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Mariana Santos é diretora-geral da Kilom desde 2018 (Foto: João Filipe Aguiar)

“Estamos a desenvolver uma fábrica com um layout de indústria 4.0” – Mariana Santos

Por: Ana Rita Justo

Sediada em Loures e integrada no Grupo Valouro, o maior grupo agroalimentar português, a Kilom trabalha diariamente na produção de cortes de aves, charcutaria, pré-congelados e pronto a comer. Há um ano, um incêndio destruiu por completo toda a fábrica, pondo em risco a sobrevivência da empresa. Contudo, a força do grupo empresarial em que está inserida não deixou cair a Kilom, há quatro anos liderada por Mariana Santos, mais um nome da família fundadora do império Valouro. Em entrevista à PME Magazine, a administradora e diretora-geral da Kilom desvenda os planos para a fábrica do futuro e fala sobre as dificuldades e os principais riscos a que as empresas devem estar atentas.

Veja o vídeo da entrevista com a diretora-geral da Kilom, Mariana Santos

Vídeo: NortFilmes

PME Magazine – Qual a importância da Kilom dentro do Grupo Valouro?
Mariana Santos (M. S.) – O Grupo Valouro é o maior grupo agroalimentar português e também um dos maiores da Europa e desenvolveu toda a sua estratégia de crescimento sob uma integração vertical: é constituído por mais de 30 empresas, que vão desde a produção das rações, à incubação dos ovos, à engorda dos frangos, o abate e depois a transformação em produtos finais para entregarmos ao nosso consumidor final. Estamos distribuídos de norte a sul de Portugal e contamos com mais de 2200 colaboradores enquanto grupo. A Kilom encontra-se na fase final desta cadeia de valor. Recebe a sua matéria-prima dos matadouros e é responsável por transformar em produtos finais, ou seja, vai desde os tradicionais cortes de frango que vemos frescos e embalados em cuvetes, até produtos transformados e pré-cozinhados e muitos deles também já prontos a comer. [A Kilom] Está aqui, nesta fase final. Por sua vez, também o grupo é muito importante para a Kilom, para dar todo o suporte técnico e financeiro que nos permite crescer e desenvolver a empresa como hoje a conhecemos e torná-la numa das referências a nível do setor avícola.

PME Mag. – Porque decidiu prosseguir com o negócio da família e abraçar a liderança da Kilom?
M. S. – A Kilom entrou para o grupo em 1991, foi adquirida após a crise dos anos 1980 que atravessou o nosso país e foi logo uma das empresas que se tornou mais importante dentro do grupo, porque começou a ter uma importância muito grande dentro das cadeias de abastecimento, nomeadamente na distribuição, supermercados e hipermercados, era uma empresa que, dentro da indústria, foi sempre aquela com a qual mais me identifiquei, além de ter também o meu pai a trabalhar. Foi ele que, desde que foi adquirida, esteve à frente da empresa, e isso para mim era um dos fatores que me fazia querer começar pela Kilom. Por outro lado, o grupo está na minha família há quase 150 anos, desde 1875, e isso traz-me também uma grande responsabilidade de continuar a história e desenvolver o negócio que foi iniciado pelos meus antepassados e que teve todo este percurso histórico. Essa responsabilidade também fez com que quisesse vir integrar o Grupo Valouro. No entanto, não foi por aqui que comecei a minha carreira profissional. Comecei a minha carreira, depois de me licenciar em Gestão de Empresas, em consultoria e auditoria de seguros e de banca, nada que ver com a parte da indústria. Mas, depois, integrei uma empresa, também ela de cariz familiar, que operava em Portugal e Angola, e ligada à indústria de bebidas. Isso permitiu-me criar o primeiro bichinho de trabalhar numa empresa familiar. Iniciei atividade na Kilom em 2016, começando pela área da melhoria contínua, que me permitiu ter um primeiro contacto com a produção e com aquilo que era a atividade principal da Kilom e foi fundamental para construir bases e daí para a frente avançar para outras áreas. A direção-geral assumi em 2018.

 

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