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Tlantic tem apoiado as empresas de retalho na sua transição digital (Foto: Pixabay)

“O Omnichannel é mais importante do que nunca” – Francisco Pinto

Por: Afonso Godinho

Na sequência da atual crise económica, provocada pela pandemia Covid-19, muitas empresas do setor de retalho viram-se forçadas a encerrar os seus espaços físicos por imposição das medidas do Governo. Nesse sentido, a Tlantic, empresa de software do setor do retalho, tem vindo a apoiar as empresas da área, através dos seus processos de operacionalização que permitem uma transição digital para um modelo com vários canais de venda, o omnichannel.

Em entrevista à PME Magazine, Francisco Pinto, chief development officer da Tlantic, explica-nos um pouco mais sobre o apoio que está a ser dado às empresas, bem como algumas soluções desenvolvidas pela empresa.

PME Magazine – Que tipo de apoios conseguem dar aos vossos clientes?

Francisco Pinto (F. P.) – A Tlantic tem a missão de apoiar os retalhistas na transformação das suas operações de loja e na comunicação digital e relacionamento com o cliente. Damos respostas às necessidades de gestão dos processos da loja e dos processos de gestão dos colaboradores do setor retalhista, para elevar, através de soluções e serviços, a eficiência, produtividade, rentabilidade, economia e nível de serviço das lojas. E fazemo-lo através da conexão entre o físico e o digital, o omnichannel é mais importante do que nunca e a loja física precisa de se adaptar aos desafios da digitalização, de forma simples, rápida e inovadora.

PME Mag. – Como caracteriza a dinâmica que está a ser implementada neste setor?

(F. P.) – As novas tecnologias já não são mais uma opção para o retalho se manter competitivo, são obrigatórias. O retalhista precisa de ter um olhar aberto para todas as possibilidades de inovação, para não ficar para trás. A dinâmica do retalhista está em encontrar as suas ineficiências internas e necessidades de otimização, de forma a simplificar a operação, a gestão das pessoas, as transações e a comunicação com os clientes.

PME Mag. – De que forma é que a atual situação pandémica veio constituir uma oportunidade para desenvolver a TLANTIC nos últimos meses?

(F. P.) – A situação atual fez-nos observar ainda mais de perto as necessidades dos retalhistas e pudemos promover evoluções tecnológicas necessárias, para que pudéssemos dar respostas aos nossos clientes de forma eficaz. Reinventamos processos, otimizamos as operações e promovemos uma adaptação rápida, com base em tecnologia de ponta e maior eficiência de atendimento digital no processo de loja. Os nossos produtos mostraram-se bastante resilientes na atual situação pandémica onde o apoio à organização de equipas (com o Tlantic Workforce Management) e a adaptação ao incremento da atividade do canal eletrónico (com o Tlantic Mobile Retail) são alguns exemplos.

Reinventamos processos, otimizamos as operações e promovemos uma adaptação rápida, com base em tecnologia de ponta e maior eficiência de atendimento digital no processo de loja.

PME Mag. – Poderia revelar-nos um pouco mais das vossas soluções, como a Tlantic Workforce Management, a Tlantic Mobile Retail e a Tlantic Store Sales Services? De que forma é que estas aplicações podem ajudar os vossos clientes?

(F. P.) – Nós atuamos em toda a jornada da loja, com respostas às necessidades de gestão dos seus processos e da gestão dos colaboradores. Fazemos isso através destas três soluções: Tlantic Workforce Management, solução de gestão de força de trabalho que estima as necessidades de trabalho, faz o planeamento das escalas e gestão de horários dos colaboradores da loja, entende e gere a realidade da loja e otimiza o tempo dos gestores na gestão destas escalas. A solução Tlantic Mobile Retail garante, através de uma solução totalmente móvel, a execução eficiente e o controlo de todos os processos de loja (gestão dos fluxos de stock, gestão de preço, auditorias, gestão de ruturas, abastecimento de mercadorias na gôndola, controlo de validades, entre outros). Com a solução Tlantic Store Sales Services, integramos o front office da loja. Uma arquitetura modular, flexível e orientada a serviços, que promove a integração com as aplicações corporativas dos clientes, gere a tesouraria da loja, o processo de venda e mantém o controlo e monitorização operacional dos operadores de caixa.

PME Mag. – De que forma é que, com a atual situação pandémica, os vossos clientes estão a fazer a progressão para o meio digital? Como encara essa adaptação? Que mudanças perspetivas para o futuro dos espaços comerciais?

(F. P.) – Acredito que hoje não há retalhista que não tenha ainda algum tipo de atuação digital, seja ela qual for. Sabemos que o comércio eletrónico e o comércio físico não são autónomos, nem exclusivos: os dois são dependentes e complementares. Para nós, na Tlantic, é exatamente nesta sinergia que se dá lugar ao novo retalho. Este que teve que seguir um avanço em tempo recorde devido à pandemia. O meio digital é adequado para compras individuais e planeadas, mas, por exemplo, o que temos vivido no retalho alimentar durante a pandemia mostra que a progressão tem que ocorrer no chão de loja, nos processos e na tecnologia de loja, mais do que no ambiente digital (não existe digital, sem a componente física). Mesmo nos casos mais bem-sucedidos, o comércio eletrónico no setor alimentar é irrelevante quando medido pela proporção das vendas totais. O futuro, que para nós é o hoje, é seguirmos a fazer e garantir a ligação destes dois mundos, com uma estratégia de atuação omnichannel.

O meio digital é adequado para compras individuais e planeadas, mas, por exemplo, o que temos vivido no retalho alimentar durante a pandemia mostra que a progressão tem que ocorrer no chão de loja, nos processos e na tecnologia de loja, mais do que no ambiente digital.

PME Mag. – Existe algum caso, em particular, que aponte como um caso de sucesso neste acompanhamento tecnológico que a Tlantic tem para com os seus clientes?

(F. P.) – A Tlantic tem quase 20 anos de atuação com foco exclusivo no desenvolvimento de soluções para o retalho, com muito conhecimento de negócio adquirido e, assim, casos de sucesso a serem partilhados. Por exemplo, no retalho alimentar, o Lidl Portugal tem implementada a solução Tlantic Workforce Management, o que permitiu que reduzam, substancialmente, o tempo gasto pelos gestores de loja para criar os horários, além de identificar as reais necessidades em números de colaboradores por escala de trabalho, o que garantiu redução dos custos operacionais, maior satisfação dos colaboradores e dos clientes. Já a Worten, a partir da implementação do Tlantic Mobile Retail, conseguiu melhorar a experiência final do cliente, por agora ser capaz de dedicar mais tempo ao atendimento ao cliente, com as informações na palma da mão dos colaboradores. Também vale citar o caso da solução Tlantic Store Sales Services nas lojas da Sonae Fashion. A solução ajuda em todo o processo de venda dos colaboradores da loja e assistência ao cliente. Acompanha a questão dos serviços, loyalty, a ligação ao cartão Continente e aos novos meios de pagamento e ainda responde ao grande desafio das insígnias do grupo, que é passarem de uma vertente mais de retalho físico para um retalho omnicanal.
Nomeadamente, ainda podemos citar casos de outros clientes como o Grupo Pão de Açúcar, as redes de farmácias Dimed e Drogaria Araújo e as lojas de moda Marisa, grandes retalhistas do mercado brasileiro, para além do Grupo Iberian Sports Retail Group, Parfois, Radio Popular, entre outros casos relevantes e de mudança da cultura da loja, em diferentes geografias.

PME Mag. – Qual o feedback que têm recebido dos vossos clientes? Como têm percecionado e avaliado o desenvolvimento das vendas dos mesmos?

(F. P.) – Não podemos falar em termos de desenvolvimento das vendas dos nossos clientes, por ser um tema distinto a cada um e de acordo com o segmento e o nível de seu desenvolvimento tecnológico. No entanto, hoje o retalho alimentar está sem dúvidas a ter mais oportunidades do que o retalho de moda, por exemplo. São feedbacks variados, mas o que percebemos é que tornou-se imprescindível que o retalhista tenha os parceiros de tecnologia certos e que saiba atuar com dados, de forma a prever e medir o desempenho da loja e antecipar os seus processos.

PME Mag. – Que objetivos futuros tem a empresa?

(F. P.) – Queremos seguir com a nossa estratégia de internacionalização e consolidação das nossas presenças nos mercados ibérico e brasileiro. E claro, continuar a dar resposta, através de tecnologia de ponta, aos desafios dos retalhistas, com a inovação e a evolução de soluções para gerar processos mais elaborados e o contínuo ganho em eficiência na operação.