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José Oliveira, CEO da BI4ALL (Foto: Divulgação)

Nearshore, um novo paradigma de trabalho

Por: José Oliveira, CEO da BI4ALL

 

Nearshore… Falar de Nearshore é algo com o qual já estamos familiarizados. A nível global, cada vez mais se debate este conceito que, embora não seja novo, para muitas organizações ainda o é.

Portugal está na moda. Os últimos anos têm afirmado o nosso país como um dos pontos mais centrais da Europa e do Mundo. Desde as várias distinções no turismo, a organização do Europeu de Futebol e da Eurovisão da Canção, passando pelo Web Summit, entre outros marcos importantes que colocaram Portugal na agenda mediática global e que, ao mesmo tempo, têm vindo a incentivar as organizações a deslocarem as suas operações para, cá fazendo com que Portugal seja assim um dos locais de excelência para se investir.

Prova disso são as muitas multinacionais que já se instalaram ou têm planos para desenvolver negócios no país, bem como as empresas portuguesas que começaram a apostar, fortemente, no desenvolvimento tecnológico, num formato de Nearshore. Consequentemente, as primeiras reconhecem que Portugal tem recursos humanos com uma elevada qualidade técnica, capacidade de inovação e investigação, infraestruturas, assim como uma excelente capacidade de resposta adaptada às necessidades dos clientes. Podemos ainda afirmar que Portugal é um país de excelência pela qualidade de vida que proporciona, segurança, gastronomia, clima, património cultural e natural e a sua localização estratégica, reunindo assim os ingredientes que tornam Portugal muito atrativo para a instalação de operações de Nearshore.

Posto isto, podemos facilmente compreender que não é apenas um fator que faz com que as empresas elejam Portugal como o local perfeito para instalar os seus Centros de Nearshore.

De forma a responder às novas exigências do mercado, os Centros de Nearshore vêm proporcionar cada vez mais vantagens, proporcionando serviços que permitem ao cliente a redução de custos, melhorar o tempo de resposta (time-to-market), trabalhar com equipas experientes, flexíveis e com capacidades linguísticas e, assim, operar de forma mais eficiente.

No entanto, não nos podemos esquecer de que a tecnologia e o know how são a chave para a realização de projetos de sucesso. E que embora Portugal seja, claramente, um mercado em crescimento no que diz respeito a recursos de TI, é essencial que o nosso país continue a investir em pesquisa, desenvolvimento e investigação. Igualmente importante é sem dúvida a aposta na formação dos nossos talentos.

Apesar de Portugal apresentar uma percentagem significativa de profissionais na área das tecnologias de informação, com uma elevada capacidade de adaptação e utilização de novas tecnologias, sendo já um país reconhecido, globalmente, por grandes empresas que competem no mercado internacional, ainda não tem capacidade suficiente para reter o talento português, deixando muitas vezes, bons profissionais irem trabalhar para o estrangeiro.

Neste sentido, a maior oportunidade do setor das tecnologias de informação passa, sobretudo, pela aposta em inovação, mas, mais importante do que isso, é tornar as pessoas cada vez mais inovadoras. Como tal, é essencial que se otimize ainda mais o trinómio universidades-clientes-centros de competência, aproximando assim os mercados das instituições de ensino.

As empresas de TI devem assim proporcionar formação e suporte a todos os seus colaboradores, bem como proporcionar bases de conhecimento tecnológico, de modo a que estes se sintam constantemente valorizados e preparados para as constantes evoluções tecnológicas e com capacidade e vontade de oferecer as melhores soluções para obter os melhores resultados.

Acreditamos que este é o futuro do mercado de trabalho nas áreas de TI que, consequentemente, permitirá o desenvolvimento de Portugal e a criação de empregos qualificados e com capacidade de acrescentar valor. Em simultâneo, possibilitará também a promoção das qualificações de talentos portugueses e criar oportunidades e desafios muito aliciantes para os jovens recém-licenciados.

Contudo, o principal desafio do modelo de Nearshore está relacionado com a tendência natural para trabalhar com equipas locais em vez de equipas remotas, bem como a crescente concorrência de países com custos competitivos, o qual se deve combater através do desenvolvimento de um trabalho de excelência, do foco na criação de valor, pela oferta do best of breed e pelo elevado nível de competências das nossas equipas, criando assim uma oferta diferenciadora e muito competitiva no mercado.

Portugal tem tudo o que é preciso para conquistar a confiança das organizações multinacionais e ser um destino de excelência para o Nearshore.