Por: Eduarda Coelho
Os últimos três anos foram marcados pela incerteza e a instabilidade em aspetos socioeconómicos. A inflação, incerteza económica e dificuldade na atração e retenção de colaboradores são alguns dos fatores que fizeram os profissionais de recursos humanos passarem por dificuldades no que diz respeito às suas responsabilidades dentro das organizações. A manager da divisão de recursos humanos da Robert Walters, Susana Costa, analisou o ano de 2022 e projetou as expectativas para o próximo ano no que toca a área de recursos humanos das empresas, alertando para a necessidade de as organizações terem uma estratégia de gestão de pessoas bem definida.
Em declarações exclusivas à PME Magazine, Susana Costa afirma que 2022 foi um ano de crescimento e recuperação, marcado pela grande procura por emprego. Já no próximo ano, espera-se um abrandamento na procura, com uma parte significativa dos candidatos já contratados, muitas vezes com contrato efetivo, o que diminui as possibilidades de os mesmos “abraçarem” novos desafios, principalmente dada a situação de instabilidade na Europa.
“2023 será um ano desafiante. É importante que os candidatos sintam segurança na posição, pelo que será mais fácil atrair talento oferecendo contratos sem termo e condições salariais atrativas, face à média do mercado, sendo que os benefícios oferecidos são também altamente valorizados. O regime híbrido continua a ser muito valorizado pelos candidatos, pelo que com certeza será uma vantagem na hora de contratar”, refere a especialista à PME Magazine.
O período pós-pandémico, marcado pela inflação, o aumento das taxas de juro, do preço das matérias-primas e os problemas na cadeia de abastecimento exigem uma reestruturação por parte das empresas, com uma revisão das estratégias a curto e médio prazo.
“Como é lógico, qualquer previsão macroeconómica obriga as organizações a rever as suas estratégias a curto e médio prazo, sendo os RH que, infelizmente, estão novamente no centro do objetivo”, acrescenta Susana Costa, citada num comunicado enviado às redações.
“Como a história económica tem demonstrado nos seus diferentes ciclos, a incerteza vai dissipar-se, mas os danos que uma organização pode sofrer porque não tem uma estratégia de pessoas bem definida adaptada às particularidades do contexto não são fáceis de alterar”, conclui.
Ainda segundo a consultora, vê-se cada vez mais organizações a investirem na utilização de dados para recolher a informação necessária para reforçar a sua estratégia de talento, compensação e proposta de valor dos colaboradores.