Por: Mariana Ludovino da Cruz, Public Affairs & Media Relations, DECO PROTeste e Voluntária PWN Lisbon na área da Comunicação e Conteúdos
Enquanto profissional de comunicação, mas também voluntária nesta área da PWN Lisbon, reflito muitas vezes sobre a expressão “informação é poder” e sou da opinião que não existe — nem deve existir — comunicação para preencher espaços: esta deve ser feita para empoderar. A nossa presença, seja física seja digital, deve ser, acima de tudo, uma extensão do nosso propósito.
O verdadeiro impacto da informação reside na sua acessibilidade, relevância e capacidade de ser comunicada e adaptada às necessidades de quem a transmite e de quem a recebe. É precisamente nesse ponto que se encontra um dos pilares da atuação da PWN Lisbon, da qual tenho orgulho em fazer parte.
Esta é uma organização que comunica com intenção e propósito, mas vai mais além: incentiva a sua comunidade a construir relações que promovem o avanço profissional das mulheres, oferecendo acesso a conhecimento, oportunidades e redes de contacto. Aqui, a comunicação deixa de ser apenas um suporte e torna-se a força motriz entre o que a PWN Lisbon defende e a transformação que ambiciona concretizar.
Enquanto sociedade, temos vindo a percorrer um caminho em que o excesso de informação nem sempre se traduz em conhecimento útil. Dados da Ordem dos Psicólogos Portugueses indicam-nos que os temas onde os portugueses percecionam maior desinformação são as guerras (37%), a política (28%) e a economia (19%). Estas perceções fragilizam a capacidade de decisão informada e exigem, cada vez mais, uma atuação consciente e estratégica em tudo o que comunicamos. A situação do apagão em Portugal esta semana demonstrou a importância (e a responsabilidade) da comunicação de uma forma dupla: 1) o poder da desinformação que pode alimentar pânicos generalizados e desnecessários e 2) a enorme necessidade de estarmos todos conectados “em rede” e o “aborrecimento” que é quando essa realidade é quebrada, seja no contexto das empresas, seja no contexto familiar.
Assim, esta reflexão vai mais além da comunicação na PWN Lisbon: comunicar com propósito e responsabilidade é um princípio que devemos trazer para o nosso dia a dia, nas organizações e nos projetos que lideramos ou integramos. Trabalhar a informação de forma consciente não nos dá apenas poder; dá-nos também as ferramentas para agir, decidir e liderar de forma mais eficaz e transformadora.
Trabalhar em prol de uma sociedade bem informada é investir no seu desenvolvimento social e económico. O acesso equitativo à informação é um fator determinante para reduzir desigualdades e promover o crescimento das comunidades. Quando capacitamos, por exemplo, jovens mulheres com conhecimento relevante e acessível, não só ampliamos as suas oportunidades de liderança e progresso profissional, como também impulsionamos a inovação, a competitividade e a resiliência social. Uma comunicação consciente e responsável é, assim, um pilar essencial para construir sociedades mais fortes e mais sustentáveis.
Por isso mesmo acredito que comunicar com propósito é comunicar com estratégia, consistência e responsabilidade. Quando a informação é pensada para ser acessível, clara e útil, criamos o que é essencial para qualquer progresso – empowerment real. A comunicação — quando bem trabalhada e enraizada em valores — é a ponte entre o propósito que nos inspira e o impacto que queremos ter nos outros.
Numa era de ruído e desinformação, quem comunica com clareza, propósito e verdade é quem lidera a mudança.
Parceria PME Magazine/PWN Lisbon
Este artigo faz parte de uma parceria editorial estabelecida entre a PME Magazine e a PWN Lisbon (Professional Women’s Network).