Quinta-feira, Novembro 21, 2024
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Melhora confiança dos portugueses nas instituições

A Deco Proteste, com as suas congéneres na Bélgica, em Itália e em Espanha, realizou um inquérito sobre a confiança que os cidadãos depositam em várias instituições nacionais e internacionais, anteriormente levado a cabo em 2016.

Os resultados basearam-se em cinco questões específicas para aferir o grau de conhecimentos dos cidadãos sobre missão, atividade e estrutura do Serviço Nacional de Saúde (SNS), sistema judiciário português, Parlamento Europeu e Organização Mundial de Saúde (OMS), tendo sido pedido para medir os níveis de confiança, através de uma atribuição de uma classificação de 1 a 10.

Em Portugal, o ensino público surge destacado no índice de confiança, com a nota mais alta (6,9). Em segundo lugar na confiança dos portugueses (6,7) foi referido o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, seguindo-se o Exército (6,6) a Polícia (6,5) e o Serviço Nacional de Saúde (6,3). A gestão da pandemia da covid-19 contribuiu para melhorar a imagem que os portugueses têm das autoridades de saúde. Em comparação com o inquérito de 2016, o índice de confiança no SNS passou de 5,1 para 6,3.

No inquérito, o grau de conhecimento e de confiança no SNS oscilou consoante as perguntas. Um terço dos inquiridos, por exemplo, desconhece o valor das taxas moderadoras em vigor no SNS, e 40% não sabem como apresentar uma reclamação dos serviços prestados. Metade dos portugueses revela baixa confiança no SNS para responder atempadamente às suas necessidades, sobretudo devido ao aumento das listas de espera com a pandemia.

No polo oposto, com a avaliação mais baixa no gráfico da confiança, está o sistema judiciário (4) que, ao contrário das restantes instituições, não registou alterações assinaláveis face ao estudo de 2016. Seguem-se a Autoridade da Concorrência (4,4) e o Banco de Portugal (4,9) com os menores índices de confiança.

No panorama internacional, a gestão da pandemia pela Organização Mundial de Saúde não afetou a confiança dos cidadãos na instituição. Em comparação com o inquérito de 2016, passou de 5 para 5,8. No entanto, uma percentagem relevante dos inquiridos (41%) não acredita na independência da OMS perante os interesses da indústria farmacêutica ou dos governos. O Parlamento Europeu é a outra instituição internacional com pouco nível de confiança dos portugueses (5,4 numa escala de 1 a 10). As gerações mais novas são as que atribuem maior pontuação ao Parlamento Europeu no inquérito.

De acordo com o estudo, e de uma forma geral, os cidadãos revelam um enorme desconhecimento sobre as organizações nacionais e internacionais, o que fazem, como atuam ou estão organizadas. Quanto maior é o grau de informação sobre as mesmas, maior é também o nível de confiança.

Este estudo foi realizado em simultâneo nos quatro países, entre abril e maio de 2021. Uma amostra da população adulta, entre os 18 e os 75 anos, recebeu questionários online ou em papel. No total, obtiveram-se 5314 respostas válidas (1516 em Portugal), ponderadas por género, idade, região e habilitações literárias para refletirem a realidade de cada país. Os resultados espelham as opiniões e as experiências dos portugueses inquiridos.

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