Segunda-feira, Abril 28, 2025
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Correios de Portugal criam parceria com eBay

Por: Marta Godinho

Os Correios de Portugal (CTT) criaram uma parceria com o eBay de forma a internacionalizar as empresas portuguesas e oferecer condições benéficas a todas as empresas que utilizem a plataforma eBay para vender online. As adesões ao programa já estão disponíveis.

Todas as empresas portuguesas que adiram a esta parceira e vendam os seus produtos diretamente no e-marketplace da eBay poderão vir a usufruir de ferramentas CTT que facilitem os seus envios. Tudo isto é possível pois estar numa plataforma global permite às empresas aceder a diversos mercados sem realizar desenvolvimentos, a possibilidade de aprender quais os mercados onde os seus produtos têm maior influência, beneficiar de menores barreiras à entrada e ter custos de exposição do catálogo relativamente baixos face à presença física.

“Esta parceira é muito relevante e enquadra-se na estratégia dos CTT como grande impulsionador da digitalização e presença online das empresas portuguesas”, afirma João Sousa, administrador dos CTT.

Daniel Biran, head of Business Development, Global Markets, eBay, afirma estar bastante satisfeito por poder apoiar pequenas e médias empresas em Portugal, pois são “dos principais mercados da região” e que “já existem mais de 11,000 vendedores portugueses que vendem com sucesso no eBay. Com efeito, a cada 47 segundos, é vendido um produto localizado em Portugal no eBay”.

“Estamos entusiasmados e honrados por podermos cooperar com os CTT, para em conjunto, ajudarmos mais empresas locais a tornar os seus negócios globais, com um suporte e benefícios exclusivos para terem sucesso online”, acrescenta.

A adesão a este programa vai ser completamente gratuita e as empresas vão receber um ToolKit com manual e dicas de como vender no eBay com acesso exclusivo a informações sobre todas as iniciativas que serão desenvolvidas no âmbito desta parceria. Em empresas com mais de 100 produtos listados no eBay ou que sejam considerados com elevado potencial, serão contactados por alguém do eBay que lhes irá propor gratuitamente um programa de aceleração de vendas. Ademais, terão um programa de treino pessoal com especialistas do eBay, irão beneficiar de limites de vendas mais elevados e uma assinatura gratuita da loja eBay durante um trimestre de forma a ajudar a tornar os seus negócios globais e alcançar mais rapidamente 135 milhões de compradores por todo o mundo.

Atualmente, os CTT lideram o desenvolvimento do e-commerce em Portugal e cada vez mais plataformas de comércio global têm desempenhado um papel determinante, em especial os e-marketplaces que têm crescimento significativamente ano após ano com a capacidade de promover e gerar tráfego nas geografias em que estão presentes, de uma forma em que dificilmente uma empresa individual poderia conseguir realizá-lo.

Cada vez mais, os CTT apresentam soluções eficazes e de rápida implementação e assumem-se como um parceiro único que apresenta todas as condições para ajudar as empresas a encontrar mais adequadas e completas soluções para o seu negócio ao longo de todo o ano.

“Dinamizamos sistemas para a descarbonização das cidades” – André Marques

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Por: Marta Godinho

A dstsolar é uma empresa focada na prestação de serviços de engenharia no setor da energia que apresenta departamentos e áreas de negócio voltadas para soluções de projeto. Em entrevista à PME Magazine, André Marques, CEO da empresa, explica como se tornaram na primeira comunidade de energia industrial em Portugal, aborda a importância das energias renováveis e apresenta os planos para o ano que se inicia.

PME Magazine (PME Mag.) – Como carateriza a empresa?

André Marques (A. M.) – A dstsolar é uma empresa especializada na prestação de serviços de engenharia no setor da energia com departamentos e áreas de negócio vocacionadas para soluções de projeto – concept & design, fornecimento de materiais e equipamentos, execução de projetos customizados, supervisão, operação e manutenção de centrais de produção de energia. Ao longo da última década, adquirimos know-how em diversos segmentos no setor da energia, nomeadamente na produção centralizada e descentralizada de energia e apostamos fortemente nas energias de fonte renovável, com o horizonte de um consumo mais responsável, sustentável e eficiente. A dstsolar lidera e participa em projetos colaborativos de I&D, com elevada dinâmica processual, nutridos pelos diferentes níveis de informação provenientes das diversas entidades envolvidas e que nos concede acesso a tecnologia de vanguarda e de extrema relevância. Traçamos os vetores que nos levam ao encontro das tendências do mercado, preparando-nos para um futuro com ferramentas inovadoras e adequadas, dotando-nos de elevada competitividade em relação às outras empresas, sempre mantendo o foco no resultado que desenhamos no nosso roadmap. Encontramo-nos ativamente no roteiro para a neutralidade carbónica, com estratégia, objetivos e metas bem definidas, no qual pretendemos dar um forte contributo neste processo de transição energética e descarbonização da nossa economia. Somos permanentemente em construção e somos a inquietação que busca a sua constante reinvenção e vemos nisso uma oportunidade para nos posicionarmos e sermos um dos principais atores que contribuirão para estes resultados, com a nossa cultura, as nossas equipas e parceiros.

PME Mag. – Como explica o impacto que foi tornarem-se na primeira comunidade de energia industrial em pleno funcionamento em Portugal?

A. M. – O dstgroup, através da dstsolar, alcança e concretiza mais um objetivo a que se propôs. O facto da CER [comunidade de energia industrial] no nosso campus hoje ser uma realidade, demonstra que com paixão, cultura, criatividade, competências, empenho e investimento, conseguimos aliar a sustentabilidade ao interesse coletivo e fomos capazes de desenvolver soluções que permitem incrementar o nosso consumo energético proveniente de fontes renováveis, contribuindo para a redução da nossa pegada de carbono na descarbonização da economia. Além de aportarmos competitividade à região e disso se refletir na componente socioeconómica, reforçamos a posição que pretendemos ocupar neste mercado das energias renováveis, tanto no setor público como no privado.

PME Mag. – Quais são os processos por que esta CER passa para atingir poupança energética?

A. M. A constituição da CER passa por agregar participantes (sócios), produtores de energia e consumidores, tendo como principal objetivo a partilha de energia excedente, inferior ao preço de mercado. Âmbito das CER: Produzir energia renovável através de unidades de produção para autoconsumo (UPAC); consumir energia renovável produzida pelas UPAC; partilhar com os membros da CER fluxos de energia produzida e energia não consumida; armazenar energia renovável produzida não consumida; vender, nomeadamente através de contratos de aquisição de excedentes; aceder aos mercados de energia adequados, tanto diretamente como através de agregação. Vantagens das CER: Redução da utilização de combustíveis fósseis; redução do preço da eletricidade; redução da emissão de CO2; combate à iliteracia e pobreza energética; valorização de ativos.

PME Mag. – Cada vez mais é preciso entender que cada um faz a diferença para a construção de um planeta melhor e mais saudável. De que forma é que transmitem a vossa mensagem, para criar mais conhecimento e noção junto do vosso público?

A. M. – O cenário atual e global que vivemos no setor energético não nos deixa margem para dúvidas. Vamos ter de continuar a investir e apostar fortemente na expansão da matriz energética com a integração de forma global de sistemas de produção de energia de fonte renovável. Na dstsolar consideramos que o novo Bauhaus Europeu é o caminho a seguir e vemos nele uma excelente oportunidade para construir as linhas que unem a utilidade à sustentabilidade, à inclusão e à arte, valores que definem a nossa essência. Há em nós uma espécie de ética que nos coloca no lugar e nos interesses do outro, para além do que queremos, e do que é do nosso interesse individual. Isto reflete-se neste tema e a responsabilidade outrora suportada pelos agentes políticos, hoje é estendida transversalmente à indústria e também aos cidadãos. Assim, o cidadão deixa de ter apenas e só, o papel de consumidor, e passa a ter a oportunidade de ser responsável por participar, ser tomador de decisões e contribuir neste equilíbrio na transição energética e sustentabilidade. É nesse sentido que devemos promover esta responsabilidade universal diante dos principais atores que são as pessoas, a academia, pequenas e médias empresas, outros agentes ou autoridades, autarquias, cujo poder local é fundamental e deve participar ativamente. Este deve ser o caminho para efetivar a real democratização do autoconsumo, acompanhado de informação e de processos simples e ágeis. Aliás, além de cada um de nós poder produzir, utilizar, direcionar e gerir de forma mais eficiente essa energia, contribuindo para o caminho da descarbonização, permitirá também, noutro âmbito, contribuir de forma social no combate à iliteracia e pobreza energética e outro tipo de desequilíbrios ou vulnerabilidades socioeconómicas. A dstsolar concentra as competências e sinergias para promover, dinamizar e implementar sistemas que contribuam para a descarbonização de empresas e cidades para a transição energética e crescimento exponencial da produção de energia de fonte renovável, tornando-a mais disponível e mais acessível.

PME Mag. – Acredita que Portugal ainda tem muito para crescer quanto a energias renováveis?

A. M. – Portugal é, claramente, um país que reúne as condições necessárias, para apostarmos e sermos um exemplo no domínio das energias renováveis, nomeadamente na produção centralizada e descentralizada nos vários recursos de que dispomos, sendo que hoje produzir energia a partir de fontes renováveis e a baixo custo é um desígnio nacional. O nosso país, à sua dimensão, evoluiu no âmbito das energias renováveis, a exemplo disso, o crescimento do número de sistemas de produção de energia descentralizada de origem renovável em 2022 ultrapassou largamente os instalados em 2021. Este resultado deve-se essencialmente à sensibilização e consciencialização do consumidor para o impacto das alterações climáticas e volatilidade dos mercados energéticos. No que concerne às infraestruturas de distribuição e transporte de energia, há um caminho iniciado no investimento e desenvolvimento das mesmas, meritório do envolvimento do setor público e privado. No segmento de empreendimentos de produção centralizada, temos em Portugal inúmeros promotores com projetos de grande escala que após concretização serão um importante contributo para a nossa economia e, sobretudo, para diminuirmos a nossa dependência de combustíveis fósseis.

PME Mag. – Quais são os planos para 2023?

A. M. – Em 2023, a dstsolar tem desenhado no seu plano de atividade, nas diferentes áreas onde opera, a continuidade, ampliação e diversificação no segmento das energias renováveis, com a promoção, desenvolvimento e incremento de diferentes pipelines, no âmbito dos sistemas de produção, armazenamento e gestão de energia de fonte renovável, onde se incluem os projetos de produção descentralizada. Neste segmento concentramos uma unidade plenamente dedicada ao desenvolvimento, conceção e implementação de CER, onde nos apresentamos ao mercado já com portfólio e capacitados para materializar estas comunidades, disponibilizando a modalidade de financiamento, sem qualquer custo inicial de investimento para o cliente e onde assumimos o papel de EGAC – Entidade Gestora de Autoconsumo Coletivo, suportada pela nossa plataforma de gestão das CER. Num contexto operacional e interventivo, nas diversas áreas de atividade da dstsolar, incluímos uma unidade de negócio que demonstra constante evolução e crescimento, na vertente O&M – operação e manutenção, serviço após-venda, agregando a componente de asset management. Temos também no nosso roadmap a continuidade dos projetos de I&D que lideramos e participamos, com agendas promissoras num horizonte de penetrar o mercado com soluções tecnologicamente avançadas que como já mencionamos anteriormente também irão contribuir para a descarbonização da economia.

“Queremos continuar a criar o futuro do áudio” – Nuno Fonseca

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Por: Marta Godinho

A Sound Particles é uma startup que se baseia na criação de software áudio 3D para a indústria de entretenimento que foi utilizado, muito recentemente, na criação e desenvolvimento da biografia musical de “I Wanna Dance with Somebody” de Whitney Houston e na produção de “O Gato das Botas: O Último Desejo”. Em entrevista à PME Magazine, Nuno Fonseca, CEO da Sound Particles, conta-nos sobre o software utilizado, o processo de produção das duas peças e as perspetivas de futuro da startup que está agora a crescer exponencialmente, tanto em Portugal, como em produções no estrangeiro.

PME Magazine (PME Mag.) – Como é que carateriza esta startup?

Nuno Fonseca (N. F. ) – A Sound Particles é uma startup deeptech que cria software áudio 3D para a indústria do entretenimento (cinema, TV, videojogos, música), usado em todos os grandes estúdios de Hollywood, em projetos como o Game of Thrones, Stranger Things, Dune, StarWars.

PME Mag. – Como carateriza o crescimento para o estrangeiro?

N. F. – A Sound Particles sempre trabalhou para o mercado internacional (o mercado nacional representa menos de 1% das vendas). Começamos inicialmente a trabalhar para Hollywood, depois Europa e, mais recentemente, a Ásia.

PME Mag. – Qual é o segredo que torna o vosso software mais especializado?

N. F. – O nosso software permite a criação de sonoridades épicas com literalmente milhares de sons a tocar ao mesmo tempo. Por exemplo, é a ferramenta ideal para criar o som de uma batalha, com milhares de sons em simultâneo. O que fizemos foi utilizar técnicas de computação gráfica (tais como as que são usadas em programas de efeitos visuais), e adaptá-las para a área do som, permitindo produtividade, escala e qualidade de som fora da habitual.

PME Mag. – Fale-nos um pouco do processo das produções de “I Wanna Dance with Somebody” e “O Gato das Botas: O Último Desejo”

N. F. – No “I Wanna Dance with Somebody”, a equipa de sound design (vencedores do Óscar para melhor som com o Bohemian Rhapsody), utilizou o Sound Particles para várias situações, nomeadamente para recriar o som dos grandes concertos ao vivo, com milhares de espetadores a aplaudir. No caso do Gato das Botas, acabámos por descobrir que o nosso software tinha sido usado, por conversa com o sound designer do filme, mas não sabemos grandes pormenores sobre em que cenas em concreto. Em ambos os casos, já conhecemos os profissionais há vários anos, e já são utilizadores do Sound Particles de longa data.

PME Mag. – Como foi trabalhar em duas produções completamente distintas?

N. F. – Nós apenas fazemos o software, que depois é usado por estes profissionais de topo. No entanto, é sempre um prazer saber que o nosso software é usado por alguns dos melhores profissionais do mundo nesta área. No caso do filme da Whitney Houston, convidaram-me, numa das minhas viagens a Los Angeles, a ir aos estúdios da Fox, onde estavam a fazer a mistura final do filme, para ouvir em primeira mão, uma das cenas em que usaram o software.

PME Mag. – Qual é o rumo a seguir, a partir daqui?

N. F. – Para nós, isto ainda é só o princípio. Estamos neste momento a trabalhar em quatro produtos em simultâneo, um dos quais é uma tecnologia de som 3D para headphones. Queremos continuar a criar o futuro do áudio.

Adega de Borba ainda mais sustentável

Por: Marta Godinho

A Adega Cooperativa de Borba acaba de obter certificação do ‘Programa de Sustentabilidade dos Vinhos do Alentejo” (PSVA), aplicada às Vinhas e Adegas (vinificação e engarrafamento de vinhos brancos, tintos, e rosés, vinhos licorosos e espumantes, destilação e engarrafamento de aguardentes).  Esta certificação de produção sustentável, atribuída por uma das entidades Certificadoras independentes que colaboram com a Comissão Vitivinícola Alentejana para a certificação dos membros do PSVA, autoriza o uso de um selo, único no setor vitivinícola português, em todos produtos enumerados anteriormente. 

O setor vitivinícola tem sido fundamental na implementação de práticas mais sustentáveis, assumindo um papel de liderança na agricultura. À semelhança de outras regiões no mundo, a Comissão Vitivinícola Regional Alentejana decidiu lançar em 2013 um Plano de Sustentabilidade para os Vinhos do Alentejo, disponibilizando aos participantes uma ferramenta para avaliar a forma como desenvolvem as suas atividades e oferecer recomendações para aumentar a competitividade e sustentabilidade dos vinhos do Alentejo.

Para a Adega de Borba, a sustentabilidade sempre foi um caminho incontornável, tanto a nível ambiental como social, e por esse motivo a sua adesão ao PSVA foi imediata, símbolo de um verdadeiro esforço coletivo do Alentejo vitivinícola.

Numa época em que a disponibilidade de recursos naturais é cada vez mais escassa, o conceito de economia circular ganha ainda mais importância. Este modelo de desenvolvimento sustentável permite devolver os materiais ao ciclo produtivo através da sua reutilização, recuperação, reparação e reciclagem, assegurando assim maior eficiência na utilização e gestão de recursos naturais, maior sustentabilidade do Planeta e bem-estar das populações.

  • Sustentabilidade Ambiental:

Sob a ameaça das alterações climáticas, o Alentejo vitivinícola está consciente da necessidade de adaptar algumas práticas culturais à conservação dos recursos naturais, em particular o solo, a água e a rica biodiversidade da região. Neste sentido, o conceito de sustentabilidade passou a assumir na Adega de Borba uma relevância cada vez maior. Afinal, o setor vitivinícola depende dos mesmos recursos naturais, e no futuro sem eles toda a produção e qualidade seriam impactada. Fundamental, tem sido o envolvimento dos 270 viticultores associados que nos últimos anos têm vindo a alterar a maior parte das técnicas culturais na vinha, no sentido de uma melhor conservação dos solos, gestão da água e resíduos, utilização de energia e conservação da biodiversidade.

  • Sustentabilidade Social:

Essencial para o desenvolvimento económico da região, a Adega de Borba representa um polo de criação de riqueza numa região do interior, distribuindo essa mesma riqueza pelos seus sócios viticultores, colaboradores, prestadores de serviços e fornecedores da região, várias instituições públicas, entre outros, contribuindo assim para a manutenção de emprego e bem-estar de muitas famílias. Todo o valor aqui criado, aqui é distribuído, contrariando a tendência extrativa que leva à desertificação de muitas regiões do nosso País.

“Enche-nos de orgulho o reconhecimento do empenho de toda a equipa ao longo destes anos, que se traduzirá também na projeção da marca nos mercados internacionais estratégicos que valorizam cada vez mais as boas práticas ao nível da sustentabilidade”, afirma Nuno Brito, diretor-geral da Adega de Borba. 

Horários flexíveis podem beneficiar empresas

Por: Marta Godinho

Segundo o relatório “Tempos de trabalho e equilíbrio entre vida profissional e pessoal no mundo” da Organização Internacional do Trabalho (OIT), os regimes flexíveis oferecem um “melhor equilíbrio entre vida profissional e pessoal” e “benefícios significativos para empregadores e empregados”.

Tal como em tempo de pandemia de Covid-19, os horários de trabalho flexíveis adotados podem trazer muitas vantagens às empresas e trabalhadores, incluindo maiores níveis de produtividade e melhor equilíbrio entre a vida pessoal e profissional, segundo o estudo.

O relatório divulgado esta sexta-feira, dia 6 de janeiro, analisa diferentes regimes de horários de trabalho que inclui trabalho por turnos, “on-call work” (o chamado trabalho de prevenção), regime médio de horas de trabalho/dia e horários concentrados.

Quanto a 2019, o estudo reporta que mais de um terço dos trabalhadores no mundo trabalhavam mais de 48 horas por semana, enquanto um quinto da força de trabalho mundial trabalhava menos de 35 horas semanais, sendo que o horário padrão era de 40 horas semanais.

Segundo as estatísticas e resultados do relatório da OIT, a semana de trabalho padrão clássica (de oito horas por dia, cinco ou seis dias por semana) “oferece estabilidade para os trabalhadores”, mas estes horários fixos “são, muitas vezes, inflexíveis para permitir tempo para as exigências familiares”.

Os horários flexíveis podem permitir que os colaboradores organizem os seus próprios horários de trabalho tendo em conta as suas necessidades (dentro dos parâmetros estabelecidos), enquanto equilibram o trabalho remunerado com os compromissos pessoais. Isto apresenta “efeitos positivos na saúde mental dos trabalhadores, mas pode reforçar desigualdades de género se apenas as mulheres o usarem”. Ademais, “pode exigir que os colaboradores trabalhem em horários atípicos, o que tem sido associado a riscos significativos para a saúde e perturbações na vida familiar”, reforça o OIT.

Quanto ao trabalho a tempo parcial (menos de 35 horas por semana) com horários previsíveis, este revela mais tempo para as responsabilidades pessoais e/ou de lazer dos seus trabalhadores “levando a um melhor equilíbrio entre o trabalho remunerado e a vida pessoal”, pode ler-se no relatório.

O designado on-call work (trabalho de prevenção), com base em horários extremamente imprevisíveis, “perturba gravemente” o equilíbrio entre a vida profissional e a familiar e provou ter efeitos negativos na saúde dos trabalhadores.

Fins de semana mais longos para aproveitar para estar com a família e amigos e, assim, “melhorar o equilíbrio entre vida profissional e pessoal” são algumas das premissas dos horários concentrados que indicam sinais positivos no impacto da saúde.

Quanto às medidas de resposta à crise pandémica com os horários reduzidos, este ajudou a evitar a perda de empregos e mostrou que a “implementação em larga escala do teletrabalho em quase todos os lugares do mundo em que era viável, mudou a natureza do emprego, provavelmente no futuro previsível”, é acrescentado no estudo.

O teletrabalho foi um dos motivos que levou à permanência dos empregos por parte de muitos colaboradores e que criou novas possibilidades para a autonomia dos mesmos. Contudo, o estudo da OIT refere e defende que estes tipos de regimes flexíveis necessitam de ser regulamentados de forma a “conter os seus potenciais efeitos negativos, através de políticas como o chamado “direito de desligar” do trabalho”.

Juros da dívida portuguesa voltam a subir

Por: Marta Godinho

Os juros da dívida portuguesa voltaram a subir em todos os prazos esta sexta-feira, 6 de janeiro. Tal como Portugal, encontra-se Irlanda, Itália e Espanha. Os dados apresentados são da Bloomberg Valores de ´bid´ que compara com o fecho da última sessão.

Por volta das 9h10 desta sexta-feira, 6 de janeiro, os juros a 10 anos subiam para 3,326% contra os 3,312% do dia anterior.

Em 2022, com 0,46%, os juros da dívida fecharam o ano acima dos 3,50% devido à inflação e pela interrupção dos programas de aquisição de dívida pelo Banco Central Europeu (BCE). A cinco anos, os juros também subiam para 2,793%, o que é possível de comparar com os 2,755% de quinta-feira, dia 5 de janeiro. Quanto aos juros a dois anos, estes também subiam para 2,820% contra 2,794% na sessão anterior.

Igualmente, na Irlanda, Itália e Espanha, os juros avançavam em todos os prazos. Na Grécia, os juros da dívida subiam a dois anos e desciam a dez e a cinco anos.

Os juros da dívida soberana em Portugal às 9h10 de dia 6 de janeiro para dois anos (2,820), cinco anos (2,793) e 10 anos (3,326). No dia anterior os valores para dois anos rondavam 2,794, para cinco anos rondavam os 2,755 e para 10 anos rondavam 3,3,12.

Os juros da dívida soberana na Grécia às 9h10 de dia 6 de janeiro para dois anos (3,438), cinco anos (3,509) e 10 anos (4,459). No dia anterior os valores para dois anos rondavam 3,289, para cinco anos rondavam os 3,560 e para 10 anos rondavam 4,537.

Os juros da dívida soberana na Irlanda às 9h10 de dia 6 de janeiro para dois anos (2,753), cinco anos (2,630) e 10 anos (2,833). No dia anterior os valores para dois anos rondavam 2,696, para cinco anos rondavam os 2,608 e para 10 anos rondavam 2,822.

Os juros da dívida soberana na Itália às 9h10 de dia 6 de janeiro para dois anos (3,108), cinco anos (3,757) e 10 anos (4,367). No dia anterior os valores para dois anos rondavam 3,047, para cinco anos rondavam os 3,704 e para 10 anos rondavam 4,334.

Os juros da dívida soberana em Espanha às 9h10 de dia 6 de janeiro para dois anos (2,895), cinco anos (2,941) e 10 anos (3,381). No dia anterior os valores para dois anos rondavam 2,864, para cinco anos rondavam os 2,898 e para 10 anos rondavam 3,358.

Índice PSI português valoriza-se 0,26% para 5,896,07 pontos

Por: Marta Godinho

A bolsa portuguesa segue em alta, com o valor do principal índice PSI a valorizar-se 0,26% para 5,896,07 pontos. A Europa está igualmente e maioritariamente em terreno positivo.

Por volta das 08h50 de hoje, dia 6 de janeiro, 10 dos 15 títulos cotados no índice principal da praça portuguesa já registavam ganhos, dois estavam inalterados (Corticeira Amorim e Semapa) e três em terreno negativo.

Dos ganhos, é de destacar a Galp Energia a valorizar-se 0,95% para 12,73 euros, seguido do BCP a valorizar-se 0,70% para 0,17 euros e Greenvolt a valorizar-se 0,65% para 7,72 euros.

De seguida, a Jerónimo Martins progredia 0,57% para 21,10 euros, seguido da Altri a valorizar-se 0,50% para 5,05 euros tal como a Navigator a valorizar-se 0,29% para 3,48 euros, a REN a valorizar-se 0,20% para 2,53 euros e a NOS a valorizar-se 0,15% para 3,91 euros. A Sonae avançou 0,10% para 0,96 euros e a EDP 0,15% para 4,77 euros.

Quanto ao terreno negativo, apresentou-se a Mota-Engil a deslizar 0,50% para 1,21 euros, os CTT com -0,47% para 3,21 euros e a EDP Renováveis com -0,35% para 20,03 euros.

Os ganhos feitos nos mercados europeus oscilaram entre os 0,23% de Londres (FTSE 100) e os 0,05% de Milão (FTSE MIB). Já a bolsa de Frankfurt (DAX) seguiu a deslizar 0,22%.

Subida dos preços das casas desacelera

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Por: Martim Gaspar

Segundo os últimos dados do Índice de Preços Residenciais da Confidencial Imobiliário, os preços de venda das casas em Portugal aumentaram 0,7% em novembro face ao mês anterior. Verifica-se uma desaceleração face à variação mensal de 1,3% registada em outubro.

Ao longo de 2022, os preços de venda das casas registaram aumentos mensais de 1,0% e, várias vezes, superando os 2,0%. Os meses de setembro e novembro foram as exceções, apresentando resultados inferiores a 1,0%, relativamente à variação homóloga.

Em novembro, a variação homóloga dos preços das casas esteve nos 18,9%, embora um resultado ainda considerado alto, os dados revelam uma descida moderada face aos 21,1% registados em agosto e às variações homólogas de cerca de 19,5% registadas em setembro e outubro.

Em relação a preços, as habitações foram vendidas segundo uma média de 2.114€/m2 no total de três meses entre setembro e novembro, atingindo os 3.264€/m2 nos fogos novos e os 1.998€/m2 nos fogos usados.

Governo reforça programa Apoiar indústrias intensivas em gás

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Por: Martim Gaspar

Nesta quinta-feira, o Conselho de Ministros aprovou um reforço do programa “Apoiar as Indústrias Intensivas em Gás”, através da criação de apoios adicionais direcionados para o mesmo.

“Foi aprovada a criação de apoios adicionais no âmbito do sistema de incentivos «Apoiar as Indústrias Intensivas em Gás», permitindo a atribuição de apoios até 2 milhões de euros ou até 5 milhões de euros”, pode ler-se no comunicado do Conselho de Ministros.

A atribuição dos apoios, segundo o comunicado, terá em conta “aumentos excecionais e particularmente elevados nos custos de aquisição de gás natural e no caso de empresas com utilização intensiva de energia com demonstração de perdas de exploração”.

Por enquanto, é necessário aguardar pela publicação do decreto-lei para conhecer mais detalhes sobre os novos apoios adicionais.

Mercado das tecnologias terá tendência para crescer em 2023

Por: Marta Godinho

Depois de 2022 apresentar uma grande desaceleração do consumo tecnológico, 2023 constitui expetativas mais positivas com um cenário de recuperação e estabilização muito maior neste mercado tecnológico. Estes são dados revelados pela GFK, uma fonte de informação sobre mercados e consumidores que avaliaram os resultados e desenvolvimentos globais realizados pelas Tecnologias e Bens de Consumo Duráveis (TCG) em 2022 com uma antevisão do que esperar para 2023.

Apesar de 2021 ter apresentado vendas recorde em TCG, principalmente na Europa e em países desenvolvidos da Ásia, 2022 foi um ano de efeitos de saturação do mercado, de inflação, de conjunturas político-económicas como a Guerra na Ucrânia e o impacto da estratégia de covid-zero (que vigorou até dezembro de 2022, na China). Tudo isto contribuiu para a desaceleração do consumo de tecnologia globalmente.

Apesar disto, a GFK antevê uma recuperação e estabilização de mercado para 2023 graças à contínua aposta das marcas no empenho dos produtos e a permanência da importância do custo-benefício na hora de compra pelos consumidores.

Ademais, a contínua necessidade de troca de equipamentos comprados no início de 2021, principalmente telemóveis, mais o exponencial crescimento dos mercados asiáticos emergentes e do Médio Oriente e a recuperação económica da China são alguns dos fatores que também anteveem as previsões otimistas dos especialistas.

O terceiro trimestre do ano passado revelou, segundo os dados da GFK, que as novas prioridades do consumidor passam pela aquisição de TCG pela necessidade de substituição de um produto e menos 1,4% de consumidores a atualizar produtos ainda funcionais. Devido à inflação dos preços, os consumidores procuram agora produtos mais baratos, quer no segmento básico quer no premium.

Entre outubro de 2021 e outubro de 2022, os resultados de venda de Tecnologias e Bens de Consumo Duráveis apresenta uma taxa de crescimento negativa na Europa Ocidental (-12%), na Europa de Leste (-7%), nos países asiáticos desenvolvidos (-13%) e na América Latina (-7%). Apesar de existirem resultados positivos nos países asiáticos emergentes (excluindo a China) com 13% e do Médio Oriente e África com 0,1%, estes não conseguem compensar o desenvolvimento negativo noutros mercados quanto à análise global do volume de negócios por mercados mundiais.