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Foto de arquivo (Divulgação)

Galp suspende refinaria de Matosinhos em 2021

Operações de refinação da petrolífera Galp passam a estar concentradas em Sines, depois de a empresa anunciar a suspensão da sua atividade em Matosinhos. Deslocação deixa Governo e sindicato preocupados com a situação dos trabalhadores.

Em comunicado enviado à CMVM, a Galp anunciou, esta segunda-feira, o encerramento da refinaria de Matosinhos no próximo ano e uma consequente deslocação das operações de refinação para o complexo de Sines.

A decisão tomada pela empresa portuguesa é consequência das “alterações estruturais dos padrões de consumo de produtos petrolíferos, motivadas pelo contexto regulatório europeu e pelos efeitos da pandemia Covid-19”, conforme explica a Galp no comunicado.

A petrolífera declarou ainda, num comunicado aos trabalhadores, que a decisão de descontinuar a refinação em Matosinhos é “complexa e difícil” e ocorreu “depois de muita ponderação”, mas torna-se “inevitável em face da ausência de resiliência e sustentabilidade” do atual contexto.

A Galp assegura, no entanto, que o aprovisionamento e a distribuição de combustíveis em Portugal não serão impactados por esta mudança.

“Esta reconfiguração permitirá uma redução de mais de 90 milhões de euros por ano em custos fixos e investimentos e 900 mil toneladas das emissões de CO2 associadas ao sistema atual”, refere a empresa em comunicado. No total, espera-se que o valor contabilístico das atividades a serem descontinuadas seja de 200 milhões de euros.

Governo e Sindicato preocupados com os trabalhadores

Através de uma nota enviada pelo Ministério do Ambiente e Ação Climática (MAAC), o Governo tornou pública a sua preocupação com a situação da refinaria de Matosinhos, nomeadamente o “destino dos trabalhadores afetos àquela unidade industrial”.

O gabinete mostra-se disponível para uma eventual reunião com a Galp e as respetivas estruturas representativas dos trabalhadores e exige “da empresa todo o empenho e sensibilidade social para procurar soluções para o futuro próximo”.

A tutela lembra, no entanto, que as alterações anunciadas pela petrolífera portuguesa se inserem num processo de descarbonização do setor energético.

Também o Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Transformadoras, Energia e Atividades do Ambiente (Site-Norte) alertou para a incerteza da atividade da Galp em Matosinhos logo após a suspensão da produção de combustíveis e a desativação da monobóia, no passado mês de outubro.

O Site-Norte exige agora “a retoma plena da atividade da fábrica de combustíveis, pois os avultados investimentos que aí foram realizados são o garante do emprego, da criação de riqueza e do desenvolvimento da economia regional e do país”.