Já são conhecidos os projetos vencedores do BI Award for Innovation in Healthcare 2021. A equipa GLIA, do Centro Hospitalar Universitário do Porto (CHUP), que apresentou um projeto de telemedicina na área da neurocirurgia, foi a grande vencedora.
Foram conhecidos ontem os projetos vencedores do BI Award for Innovation in Healthcare 2021. A iniciativa da Boehringer Ingelheim, que conta com o apoio institucional da Ordem dos Médicos, procura projetos “diferenciadores e inovadores para apoiar a retoma dos cuidados de saúde e o sistema saúde em Portugal”.
Este ano, a equipa GLIA, do Centro Hospitalar Universitário do Porto, foi a vencedora ao apresentar “um projeto sobre telemedicina entre um centro hospitalar de referência, na área de neurocirurgia, e diversas instituições da sua área de influência”.
O projeto consistia em criar, no serviço de neurocirurgia, “uma sala de teleconsulta com integração online através de uma plataforma digital, que permite uma comunicação atempada e imediata com os Cuidados de Saúde Primários, rede de Cuidados Continuados e Cuidados Paliativos e restantes Centros Hospitalares”.
Este projeto tinha como finalidade “otimizar os cuidados prestados aos doentes e, ao mesmo tempo, otimizar os recursos económicos e temporais para os profissionais de saúde e doentes”.
De acordo com a nota de imprensa, esta proposta “foca-se na dor lombar, patologia com impacto alargado na população”. A missão é melhor a qualidade de resposta aos doentes, de modo a reduzir o número de “deslocações e a dispersão de consultas e meios complementares de diagnóstico e terapêutica”.
Ainda assim, “a ideia é que o projeto piloto valide as premissas do projeto e que este venha a ser alargado a mais patologias, especialidades e zonas do país”, como se pode ler em comunicado.
Em segundo lugar ficou a equipa MyDHU, que apresentou o projeto de “Sistemas de Informação para apoio ao cuidador e ao utente – uma abordagem integrativa em Hospitalização Domiciliária”, que tem como finalidade otimizar o serviço de hospitalização domiciliária com recursos às TIC, de modo a facilitar o processo de comunicação.
O pódio ficou preenchido com a equipa Safer, que apresentou um projeto de identificação pró-ativa para referenciação rápida e segura de doente não covid. A equipa procurou com esta proposta “mitigar os efeitos da pandemia na acessibilidade aos cuidados de saúde”.
Aos vencedores será entregue um prémio monetário e serão “integrados num ecossistema adequado à sua aplicação, que permitirá a contribuição direta para a sociedade e a saúde dos portugueses”.
Para Vanessa Jacinto, Head of Market Access & Public Affairs da Boehringer Ingelheim Portugal, “é de facto bom saber que existe tanta gente com vontade de inovar e apoiar o sistema de saúde português como vimos pelo número histórico de candidaturas que recebemos e pela qualidade dos projetos que hoje distinguimos”.
A representante da Boehringer diz que este prémio tem como objetivo “melhorar a vida dos portugueses, melhorando a sua saúde”, pois só com esta missão é que o sistema de saúde será capaz de responder às necessidades dos utentes.
O bastonário da Ordem dos Médicos, Miguel Guimarães, explica que “com este concurso de ideias inovadoras, e muito em particular com estes três projetos vencedores, reforçamos que a inovação não é algo distante e que é possível ser desde já implementada”, reiterando que “é crítico que o Serviço Nacional de Saúde (SNS) acarinhe esta vontade de fazer diferente, pelo que a valorização do capital humano significa não só por si, mas sobretudo porque são ideias que melhoram a qualidade de vida dos nossos doentes”.
A edição do prémio BI Award for Innovation in Healthcare 2021 contou, durante o período de Hackathon, com “mais de 260 sessões, mais de 1.500 interações nas salas de trabalho e somaram-se mais de 400 horas de trabalho”, sendo que, no final, os projetos vencedores foram escolhidos por um júri que atribui os prémios monetários de 25 mil euros, 15 mil euros e 7.500 euros aos primeiro, segundo e terceiro lugar, respetivamente. Esta edição ficou marcada pelo número elevado de candidaturas, cerca de mais de 100 equipas.