara, apresentando quebras na faturação até 20% na restauração e alojamento.
De forma a atenuar os efeitos sentidos pela maré inflacionista, a AHRESP tem vindo a propor medidas temporárias, como é o caso da colocação de taxas reduzidas de IVA na alimentação e bebidas e nas tarifas de gás, energia e eletricidade. No inquérito proposto, só na restauração, 89% dessas empresas sentem ser necessária a implementação da medida do IVA e para 81% das empresas de alojamento a necessidade da redução do IVA na energia.
Contudo, sem estas medidas irá haver novos aumentos de preço, despedimentos e encerramento de empresas. Mais de 60% das empresas de alojamento e restauração ponderam aumentar preços; mais de 15% irá avançar com despedimentos e entre 8% e 13% repensam no encerramento de atividade.
As perspetivas para o futuro continuam muito preocupantes, uma vez que muitas empresas de ambas os setores consideram que este último trimestre será “pior ou muito pior que o 4º trimestre de 2019”, alerta a AHRESP, apelando ao Governo para quesejam implementados mecanismos que permitam um bom desenvolvimento das atividades económicas do canal da HORECA.