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CINIDA, IBC AZORES
Entrevista PME Magazine ao diretor executivo do Centro Internacional de Negócios e Investimentos dos Açores, José Bettencourt (Fonte: Divulgação)

“Sabemos que os Açores são uma região de futuro e apostar nos Açores é apostar no melhor lugar para se investir da Europa” – José Bettencourt

Por: Djeisibel Lopes

O Centro Internacional de Negócios e Investimentos dos Açores abre as portas nos Açores para responder à procura dos investidores estrangeiros que pretendem investir nas ilhas.

O diretor executivo do Centro Internacional de Negócios e Investimentos dos Açores, José Bettencourt, conta, em entrevista à PME Magazine, como a iniciativa pretende apoiar a recolocação das empresas nos Açores e promover projetos internacionais de referência em áreas distintas.   

PME Magazine (PME Mag.) – Qual a importância da criação do Centro Internacional de Negócios e Investimentos dos Açores – CINIDA, IBC AZORES – Internacional Business and Investment Center of Azores?

José Bettencourt (J.B.) – O Centro Internacional de Negócios e Investimentos dos Açores – CINIDA – International Business and Investment Center of Azores – IBC AZORES foi prontamente reconhecido como uma entidade estratégica para a economia dos Açores. Contou no seu arranque com a presença do senhor Presidente do Governo Regional dos Açores, José Manuel Bolieiro, com o Representante da República, o Embaixador Pedro Catarino, com o Secretário de Estado da Internacionalização do Governo de Portugal, Bernardo Ivo Cruz, até ao primeiro Presidente e fundador da Autonomia dos Açores, João Bosco Mota Amaral, até representantes de Conselhos de Administração de Bancos e das mais relevantes empresas açorianas e autarcas.  É a estrutura de apoio aos investimentos e aos negócios nos Açores, prestando serviços de apoio totalmente dedicados a tonar possível a realização e acompanhamento dos investimentos nos Açores, independentemente da sua escala ou área de negócio.

PME Mag. – Quais os grandes propósitos a que se propõe o Centro Internacional de Negócios e Investimentos dos Açores?

J.B. – Prestar os serviços que as empresas internacionais, nacionais e regionais nos Açores realmente precisam. Apoiar as empresas significa desde logo dar apoio à abertura de empresas, à projeção e constituição do seu negócio, apoiar a relocalização de empresas para os Açores, apoiar as necessidades de crescimento e instalação de negócios, ajudar as marcas e empresas nacional e internacional de relevo a estarem estrategicamente presentes nos Açores. Preparar um business plan, apoiar todo o tipo de necessidades das empresas e dos investimento privado ou público, desde à implantação, viabilidade, estudo de mercado, impacto e necessidade, até ao recrutamento, ao apoio à conceção de projetos de crescimento e adaptação à economia dos Açores. Mas também no apoio direto à gestão empresarial, passando pela planificação da modernização e digitalização das empresas, à reafectação e instalação de serviços, potenciando ao mesmo tempo a internacionalização de empresas e instituições, contribuindo para o crescimento da economia açoriana e assim contribuir para o crescimento da economia portuguesa.

PME Mag. – Qual é a missão do Centro Internacional de Negócios e Investimentos dos Açores?

J.B. – O Centro Internacional de Negócios e Investimentos dos Açores tem como missão apoiar a captação de novos investimentos para a Região Autónoma dos Açores. Apoiar as empresas internacionais e nacionais que querem investir nos Açores, que querem abrir negócios nos Açores, empresas nacionais e multinacionais que querem estar presentes com a sua marca, valorizar o seu negócio, apostando na relocalização, fixar uma filial ou estrutura de apoio, reforçar a sua expansão e crescimento de empresas e particulares. O Centro Internacional de Negócios e Investimentos dos Açores é a estrutura de apoio às instituições regionais, empresariais, a empreendedores e investidores que desejem participar no potencial de crescimento e valorização que os Açores podem projetar para o mundo.  

Pretendemos assim dar o nosso contributo para fazer dos Açores um lugar com interesse estratégico, capaz de atrair o investimento, contribuindo para a sua crescente promoção internacional. Sabemos que os Açores são uma região de futuro e, no contexto atual, apostar nos Açores é apostar no melhor lugar para se investir da Europa.

PME Mag. – Como uma empresa ou investidor deve Abrir uma Empresa nos Açores?

J.B. – Deve desde logo contactar o Centro Internacional de Negócios e Investimentos dos  Açores, que dispõe de um balcão especialmente dedicado ao apoio direto às empresas, investidores e empresários. Dispõe de uma linha telefónica dedicada a empresários e investidores que fará o atendimento e agendamento de reuniões e serviços ou para contactos com empresas e investidores nacionais e internacionais. O Centro Internacional de Negócios e Investimentos dos Açores – CINIDA está capacitado com infraestruturas preparadas para a receção a investidores nacionais e internacionais, recursos humanos qualificados para acolher toda a comunidade, apoiando o Investimento e desenvolvimento de negócios nos Açores, onde cada empresário é responsável pelo seu negócio/investimento e pelo impacto que este  poderá causar na sua execução.

Existe uma percentagem muito significativa de novas empresas nos Açores, muitas pequenas e médias empresas e mesmo microempresas, estando os Açores no ranking cimeiro de criação de novas empresas. Os Açores são o melhor local de Portugal e da Europa para abrir uma nova empresa ou relocalizar empresas e novos projetos empresariais.

PME Mag. – Como avalia a evolução do setor empreendedor no arquipélago nos últimos anos? Está no bom caminho?

J.B. – O setor empreendedor está a crescer a bom ritmo, de alguma forma surpreendente, os Açores cresce economicamente sem interrupções há mais 2 anos e isso é um sinal claro de que os Açores têm futuro e são neste momento uma forma de afirmação da economia portuguesa no Mundo. O crescimento de novas empresas nos Açores está no ranking de criação de empresas a nível nacional e isso significa que o tecido empresarial nos Açores está verdadeiramente a mudar e a transformar-se. 

PME Mag. – É verdade que os benefícios fiscais dos Açores são dos melhores da Europa?

J.B. – Os Açores beneficiam de um regime fiscal global único na Europa, oferecendo um dos mais atrativos regimes fiscais e incentivos ao investimento da Europa, tendo o 2º mais baixo IVA da zona euro (Taxa Reduzida 4%; Taxa Intermédia 9%; Taxa Normal de 16%) e apresentando dos mais baixos impostos do mundo para as empresas (IRC 8,75 %). Os Açores têm a mais baixa carga fiscal de Portugal, dando a possibilidade das empresas sediadas nos Açores poderem por esse efeito obter igualmente benefícios fiscais únicos, tirando vantagens únicas do forte apoio e incentivo à contratação e criação de postos de trabalho, oferecendo cada vez mais mão de obra qualificada e quadros de superior formação quer aos Açores, quer a Portugal.

Os Açores oferecem um ambiente empresarial único no contexto europeu e proporciona uma das melhores vantagens competitivas da Europa em várias áreas de negócio, oferecendo excelentes oportunidades de incentivos ao investimento. Incluindo um sistema atrativo de apoio ao investimento único, com medidas de apoio ao emprego, impostos competitivos e benefícios fiscais específicos que são uma mais valia em toda a Europa. É o destino sensação da Europa e está estrategicamente colocado no meio de dois continentes. O Americano e europeu. É a primeira porta da Europa a todos aqueles que vem das Américas, do Canadá, do Brasil, India ou até Oriente, e este facto será um fator decisivo a todos aqueles que estão do lado de lá do Atlântico.

PME Mag. – Os Açores são uma região de interesse estratégico nacional e internacional?

 J.B. – Os Açores estão na rota dos investidores internacionais. Os dados económicos são muito promissores e em alguns casos surpreendentes. Tem contribuído decisivamente para isso a estabilidade política que os sucessivos governos tem tido e dado aos Açores. Os Açores estão a liderar o crescimento de novas empresas e isso está ligado necessariamente aos recordes que todos os dias se ultrapassam a nível turístico. Os Açores fecharam o ano de 2022 com 2,5 milhões de visitas turísticas, o que perfaz 12 vezes mais o seu número de referência populacional de 246.000 habitantes e o desemprego está níveis dos mais baixos de sempre. Os Açores dão a Portugal uma essência atlântica, fundamental para posicionar Portugal na senda de vários “grandes espaços”, pela qual passarão cada vez mais importantes rotas comerciais, militares, marítimas e aéreas.

PME Mag. – Como vê o aparecimento crescente de novas PME no Arquipélago dos Açores e nas suas nove ilhas?

J.B. – Em 2023, o governo açoriano anunciou a maior taxa de execução de sempre do orçamento da região. Os Açores crescem economicamente há 24 meses consecutivos e tem a maior população ativa da sua história. Um novo tecido empresarial e produtivo começa a nascer nos Açores. Os Açores estão em lugares cimeiros no crescimento de novas empresas e isso está ligado necessariamente aos recordes que todos os dias se ultrapassam a nível turístico.

No ano de 2022, a taxa de desemprego cifrou-se em cerca de 6%, o que faz com que seja a mais baixa taxa de desemprego de Portugal e a taxa mais baixa de desemprego dos últimos 14 anos nos Açores. O tecido empresarial açoriano está assente numa economia demasiado dependente do seu mercado interno, com cerca de 29.000 empresas não financeiras, o que representa cerca de 70.000 empregos diretos. São cerca de 500 as empresas de média expressão e não mais de que 50 as empresas privadas com verdadeira vocação e condição exportadora. Cerca de 84% do tecido empresarial dos Açores é composto de microempresas e pequenas empresas, cerca de 1/3 são negócios criados nos últimos cinco anos.

PME Mag. – Para que tipo de empresas e investidores vai o vosso foco enquanto Centro Internacional de Negócios e Investimentos dos Açores?

J.B. – Os Açores tem hoje a capacidade de atrair conjunto de redes internacionais e oportunidades estratégicas. O seu desenvolvimento empresarial passa, em muito, pela atração de polos de competências que permitam aos Açores afirmar-se como o “europorto” da Europa. Pela dinamização e aposta em novos setores, que vão desde as diversas indústrias: tecnológicas e digitais, a criação de hubs, centros de ciência e tecnologia, a abertura de data e digital centres, startups, nómadas digitais. Os Açores tem todas as condições para liderar o crescimento de novas pequenas e médias empresas em Portugal.