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Cutipol na lista de uma das empresas que mais exporta para o Japão (Foto: Cutipol)

Um Japão de oportunidades

Por: Mariana Barros Cardoso

2020 é ano de Jogos Olímpicos e a PME Magazine decidiu desmistificar o Japão com um quase glossário de curiosidades sobre o país. O Japão é agora a terceira maior potência do mundo e cerca de 900 empresas portuguesas exportam 146 milhões de euros para lá.

Portugal é dos países que mais exporta para o Japão e são 898 as empresas portuguesas a exportar para o Japão – 87% delas são pequenas e médias empresas (PME) – segundo dados da Comissão Europeia – maioritariamente de azulejo, materiais de construção, toalhas com origem no Porto, bolachas, vegetais, enlatados e vinho com origem em Lisboa.

Segundo a lista revelada pela AICEP Portugal Global – Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal – dos 10 maiores exportadores para o Japão e qual a matéria-prima que é exportada, concluímos então que o Japão recebe indústria mineral, indústria de mobilidade, indústria de pneus, cutelarias portuguesas, indústria de carnes, indústria de transformação de produtos alimentares, produtos alimentares, indústria automóvel, indústria têxtil e indústria alimentar.

Para David Ribeiro, acionista e diretor comercial da Cutipol – uma das maiores empresas exportadoras – esta é uma conquista que se traduz numa “compra de 32% daquilo que produz só para o Japão”.

A Cutipol é uma empresa no ativo desde 1963 e uma vez que os fundadores já tinham uma outra empresa de cutelaria, pensaram para esta nova, Cutipol, num nome que lhes pudesse abrir portas ao mercado internacional.

A empresa está nas mãos da mesma família há três gerações e exporta para aproximadamente 65 países oriundos dos cinco continentes. Nas palavras do acionista David Ribeiro, “está nas melhores boutiques e cadeias de retalho, bem como na hotelaria, nos 50 melhores restaurantes do mundo”, dado que a empresa pode confirmar aquando da publicação de uma listagem de restaurantes e onde “a Cutipol está em mais de um terço dessa listagem”.

Segundo o responsável, a Cutipol é uma empresa com conhecimento “profundo” das cutelarias portuguesas e que mantém o tradicional trabalho dos artífices como um trabalho a manter e onde as matérias-primas são resultado de um estudo ergonómico das formas. Em resposta à PME Magazine, David Ribeiro, diz mesmo que, comparativamente ao mercado europeu, no Japão “valorizam muito a manufatura, perfeição, design e inovação” concluindo que o mercado japonês “é extremamente
exigente na qualidade e apresentação dos produtos”.

Com uma percentagem de lucro de 32% das vendas para o Japão, o acionista da empresa afirma que esta foi “uma estratégia delineada para o extremo oriente por serem mercados que têm apetência e valorizam os produtos de gama alta produzidos na Europa”.

Portugal é, atualmente, um dos países que mais vende para o Japão, criando uma taxa de empregabilidade de cerca de 5.929 postos de trabalho, segundo dados da Comissão Europeia, devido à mão de obra que tem de existir para que os produtos continuem a ser exportados e, ainda, 146 milhões de euros resultantes das exportações.

Existem cerca de 898 empresas portuguesas que exportam para o Japão e David Ribeiro conta-nos que foi através de contactos efetuados em feiras internacionais, “nomeadamente na Maison & objet (Paris, França) e Ambiente Fair (Frankfurt, Alemanha)” que surgiram as primeiras oportunidades de se tornarem numa das empresas exportadoras para o Extremo Oriente por serem “países com um poder de compra muito elevado”.

Além de o Japão ser um país com um poder de compra muito elevado, também a sua procura coincide, maioritariamente, com a oferta que Portugal dá no setor de moda – vestuário e calçado de couro, têxteis-lar, materiais de construção, cerâmicas utilitárias, vinho, material mobiliário e até mesmo energias renováveis.