Por: João Monteiro
No primeiro trimestre de 2022, foram transacionados cerca de 180 milhões de euros em imobiliário comercial no país, revelou a JLL no seu mais recente relatório trimestral de mercado, o Market Pulse, com os escritórios a liderarem o crescimento da comercialização de imóveis.
Segundo o estudo realizado pela JLL, “os escritórios lideram, com a absorção a crescer 120% em Lisboa e 112% no Porto quando comparado com o período homólogo, ao mesmo tempo que continuam os esforços do lado da oferta em prol de um reforço e qualificação do stock capaz de dar resposta às exigências de uma procura robusta e que continua sem sinais de abrandamento”.
”A renda prime segue em alta na capital, fechando o trimestre nos 25 €/m²/mensais com previsão de crescimento nos próximos trimestres”, indicou o mesmo estudo.
No retalho, os dados revelaram que a atividade mostra-se em recuperação progressiva após o impacto da pandemia e a maioria dos operadores a retomar os seus planos de expansão. Os retail parks e o retalho alimentar, após comprovarem a sua resiliência perante a adversidade, são agora alvo de interesse renovado, quer do lado dos ocupantes quer do lado dos investidores, motivando um crescimento no stock.
“A crescer está também o interesse no setor industrial e logístico que, após uma década marcada pela tímida procura, vive hoje um momento de crescimento sem precedentes em Portugal, marcando o arranque de um novo ciclo de forte dinamismo do lado da oferta e do investimento, com o número de novos projetos em pipeline a multiplicar-se com vista a conseguir dar resposta a níveis de procura cada vez mais elevados, que o mercado continua com grandes dificuldades em satisfazer, tanto em Lisboa como no Porto”, revelou o estudo.
A análise de mercado também revelou uma forte recuperação na atividade turística, com o número de dormidas e de visitantes em Portugal a quadruplicar nos dois primeiros meses de 2022 em relação ao ano passado, ao mesmo tempo que nos hotéis o diferencial dos principais indicadores da performance face ao observado no pré-pandemia é cada vez menos significativo, havendo mesmo exceções em que novos recordes estão já a ser ultrapassados, como é o caso da diária média em Lisboa que atingiu os 109 euros no primeiro trimestre do ano.
“O elevado volume de negócios em pipeline com conclusão prevista para os próximos trimestres que identificamos na JLL é uma prova de que o interesse do investidor se mantém em alta. Por isso, esperamos que o volume agora transacionado cresça de forma considerável nos próximos trimestres, colocando 2022 entre os melhores anos de investimento do mercado”, indica Pedro Lancastre, diretor executivo da JLL Portugal, citado no comunicado.
“O balanço da atividade no 1º trimestre de 2022 é, sem dúvida, animador e vem uma vez mais colocar em evidência a atratividade do setor imobiliário. O Market Pulse da JLL confirma uma tendência de crescimento transversal a todo o mercado português, embora, como seria de esperar, a diferentes ritmos de setor para setor, com áreas como o turismo ou o retalho ainda em rota de recuperação face às grandes quebras que sofreram ao longo dos últimos dois anos. Embora haja alterações conjunturais significativas como o aumento dos custos de construção e dos combustíveis, o impacto da subida da taxa de inflação e a incerteza e complexidade do conflito Ucrânia/Rússia, esperamos que o mercado imobiliário em Portugal possa continuar a ser um setor resiliente e com níveis de performance bastante positivos”, acrescentou Pedro Lancastre.