Por: Djeisibel Lopes
Segundo o inquérito promovido pela Portuguese Women in Tech (PWIT), em parceria com a Natixis em Portugal, cerca de 79,2% das mulheres residentes no distrito do Porto estão aquém das suas ambições financeiras, enquanto que apenas 3,2% afirma estar além das suas expectativas.
O estudo, que inquiriu 154 mulheres dos 21 aos 70 anos, foi realizado no âmbito da conferência Women & Wealth com o intuito de permitir que as entidades tivessem uma melhor perceção do panorama atual no que diz respeito à relação que as mulheres têm com as questões da literacia financeira.
Segundo o relatório Women & Wealth – Literacia Financeira no Feminino, 53,9% das inquiridas têm apenas conhecimentos básicos de literacia financeira, versus 5,2% com conhecimentos avançados e 7,1% sem quaisquer conhecimentos.
Quanto ao contexto laboral, 63,6% das mulheres alega não ter qualquer contribuição para as decisões financeiras na sua empresa e apenas 7,2% assume a responsabilidade principal pelas decisões financeiras neste campo.
Sobre a percentagem das inquiridas que afirmaram ser as principais responsáveis pelas decisões financeiras, 72,7% diz ter apenas conhecimentos básicos de literacia financeira, pelo que nenhuma assume ter conhecimentos avançados.
A pesquisa revela ainda que, no contexto pessoal, as mulheres revelam mais poder nas decisões financeiras, no entanto a maioria revela ter apenas noções básicas ou não ter quaisquer conhecimentos nesta matéria.
Quanto à renumeração, 58,5% das inquiridas não considera o salário justo, contudo a maioria nunca tentou negociar o seu salário.
O relatório da PWIT revela ainda que 51,3% das mulheres conta já ter tido uma ideia de negócio, mas cerca de 53,2% assume não ter avançado com a ideia. A falta de segurança, os desafios a nível financeiro e a falta de conhecimento são alguns dos motivos levantados.
“Sabemos que os baixos níveis de literacia financeira acentuam as desigualdades e é, por isso, urgente apostar neste tema junto do público feminino, para que as questões que fazem com que as mulheres continuem a ter dificuldades em obter posições de poder financeiro sejam ultrapassadas e possamos observar mulheres mais independentes e autoconfiantes nestas matérias”, sublinha Inês Santos Silva, cofundadora da Portuguese Women in Tech.
Já o diretor-geral da Natixis em Portugal, Etienne Huret, reforça que o relatório comprova a urgência de trabalhar num contexto de mais oportunidades para todos e com mais urgência para as mulheres.
“Na Natixis, acreditamos que a educação financeira é um pilar essencial na construção de uma sociedade mais desenvolvida e, acima de tudo, mais justa e igualitária”, conclui.