Home / MERCADO / Economia / Governo vai oferecer cinco milhões de euros do Fundo Ambiental para campanhas de sensibilização contra a seca
economia
Programa de Estabilidade (PE) para o período 2022-2026 (Foto: Unsplash)

Governo vai oferecer cinco milhões de euros do Fundo Ambiental para campanhas de sensibilização contra a seca

O Governo vai oferecer cinco milhões de euros do Fundo Ambiental para a realização de campanhas de sensibilização e também para o desenvolvimento de soluções de contingência, devido à seca que Portugal está a atravessar, afirmou o ministro do Ambiente.

“No despacho do Fundo Ambiental, que sairá o mais tardar na próxima semana, vamos atribuir cinco milhões de euros do Fundo Ambiental para campanhas de sensibilização e para soluções de contingência que possam ter que ser necessárias”, disse o ministro do Ambiente e da Ação Climática, João Matos Fernandes, à margem da conferência final do Projeto E+C – Economia Mais Circular, promovida pela CIP – Confederação Empresarial de Portugal.

As soluções de contingência mencionadas pelo ministro do Ambiente passam pelo transporte de água em camiões-cisterna, por “pequenas soluções alternativas para poder aceder a água” e pela “limpeza dos fundos de algumas albufeiras para aumentar o seu prisma de água”.

Relativamente à interrupção da produção de eletricidade em cinco barragens, o ministro do Ambiente realçou que o principal uso da água das albufeiras é “para consumo humano”.

“É esse que nós temos de proteger em primeira linha e ele está protegido, existe nas albufeiras de Portugal água para dois anos de consumo humano caso nunca chova, o que obviamente é um cenário impensável”, acrescentou João Matos Fernandes.

Segundo o ministro, a suspensão da eletricidade em cinco barragens já está a nutrir resultados: a barragem do Alto-Lindoso registou um aumento de dois metros no nível da água e a de Castelo de Bode de 12 centímetros.

Matos Fernandes afirma que poderá ser possível prolongar o tempo em que a produção de eletricidade está suspensa, caso a cota mínima que garante o consumo humano de água não esteja salvaguardada.

“Sempre que a cota dessa mesma albufeira se aproximar desse valor, não pode haver produção de eletricidade, porque, repito, a função primeira do uso da água é o consumo humano”, sublinhou o ministro do Ambiente.

“A situação da seca em Portugal, já o disse várias vezes, não é conjuntural, é mesmo estrutural, em seis anos que levo de ministro, houve um ano em que não foi preciso decretar medidas para nos proteger da seca, que foi exatamente o ano passado”, acrescentou o governante.

A primeira de cinco reuniões, lideradas pela Agência Portuguesa do Ambiente (APA), para analisar as medidas técnicas a tomar face à seca, vai dar-se esta quarta-feira, no Algarve.

Na terça-feira passada, João Matos Fernandes disse que no final das reuniões “muito provavelmente” deverão ser decretadas “medidas concretas para a redução e para a poupança de água”.

No início de fevereiro, o governo proibiu o uso de muitas barragens para a produção de eletricidade e para a rega agrícola por consequência da seca em Portugal.

De momento há quatro barragens que são usadas exclusivamente para produzir eletricidade aproximadamente duas vezes por semana, garantindo “valores mínimos para a manutenção do sistema: Alto Lindoso e Touvedo, no distrito de Viana do Castelo, Cabril (Castelo Branco) e Castelo de Bode (Santarém)”.