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Tecnologia
O nível de digitalização das empresas está associado a ganhos de produtividade (Fonte: Freepik)

Estudo revela que são as empresas mais digitais que melhor pagam em Portugal

O relatório anual da Fundação José Neves sobre o “Estado da Nação: Educação, Emprego e Competências em Portugal” analisou a evolução do mercado de trabalho, as oportunidades da digitalização e os desafios que comprometem o futuro dos jovens e do país.

Entre 2021 e 2022, apesar do aumento do salário nominal, o ganho salarial dos jovens portugueses com ensino superior atingiu mínimos históricos, já que o aumento verificado não cobriu a subida da inflação, tendo-se registado uma perda do poder de compra.

A recuperação do emprego pós pandemia foi total entre os jovens com ensino superior, mas entre os menos qualificados a taxa de desemprego foi em 2022 (18%) significativamente superior à de 2019 (13%).

Em geral, o mercado de trabalho recuperou os níveis de emprego. Em 2022, a maioria das profissões aumentou os requisitos digitais e metade dos trabalhadores portugueses afirmaram que passaram a usar mais frequentemente as tecnologias digitais. Assim, o setor da alta tecnologia continua a crescer em Portugal e representa agora 45% do emprego total.

No entanto, e segundo o relatório, continua a haver um enorme potencial de digitalização por explorar, quer ao nível dos trabalhadores – 4 em cada 10 estão em empregos que não utilizam tecnologias digitais ou que fazem uma utilização muito básica -, quer ao nível das empresas, uma vez que 48% das empresas regista um nível de digitalização baixo.

O relatório relembra que o nível de digitalização das empresas está positivamente associado a ganhos de produtividade na ordem dos 20% e a salários cerca de 3% superiores, pelo que a aposta neste ramo poderá levar a uma maior competitividade das empresas e a melhores condições salariais para os trabalhadores.

O relatório Estado da Nação 2023, o terceiro divulgado publicamente desde o lançamento da Fundação José Neves, pretende apontar caminhos para um futuro que terá de ser partilhado por toda a sociedade e no qual a FJN pretende contribuir para este esforço coletivo que ajude a transformar Portugal numa sociedade do conhecimento, onde todos possam prosperar”, assinala o fundador José Neves.

Carlos Oliveira, presidente executivo da FJN, sublinha também que “o futuro profissional e o bem-estar dos portugueses depende da capacidade do país formar, reter e desenvolver o talento dos jovens e dos adultos, de forma integrada com o mercado de trabalho e com os desafios do futuro”.

O relatório “Estado da Nação: Educação, Emprego e Competências em Portugal” é um documento anual publicado pela Fundação José Neves, com o objetivo de promover a discussão pública das debilidades e oportunidades da educação e do sistema de desenvolvimento de competências.