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Relatório do FMI será apresentado no início de abril (Foto: Pixabay)

FMI aponta maior poder de grandes empresas com a pandemia

De acordo com um estudo do Fundo Monetário Internacional (FMI), a atual situação pandémica veio reforçar a concentração do mercado das grandes empresas, que se traduz numa paragem no crescimento e na inovação.

O FMI publicou um estudo onde comprova a maior concentração de poder de mercado das grandes empresas durante a pandemia, fator que aponta como um alerta para o crescimento e para a inovação económica dos países.

Em conferência organizada por especialistas na área, a diretora-geral do FMI, Kristalina Georgieva, refere os indícios que apontam para que o poder de mercado possa estar a fixar-se na “ausência de concorrentes fortes para as empresas dominantes”, fator comum a vários setores de atividade.

Com a crise económica provocada pela pandemia, o estudo indica que as PME foram as principais afetadas, o que leva a que as empresas mais “fortes” possam aumentar o seu poder de mercado e as restantes acabem por ficar para trás.

O relatório do FMI refere ainda que esta concentração tem vindo a aumentar nas economias mais avançadas ao mesmo ritmo que avançou entre 2000 e 2015. Este fenómeno verifica-se mesmo nos setores que acabaram por beneficiar com a situação pandémica (como o digital), observando-se uma exponencialidade de fusões e aquisições por parte das empresas dominantes. Este tipo de evolução económica poderá enfraquecer os incentivos à inovação, fortalecendo a capacidade das empresas em aumentar os preços.

Este relatório, Global Economic Outlook, será apresentado pelo FMI no início do próximo mês, revelando novas projeções para o crescimento da economia a nível mundial. Recorde-se que, no início deste ano, o Fundo Monetário Internacional previu um crescimento económico global de 5,5%, depois de uma contração de 3,5% verificada ao longo do ano passado.

No entanto, nos últimos meses o FMI tem vindo a alertar para o perigo de uma recuperação diferente, dado o acesso desigual à vacinação contra o vírus, que é superior nos países mais desenvolvidos, podendo implementar problemas de estabilidade económica a nível mundial.