Cerca de 40% das empresas dizem que a legislação, enquadramento regulamentar e as questões económicas e financeiras são os principais obstáculos à implementação de uma economia circular.
De acordo com os resultados preliminares do inquérito realizado pela CIP – Confederação Empresarial de Portugal, em conjunto com a EY-Parthenon, os principais obstáculos para a implementação de uma economia circular devem-se à legislação, enquadramento regulamentar e questões económicas e financeiras das empresas.
O inquérito está a ser realizado junto de 194 empresas e insere-se no projeto Economia Mais Circular. Este estudo pretende “fazer um levantamento do estado da arte da Economia Circular em Portugal”, procurando “estimular a adoção de uma metodologia de medição da circularidade nas empresas portuguesas amplamente testada a nível internacional”.
Dos resultados analisados até ao momento, cerca de 37,1% das empresas afirmam que a legislação e o enquadramento regulamentar são os principais entraves, sobretudo devido à regulamentação complexa, com 80% das empresas a considerarem este aspeto como uma barreira, e processos de desclassificação de resíduos difíceis e demorados, um aspeto identificado por 61% dos inquiridos.
As questões financeiras apresentam outro entrave para 37,1% das organizações no estudo, identificando como principais problemas a necessidade de investimento a longo prazo e a adoção de processos de gestão e planeamento mais dispendioso graças à aplicação de práticas complexas.
Em comunicado, a CIP destaca ainda que as questões técnicas são de igual modo apontadas como entraves para 31,1% das organizações. As justificações para esta categoria prendem-se com a necessidade de adoção de tecnologias específicas como a reciclagem que ajudam na “criação de produtos e de sistemas circulares, mantendo o nível de qualidade ou segurança dos produtos (70%) e a necessidade de maior know-how e conhecimento tecnológico (56%)”.
De salientar que 97% das organizações considera que adotar uma abordagem de Economia Circular é uma vantagem competitiva, em particular no que concerne à forma como adquirem, produzem e vendem produtos.
Quanto aos resultados globais do estudo, estes estão previstos serem divulgados em setembro.