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Maxim Manturov, head of Investment Advice, Freedom Finance Europe
Maxim Manturov, head of Investment Advice, Freedom Finance Europe (Foto: Divulgação)

Investir na bolsa sim, mas pense antes de agir

Por: Maxim Manturov, head of Investment Advice, Freedom Finance Europe

Investir na bolsa é algo que muitos já pensaram fazer para aumentar o seu capital, mas que poucos se aventuram a fazê-lo. Porquê? Complexidade, risco, desconhecimento, erros que se pagam caros…

De facto, aprender com os erros é dos melhores ensinamentos que podemos ter, mas quando falamos em decisões de investimento, há algum que podem ser evitados se forem rapidamente reconhecidos.

Um dos investidores mais bem-sucedidos do mundo, Warren Buffett, defende que nunca devemos investir em empresas cujo modelo de negócios não entendemos. Assim sendo, antes de investir numa empresa pesquise: a empresa, o seu background, o seu negócio, o seu histórico. É importante perceber exatamente como tudo funciona.

Investigue, aproxime-se, mas não se apaixone. Quando uma empresa na qual investimos tem sucesso facilmente desenvolvemos uma ligação emocional por ela. Ficamos apaixonados e esquecemos que comprámos as ações como um investimento. Lembre-se sempre que comprou ações para ganhar dinheiro. Sempre que algum dos fundamentos que o levou a comprar ações mudar, considere vendê-las.

A compra e venda de ações é inegavelmente um investimento positivo, mas é preciso manter presente que o portefólio não cresce do dia para a noite. Obterá maior retorno a longo prazo se seguir uma abordagem lenta e constante. Esperar que um portefólio faça algo diferente do que aquilo para o qual foi projetado, é um caminho certo para o desastre. Isso significa que precisa de manter expectativas realistas sobre o tempo de crescimento e de retorno do seu portefólio.

Quando iniciamos uma atividade a excitação do momento, as conquistas e vitórias podem conduzir a decisões impulsivas e pouco sensatas. Mudar de posição e andar permanentemente a pular de um lado para o outro mata os lucros. Os custos de transação podem ter um impacto significativo nos resultados, sem mencionar as oportunidades perdidas associadas à perda de lucros de longo prazo de outros investimentos sensatos.

Dito isto, também precisa de saber sofrer, porque há sofrimentos que são necessários por serem estratégicos. Isto significa que terá de tolerar uma posição perdedora até que ela retorne ao seu valor original. As finanças comportamentais chamam a isto “erro cognitivo”. Ao não perceber uma perda, os investidores realmente perdem de duas maneiras. Em primeiro lugar evitam vender a ação perdedora, que pode continuar a cair até perder o valor. Em segundo lugar perdem a oportunidade de fazer melhor uso dos fundos de investimento.

Para investidores comuns, é prudente seguir o princípio da diversificação. Ao construir uma carteira de fundos negociados em bolsa (ETF), é importante distribuir o risco por todos os principais setores. Ao construir uma carteira de ações individual, considere também todos os principais setores. Como regra geral, não aloque mais de 5-10% a uma única posição.

Por fim, é importante destacar que o maior inimigo do investimento é, provavelmente, a emoção. O axioma de que o medo e a ganância governam o mercado é verdadeiro. Os investidores não devem deixar que o medo ou a ganância controlem as suas decisões. Em vez disso, devem concentrar-se no quadro geral. Os retornos do mercado de ações podem variar muito a curto prazo, mas, a longo prazo, os retornos históricos das ações de grande capitalização podem ser em média de 10%.

Em geral, um investidor deve construir uma carteira equilibrada composta por diferentes setores, principalmente o setor de tecnologia, indústria e materiais, saúde, setores cíclicos. O setor de energia verde também tem um potencial de crescimento bastante sólido no futuro.