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Sofia Patrão Alves, Head de Recursos Humanos da 360imprimir.pt
Sofia Patrão Alves, Head de Recursos Humanos da 360imprimir.pt (Fonte Divulgação)

“O vencimento manteve-se e adicionámos ainda o subsídio de teletrabalho” – Sofia Alves

Por: Ana Vieira


A empresa 360imprimir.pt, pioneira na adoção do modelo de trabalho de quatro dias por semana em Portugal, garante que cumpriu com os objetivos nas três principais áreas de impacto: bem-estar e satisfação dos colaboradores; atração e retenção de talento; e sustentabilidade do negócio.

Um ano depois da medida entrar em vigor, Sofia Patrão Alves, Head de Recursos Humanos da 360imprimir.pt, explica à PME Magazine que “98% dos colaboradores revelam que têm um bom work life balance e a rotatividade na empresa diminuiu 50%”. 

PME Magazine (PME Mag.)- Que expectativa tinha a 360imprimir.pt quando avançou com a semana de quatro dias de trabalho?
Sofia Patrão Alves (S.P.A.)- As nossas principais expectativas e (motivações) para a implementação do modelo de quatro dias estavam relacionadas com o impacto na satisfação dos nossos colaboradores, e consequentemente, na diminuição da taxa de rotatividade.

Em paralelo, esperávamos ter impacto na atratividade e conseguirmos recrutar mais rápido e melhor, algo que também aconteceu. Obviamente, tínhamos também a expectativa de não ter um impacto negativo no negócio e na entrega dos nossos objetivos. Um ano depois da implementação do modelo, podemos concluir que as nossas expectativas estão a ser correspondidas até à data.

PME Mag. – Sendo uma medida pioneira em Portugal, em que estudos se suportou a 360imprimir.pt? 
S.P.A – Fundamentalmente, percebemos que era crucial mudar o nosso modelo de trabalho depois da pandemia, de forma a mantermos os colaboradores motivados e conseguirmos atrair novos talentos. Para tal, contratámos uma consultora externa para avaliar connosco várias opções e acabámos por implementar esta medida em outubro de 2022.

PME Mag. – Como é colocada em prática esta medida? Os colaboradores fazem mais uma hora nos restantes dias? Escolhem o dia que não trabalham? É rotativo? O vencimento manteve-se?
S.P.A – Para a implementação do modelo, ficou definido que os colaboradores passariam a trabalhar 36 horas semanais (antes do modelo o horário era de 40 horas semanais).

A maioria das equipas trabalha nove horas por dia, de 2ª a 5ª feira, sendo o dia off fixo (sexta-feira). Para as áreas que têm de garantir o funcionamento durante toda a semana, o dia off é rotativo. O objetivo é garantir que todos os colaboradores usufruem do modelo se assim o pretenderem, mas sem impacto nos nossos clientes e na qualidade da nossa entrega.

O vencimento manteve-se e adicionámos ainda o subsídio de teletrabalho, dado que optámos por implementar ambas as medidas (semana de 4 dias e trabalho remoto).

PME Mag. – Quais os principais benefícios para a empresa e para os colaboradores após a redução da semana de trabalho?
S.P.A – Há uma satisfação geral com o modelo, como indicam os dados do nosso barómetro anual. 98% dos nossos colaboradores revelam que têm um bom work life balance e a rotatividade na empresa diminuiu 50%.

PME Mag. – E os pontos menos positivos?
S.P.A. – O maior desafio é garantir que a nossa produtividade se mantém. Este é um indicador que se tem mantido estável, no entanto, é um indicador que continuaremos a monitorizar com regularidade.

PME Mag. – Que conselhos dão a outras empresas que tenham receio em avançar com esta medida?
S.P.A. – A decisão de avançar com uma medida destas deve ser ponderada e muito bem analisada em todas as vertentes. A sua aplicabilidade depende muito do modelo de negócio e das suas necessidades, pelo que, da nossa experiência, acreditamos que para o sucesso do modelo, é necessário fazer uma análise interna profunda.