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felicidade nos espaços de trabalho

Felicidade nos espaços de trabalho

Por: Mafalda Marques

A transformação digital está a afetar a forma como se vive nas empresas. As novas gerações preferem a flexibilidade de horário para melhor conciliação com a vida pessoal. Mas o que podemos afinal esperar dos novos locais de trabalho?

Por: Mafalda Marques

British Council for Offices (BCO) – principal fórum do Reino Unido que debate questões sobre escritórios – apresentou o relatório “What workers want 2019”. Entre as conclusões, identificaram que os trabalhadores entre os 45 e mais de 55 anos de idade preferem o escritório tradicional, enquanto a faixa etária mais jovem (entre os 25 e os 34 anos) aceita melhor a opção de escritório com serviços em espaços de trabalho colaborativos.

A tendência aponta que, para obter mais satisfação no trabalho para além do espaço onde trabalham, os funcionários procuram atingir objetivos pessoais e profissionais, de acordo com o Estudo de Tendências de Benefícios dos Empregados dos EUA de 2019 da MetLife.

Funcionários felizes são melhores funcionários, tornam-se mais leais e contribuem melhor para as metas da empresa. Os funcionários de hoje, buscam realização em todo o seu trabalho, vida pessoal e relacionamentos.

No que diz respeito à produtividade, a assiduidade tem vindo a perder relevância. Ao olhar para as médias de tempo de trabalho entre países, pode verificar-se que a média de 42 horas semanais do Reino Unido é superior às 37 horas da Dinamarca. Países como Holanda, Itália, Bélgica, França, Suécia e Irlanda não se encontram muito atrás da Dinamarca, trabalhando um total de 39 horas semanais, de acordo com os estudos.

Dos antigos aos novos espaços de trabalho

Recuámos a 1989, em plena Avenida da Liberdade, em Lisboa, quando a Regus trouxe para Portugal o novo conceito de espaços de trabalho flexíveis, ajudando as empresas portuguesas na altura a escolher a forma de trabalhar mais adequada. Com mais de 3.000 localizações nos dias de hoje, os espaços de trabalho da Regus servem empreendedores, PME e multinacionais do setor tecnológico.

Em conversa com Jorge Valdeira, country manager de Regus em Portugal, fizemos um balanço destes últimos 25 anos e concluímos que não há comparação possível com os dias de hoje.

“A diversidade é total. Temos clientes de todas as dimensões e setores de atividade e em todas as fases do seu ciclo de vida. Desde startup e PME até grandes empresas nacionais e internacionais, bem como organizações sem fins lucrativos e agências governamentais”, comenta.

Jorge explica que as empresas sediadas nas instalações da Regus são maioritariamente portuguesas, mas que sempre existiu uma enorme quantidade de empresas estrangeiras, originárias dos mais variados países.

A Regus é um ponto de entrada por excelência de empresas estrangeiras quando lançam o seu negócio em Portugal porque lhes permite ir ajustando o seu espaço de escritório durante as várias fases de instalação no nosso mercado, sem terem de se comprometer com contratos de arrendamento longos e sem terem de investir em obras ou equipar o seu espaço de trabalho”, adianta.

Sobre os vetores que pesam na escolha do espaço sobressai a flexibilidade, um atributo que é valorizado em todos os tipos de atividade. Ter a possibilidade de dispor de espaço de trabalho equipado e pronto a usar apenas com o prazo que convier é uma vantagem decisiva.

As instalações estão disponíveis numa base permanente, mas há outros fatores. Hoje em dia, a tecnologia permite que trabalhemos de forma remota e a Regus tem uma rede equipada para o fazer. Temos soluções que permitem usar toda a nossa rede de centros e que são especialmente úteis para os trabalhadores móveis mas que permitem também a alguém que está mais fixo num centro, poder trabalhar alguns dias por semana num outro centro mais próximo de casa ou, por exemplo, da escola das crianças. Isso pode ser feito por necessidade temporária pessoal ou profissional ou também como forma de estimular ou motivar alguém da sua equipa, desta forma abre-se um mundo de oportunidades.”, justifica.

Novos espaços, novos conceitos

Teresa Jacinto, chief research & development officer nos espaços Avila Spaces, explica a razão da importância da Felicidade no trabalho.

“O paradigma de trabalho mudou, mesmo. Hoje em dia, muitas pessoas fazem questão de não perder muito tempo entre casa e o trabalho: preferem deslocar-se em transportes públicos ou de bicicleta e saborear calmamente um café na zona lounge da empresa enquanto lêem os primeiros emails do dia, tendo a liberdade de trabalhar a partir do escritório, de casa ou de um espaço de coworking. Os novos profissionais preferem trabalhar onde se sentem melhor, onde se sentem mais produtivos e as grandes empresas já perceberam que este novo paradigma representa uma realidade em que todos ganham”assume.

Liderado por Carlos Gonçalves, embaixador para a organização Great Place to Work, o Avila Spaces tem sido continuamente reconhecido como o melhor local para trabalhar, relaxar e desfrutar, vencedor do Prémio Best Cowork Em Lisboa em 2018 e 2019.

Dispõe ainda de uma app pioneira de gestão de escritório virtual, o MyOffice, gratuita para as empresas residentes, que permite notificações em tempo real dos pedidos de contacto e da correspondência recebida, fazendo ainda uma gestão eficiente das reservas de espaço ou salas de reunião.

Assumem transcender o conceito tradicional do trabalho, ao criar uma experiência de trabalho inigualável: o conforto e tranquilidade da sua própria casa. Dispõe ainda de uma agenda de eventos interna que promove o networking entre as empresas residentes e visitas externas, com temas pertinentes que afetam a vida das empresas e das suas equipas.

Bem-estar é tudo

Mas se a felicidade é o que visam promover os novos espaços de trabalho, então o que influencia a escolha por parte das empresas? O estudo do BCO registou que o conforto, a temperatura e a iluminação são os fatores que mais afetam o bem-estar de um funcionário no seu trabalho. O ruído ambiente, o cheiro e a segurança do espaço são menos importantes.

Quase 30% dos entrevistados acredita que o escritório tem um impacto negativo na sua saúde física. 46% atribuiu uma pontuação mais elevada para mostrar que o escritório tem um impacto positivo sobre a sua saúde mental.

De acordo com os especialistas sobre o novo paradigma de escritórios, o Future Offices pela Philips Lighting, há quatro chaves que definem os espaços de trabalho do futuro:

– A conectividade e personalização ajudam a otimizar a utilização do edifício de acordo com as necessidades dos utilizadores. As possibilidades são inúmeras: sistemas intuitivos, tecnologias mobile e valorização da comunicação interna;

– O conforto do empregado potencia-se com ambientes bem iluminados. Paralelamente a melhoria das condições de saúde e bem-estar dos trabalhadores traduz-se numa maior produtividade laboral e em menos baixas. Se os empregados se sentem melhor, trabalham com maior eficácia;

– A flexibilidade dos espaços consoante as atividades que os funcionários têm que realizar (reuniões, áreas para concentração, descanso, colaboração);

– A sustentabilidade dos edifícios passa por respeitar o meio ambiente, utilizar os recursos de forma eficiente, assim como cumprir normas de eficiência, poupança de energia e redução de custos operativos

Atentas, as PME portuguesas continuam a dar cartas em acolher sempre muito bem novos conceitos de espaços de trabalho, ou não fôssemos nós peritos na adaptação aos tempos modernos.

Artigo originalmente publicado no Sapo Prime