Um estudo levado a cabo por matemáticos da Universidade de Aveiro (UA) desaconselha os estágios profissionais como ferramenta para incentivar a criação de emprego, sugerindo “medidas indiretas de combate ao desemprego, como os incentivos fiscais”.
Em comunicado, a Universidade de Aveiro refere que Aníbal Galindro, aluno do Mestrado em Matemática e Aplicações da UA, desenvolveu um modelo que, “através da utilização de duas ferramentas de controle (estágios e medidas indiretas como incentivos fiscais), consegue estipular qual o melhor mecanismo para diminuir o nível de desemprego no período estudado”.
Este modelo baseia-se no modelo matemático para o desemprego, criado em 2016 pelos investigadores indianos Surekha Munoli e Shankrevva Gani.
“Através da teoria do controlo ótimo constatamos que a oferta de estágios deve ser reduzida em períodos de maior desemprego ou mesmo eliminada, isto porque dada a maior quantidade de desempregados as pessoas estão mais recetivas a aceitar salários menores (desvalorização da mão-de-obra) pelo que o Estado neste cenário pode estar a fornecer mão-de-obra (com maior carga financeira inerente) que na prática já seria absorvida pelas empresas pelo seu baixo custo”, explica Aníbal Galindro, citado no comunicado.
O investigador adianta que, em alternativa, devem ser promovidos apoios indiretos à contratação, como “incentivos fiscais, de menor tributação sobre os lucros ou, por exemplo, de subsídios”.