Quarta-feira, Abril 30, 2025
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41% das empresas preveem que fim das moratórias impactará clientes

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Por: Marta Godinho

O novo estudo da Crédito y Caución (empresa de seguro de crédito interno e exportação em Portugal), que teve por base um inquérito feito durante o outono, levou à conclusão de que as moratórias ajudaram os clientes de 34% das empresas inquiridas a combater os seus problemas de liquidez. O estudo adiantou, ainda, que 41% das empresas preveem que o fim das moratórias tenha impacto nos seus clientes e efeitos significativos na sua carteira de clientes, elevando as situações de insolvência.

Para além disto e em efeitos opostos, 34% das empresas admitiram que o período de excecionalidade ajudou os seus clientes a superar os seus problemas de liquidez durante o período de pandemia. Contudo, 38% refere que as moratórias limitaram a sua capacidade de detetar e gerir o possível impacto de uma ocorrência de insolvência e a possibilidade de deixar de vender a clientes inviáveis.

Ademais, 4% das empresas sentiram que não avançaram para processos de insolvência por conta da situação excecional de apoio decorrente das moratórias.

O final das moratórias traduziu-se para as empresas o deixar de usufruir da possibilidade de não pagar o serviço de dívida pelo que a pressão de tesouraria aumentou as possibilidades de moras, de incumprimento e de insolvências.

“A atual conjuntura exige particular atenção aos valores seguros” – Pedro Rego

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Por: Martim Gaspar

A F.Rego, uma das 10 maiores corretoras de seguros portuguesas, especializada no mercado corporate, prepara-se para fechar o ano com o melhor resultado financeiro de sempre, após um período bastante ativo no mercado, no qual se destaca a aquisição da WiseBroker, mediadora de Coimbra.

Em entrevista à PME Magazine, Pedro Rego, CEO da F. Rego, fala acerca dos resultados deste ano, as expetativas para a empresa e para o setor no próximo ano, bem como dos objetivos traçados para o futuro próximo.

PME Magazine (PME Mag.) – “A F. REGO especializou-se em riscos empresariais, principalmente em riscos complexos”. No que consistem estes riscos complexos?
Pedro Rego (P. R.) – Riscos complexos são sobretudo aqueles que pela dimensão, atividade ou perigosidade e impacto potencial merecem uma especial atenção na sua transferência para uma apólice de seguro, não se adequando de forma automática a apólices estandardizadas e exigindo soluções customizadas. Incluímos neste universo, sobretudo, riscos patrimoniais e de responsabilidades que tendo estas características exigem uma avaliação de risco dedicada e o desenho de uma solução específica.

PME Mag. – A F. Rego possui uma rede de partilha de conhecimento. Em que consiste esta rede de informação?
P. R. – As empresas e os mercados são cada vez mais globais, pelo que é fundamental a existência de um ecossistema internacional em que possamos operar, seja para servir os nossos clientes nas geografias onde atuam, seja para antecipar tendências, seja para ter acesso a soluções apenas disponíveis em mercados de maior dimensão e desenvolvimento, onde, por vezes, o mercado nacional não chega.
Estas redes, onde estamos presentes de forma muito ativa, não só aportando o know-how nacional e as capacidades do mercado português, são um think tank para desenvolvimento de novas soluções transversais para todas as nossas geografias, bem como potenciadoras de conhecimento para as nossas equipas que interagem diariamente com colegas de mais de 80 países, apostando claramente na formação e na atração de talento para as nossas empresas.
Através destas estruturas, temos a garantia que os nossos clientes têm acesso a serviço local e centralizado em mais de 80 países.

PME Mag. – A que se deve este crescimento financeiro no ano 2022?
P. R. – Falando de vendas podemos dizer: o ano de 2022 será um ano de consolidação de crescimento, resultando o mesmo do crescimento orgânico potenciado pelo reforço de quota de mercado por aquisição de novos clientes e políticas de cross-selling e up-selling, bem como pelo crescimento por aquisição decorrente das aquisições efetuadas durante o ano e que pretendemos manter e aumentar no próximo ano.

PME Mag. – Que tipo de medidas a F. Rego implementou nos seus seguros, tendo em conta o contexto económico atual?
P. R. – A atual conjuntura exige particular atenção aos valores seguros e à sua permanente atualização devido ao contexto inflacionista atual e ao qual a maioria das organizações e gestores não estava habituado a ter. O enorme aumento de preços sofrido por matérias primas, preços e custo de mão de obra exigem correções atípicas de capitais seguros de forma a evitar que os clientes sejam colocados em situações inesperadas de infra-seguro, com impacto relevante em caso de sinistro. Temos por isso, implementado práticas de sensibilização junto de todos os clientes para a atualização dos seus contratos, mesmo durante a sua vigência.
Em simultâneo, e cada vez mais em linhas de negócio como saúde, revela-se de primordial importância o reforço de limites seguros pela crescente procura por terapêuticas mais complexas e dispendiosas, gerando, por vezes, a indesejável insuficiência de capital seguro para o valor dos custos suportados.

PME Mag. – Quais as especialidades desta empresa, em relação aos seus seguros (Ou seja, quais os seguros mais ativados pelas empresas)?
P. R. – Para além dos seguros obrigatórios que qualquer empresa terá que contratualizar para cumprimento das suas obrigações (como por exemplo seguros de acidentes de trabalho, automóvel ou responsabilidade civil em alguns setores), procuramos, cada vez mais, apresentar soluções de proteção de danos patrimoniais e financeiros que garantam a continuidade das empresas e a transferência adequada dos riscos.
Somos defensores que muita da reputação menos favorável que afeta o setor segurador decorre de processos de venda e consultoria menos adequados ou eficazes, com uma clara desadequação entre as expetativas dos clientes e a realidade das apólices subscritas. É de crucial importância uma adequada avaliação de risco para apresentação das soluções ideais, que dada a cada vez maior complexidade da atividade empresarial não está ao alcance de todos.
Temos particular exposição às áreas de responsabilidades, com grandes portfólios de seguros de responsabilidade civil, exploração, produtos e profissional, sem descurar, naturalmente, a responsabilidade ambiental, a cada vez maior importância dos seguros de responsabilidade de administradores e gestores, e a crescente procura de seguros de riscos cibernéticos.

PME Mag. – Na sua experiência, quais os pontos a melhorar na atuação de seguros?
P. R. – O setor segurador tem feito um papel notável nos últimos anos, sendo um ator cada vez mais relevante na sociedade e economia nacional e internacional. Penso que carece, na nossa opinião, de uma comunicação mais eficaz em termos de sociedade para que seja posicionado e percecionado com a relevância que tem, bem como para ganhar maior capacidade para a atração de talento junto das novas gerações.

PME Mag. – Quais os resultados dos seguros de crédito da F. Rego?
P. R. – O seguro de crédito é de grande importância para qualquer empresa, ganhando maior relevância em contextos de maior incerteza como o que agora atravessamos, porquanto protege aquele que é muitas vezes o maior ativo de uma empresa que é a sua carteira de clientes. A certeza do recebimento na venda é fundamental para a solidez de qualquer empresa, sendo importante dispor de mecanismos e ferramentas que permitam monitorizar de forma permanente a evolução desse mesmo risco para a tomada adequada de decisões de venda e direcionamento das mesmas. Infelizmente, a penetração do seguro de crédito em Portugal continua a ser muito reduzida, havendo a perceção que o mesmo é não só dispendioso, como também complexo e de gestão administrativa pesada, o que está longe de corresponder à realidade, bem como às soluções que o mercado oferece atualmente.

PME Mag. – A F. Rego possui um conjunto de programas internacionais para empresas de médio ou grande porte que se expandem além Portugal. O que implica a atuação de seguros, segundo os programas internacionais?
P. R. – A capacidade de acompanhar os nossos clientes nos seus processos de internacionalização é crítica para assegurar que os mesmos atuam não só dentro dos enquadramentos regulatórios de cada país, cumprindo, na íntegra, as suas obrigações, mas também para assegurar a sua competitividade e capacidade de gestão de risco, implementando princípios e políticas idênticas em todas as geografias onde atuam.
Para tal, o corretor tem que ser o “focal point” para a empresa e os seus responsáveis, respondendo globalmente pelas necessidades da empresa independentemente do país onde se encontre, assegurando o reporte centralizado e coordenado das apólices internacionais (vulgarmente programas internacionais), bem como das apólices locais necessárias. Para o efetuar, é indispensável a existência de equipas dedicadas e especializadas em negócio internacional, bem como de uma rede com capilaridade internacional que tenha as estruturas locais em cada país para oferecer igualmente suporte às equipas locais.

PME Mag. – Quais os planos para o futuro?
P. R. – O ano de 2023 apresenta-se como particularmente desafiante para empresas e particulares, não sendo a F. Rego exceção. Vivemos numa conjuntura geopolítica e económica muito complexa, com enormes incertezas face ao futuro, bem como a necessidade de gerir contextos inflacionistas e de elevada taxa de juro que impactarão as decisões das empresas e das famílias.
Temos uma empresa muito sólida e capaz de enfrentar estes cenários menos favoráveis, procurando manter a sua estratégia e rumo, apoiando os seus colaboradores e clientes, continuando a oferecer serviços de valor acrescentado e de cada vez maior qualidade, procurando encontrar soluções para estes desafios e mitigando, dentro do possível e numa ótica seguradora, impactos externos que afetem a vida dos nossos clientes.

Aumento do salário mínimo para 760 euros aprovado

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Por: Marta Godinho

A medida que prevê o aumento do salário mínimo nacional para 760 euros já a partir do dia 1 de janeiro de 2023 foi aprovada em Conselho de Ministros e anunciada pela Ministra da Presidência, Mariana Vieira da Silva. Ademais, o governo já garantiu a cedência do apoio extraordinário de 240 euros para famílias vulneráveis.

Em Conselho de Ministros, a Ministra da Presidência afirmou que este aumento está “em cumprimento dos compromissos assumidos no Acordo de Médio Prazo de Melhoria dos Rendimentos, dos Salários e da Competitividade”. A mesma ainda sublinha que foi aprovado o decreto-lei que “estabelece um apoio extraordinário para a mitigação do efeito do aumento extraordinário de preços dos bens alimentares de primeira necessidade” e fruto da inflação.

O novo apoio extraordinário de 240 euros vai ser pago a partir de dia 23 de dezembro e é destinado a famílias vulneráveis. O pagamento vai ser executado via transferência bancária às pessoas que disponibilizaram o IBAN, recebendo as restantes o valor por vale postal.

A Ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, Ana Mendes Godinho, afirmou que o apoio vai abranger “um milhão e 37 mil agregados familiares”, representando uma despesa de 246 milhões de euros que vai ser pago “a todos os agregados que já tiveram um apoio excecional para compensar a inflação”.

As famílias vulneráveis que vão receber este apoio são as mesmas que obtiveram os apoios extraordinários de abril e junho, cada um no valor de 60 euros. São elas também as que têm tarifa social de eletricidade e os titulares de prestações sociais mínimas.

Segundo os dados apresentados pela ministra, uma família com dois filhos onde o casal ganhe o salário mínimo nacional receberão, no final do ano, um total de 760 euros de apoios extraordinários (contando com os 60 euros de abril e junho, os 350 euros em outubro da medida mais transversal “Famílias Primeiro” e os 240 euros que vão ser pagos no final deste mês de dezembro).

Quando questionada sobre o apoio destinado à classe média por parte do governo, a ministra admitiu uma posterior mobilização de medidas, mas sublinhando que os apoios se têm destinado sobretudo às “pessoas que mais precisam” e que “dois terços dos beneficiários deste apoio são mulheres”. Ana Mendes Godinho ainda reforçou que o governo tem planeado “o reforço dos instrumentos e das prestações sociais” para 2023.

“Temos procurado, no âmbito de uma estratégia global de valorização dos rendimentos, o aumento dos salários nos próximos anos e também o aumento das pensões, que acontecerá a partir de dia 1 de janeiro”, afirmou a ministra.

Quanto ao aumento do SMN, a ministra afirmou que a subida de 705 euros para 760 euros (ou seja, um aumento de 7,8%) “traduz o maior aumento de sempre em termos absolutos”. A meta de chegar aos 900 euros de SMN em 2026 apontada por Ana Godinho conferirá um crescimento de 78% de 2015 até 2026, caso este se verifique.

O Governo propõe, ainda, que o SMN evolua para 760 euros em 2023, para 810 euros em 2024, para 855 euros em 2025 e para os 900 euros em 2026, conforme o acordado com a União Geral de Trabalhadores e as confederações patronais.

Consultora Inventa cria protocolo com a ARDITI

Por: Marta Godinho

A consultora especializada em propriedade intelectual, Inventa, criou um protocolo de cooperação com a Agência Regional para o Desenvolvimento da Investigação, Tecnologia e Inovação (ARDITI), que tem como objetivo o aconselhamento e a divulgação dos mecanismos de propriedade intelectual (PI).

A ARDITI apoia atividades de investigação e de desenvolvimento experimental, de formação e de informação científica e técnica, de promoção da difusão tecnológica e do desenvolvimento de ações que possam contribuir para a modernização e desenvolvimento da Região Autónoma da Madeira.

Neste protocolo, está previsto a realização de diversas atividades, tais como eventos temáticos sobre os mecanismos de propriedade intelectual, consultórios gratuitos de PI e a elaboração gratuita das subvenções ao Fundo PME (fundo que apoia pequenas e médias empresas nos pedidos de patente e de registo de marca e desenhos ou modelos – proteção de design).

A consultora Inventa também apresenta como objetivo que o protocolo contribua para o aumento do número de pedidos de registo de marca e desenho ou modelo e de patente na Região Autónoma da Madeira.

Os pedidos de patente europeia requeridos na Região Autónoma da Madeira sofreram uma redução de 57% em 2021, dados incluídos no Barómetro Inventa 2022 – Patentes Made In Portugal.

“Acreditamos que esta parceria será benéfica para ambos os lados e permitirá, igualmente, o impulsionamento das inovações oriundas de uma região tão rica como o arquipélago da Madeira”, afirma Luís Caixinhas, engenheiro de patentes na Inventa.

IAS cresce para os 480,43 euros

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Por: Marta Godinho

Para além do aumento do Indexante dos Apoios Sociais (IAS) para 480.43 euros já no próximo ano, existem vários outros apoios sociais que vão crescer juntamente com este indicador, segundo publicação do Diário da República, esta sexta-feira, dia 16 de dezembro.

Segundo o Ministro das Finanças e a Ministra do Trabalho, este novo aumento do valor do IAS vai entrar em vigor já no início de 2023.

Em novembro, o governo já tinha informado que o valor do IAS ia ser atualizado em 8,4% em vez de 8% em 2023, passando a assumir ajustes nas atualizações das pensões. Estes ajustes têm origem nos dados de inflação divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) que indicam que a inflação média do último ano, sem habitação, foi de 7,46%, valor que aumentou face aos 6,83% de outubro.

O governo tinha inicialmente referido que o valor do IAS seria atualizado em 8%, apesar de que poderia sofrer alterações caso a inflação fosse mais alta do que o estimado. Este valor da inflação também ditou um acerto na taxa de atualização das pensões face aos valores que o governo tinha inicialmente colocado numa proposta que enviou ao parlamento e que já tinha sido aprovada em setembro.

Para além destes aumentos, certos apoios sociais como o abono de família, a prestação social para a inclusão, o subsídio de desemprego e o Rendimento Social de Inserção (RSI) também vão aumentar juntamente com a atualização do IAS.

Segundo dados do Governo, este indicador pode “impactar a vida de 1,6 milhões de beneficiários”.

Splink, a startup portuguesa que liga os fãs às equipas de futebol

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Por: Marta Godinho

A startup portuguesa Splink, coordenada por Ivan Braz, Hugo Matinho, Dulce Guarda e Hugo Cortez, é uma empresa que liga os fãs de futebol às suas equipas desportivas através de colecionáveis oficiais que ganham vida através da realidade aumentada. Em entrevista para o Minuto Empresas da PME Magazine, explicaram-nos qual o objetivo do produto e como este funciona.

A empresa permite que os fãs estejam virtualmente ligados aos craques da seleção nacional de futebol portuguesa quando e onde quiserem, bem como de quatro clubes portugueses, entre eles o Futebol Clube do Porto, Sporting Clube de Portugal, Sport Lisboa e Benfica e  o Clube de Futebol Estrela da Amadora, e outras seleções internacionais, tais como o Brasil, Espanha, México ou Qatar e clubes internacionais como Atlético Madrid e o Valência.

Os colecionáveis oficiais, denominados My Jersey, são réplicas 3D de uma camisola oficial de futebol que integra tecnologia de realidade aumentada que permite experiências exclusivas e uma ligação com o seu clube favorito, através da app oficial da Splink.

É possível replicar fotografias com os craques favoritos do seu clube, realizar tours pelos estádios, aceder aos balneários, ao centro de treinos ou até mesmo “entrar” dentro dos autocarros das equipas.

Dulce Guarda, cofundadora da Splink, afirma que até ao final deste ano quer “conseguir ampliar o posicionamento no mercado de retalho com os produtos físicos, bem como fechar novas IP de clubes a nível internacional” e que, em 2023, pretende “atingir os objetivos de estar presente nos vários continentes com as My Jersey”.

Até dia 1 de janeiro, a Splink vai contactar diretamente com o público na Wonderland, a Feira de Natal que se encontra no Parque Eduardo VII, em Lisboa.

“Numa altura em que as pessoas querem estar perto de quem mais gostam, abraçamos esta missão com o objetivo de fazer com que os fãs do futebol possam estar mais próximos dos seus ídolos e o Wonderland Lisboa é o sítio ideal para o fazer”, acrescenta Dulce Guarda.

“As diferenças não são uma dificuldade, mas um contributo que procuramos” – Frederico Ferreira

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Por: Marta Godinho

A empresa Do iT Lean é especialista no desenvolvimento de aplicações empresariais web e mobile baseadas em sistemas de tecnologia low-code da OutSystems em Portugal. Recentemente, a companhia juntou-se à empresa alemã Valantic, grupo focado na transformação digital das empresas. Em entrevista à PME Magazine, Frederico Ferreira, CEO da Do iT Lean, conta-nos sobre o posicionamento da sua empresa, as expetativas e vantagens da integração com a alemã Valantic e os seus planos a longo prazo.

PME Magazine (PME Mag.) – Como é que carateriza a Do iT Lean?

Frederico Ferreira (F. F.) – A Do iT Lean é especialista no desenvolvimento de aplicações empresariais web e mobile com base na tecnologia low-code da OutSystems usando metodologias ágeis e centros remotos. A decisão estratégica de foco numa única tecnologia, a OutSystems, permitiu-lhe uma posição única no ecossistema internacional de especialização e competência técnica.

PME Mag. – O que levou a marca a posicionar-se como número um dos parceiros globais da OutSystems?

F. F. – O foco na qualidade do processo de desenvolvimento e entrega, na formação contínua dos seus colaboradores e o foco na entrega de valor, teve como resultado a avaliação muito positiva dos clientes feita no grande número de projetos entregues em diversos países e setores de atividade. O elevado grau de satisfação e a grande quantidade de projetos avaliados levou a Do iT Lean a ocupar a primeira posição no quadro global de parceiros OutSystems.

PME Mag. – Como é gerir uma empresa de dimensão internacional? E como gerem os escritórios espalhados um pouco por todo o mundo?

F. F. – Gerir uma dimensão internacional é, primeiro que tudo, conseguir um equilíbrio entre o respeito pelas culturas locais e a uniformização de processos e boas práticas, que permitam a colaboração de diversos centros na entrega de projetos globais. Em cada escritório queremos sempre ter os melhores resultados, baseados nos mais altos padrões de trabalho e na criação de valor, por equipas que se sentem motivadas, envolvidas no interesse global, cuja opinião é considerada e que são tratadas de forma justa, mas com respeito pelas suas culturas e diferenças. Sendo a maioria dos projetos colaborativos e envolvendo diversos escritórios (de vários países) a comunicação é um elemento essencial, que promove no imediato a produtividade e a prazo o aproveitamento das competências individuais para o conhecimento e competências coletivas. As diferenças não são uma dificuldade, mas antes um contributo que sempre procuramos, como forma de enriquecimento da empresa e das suas competências.

PME Mag. – Quais são as expectativas com esta nova integração na Valantic?

F. F. – A Valantic é um grande grupo alemão, jovem e ambicioso, a operar em toda a Europa, mas em especial na zona de países de língua alemã. O grupo é composto por diversos centros de competências, focados na transformação digital das empresas, desde a conceção e estratégia, à sua implementação e operação. A integração da Do iT Lean acrescenta ao grupo a oferta da tecnologia low-code mais importante do segmento, a OutSystems, por via do seu parceiro número um, a Do iT Lean. Esta integração dá à Do iT Lean a possibilidade de participar nas soluções abrangentes do grupo Valantic, de apresentar novas soluções aos clientes do grupo e dos mercados onde este se insere. Abre ainda, para a Do iT Lean, a possibilidade de apresentar nos países onde opera, uma oferta alargada, neste caso por incorporação das capacidades dos centros de competência do grupo Valantic em áreas como estratégia, supply chain, manufacturing, smart industries, CX, etc., onde o grupo é forte e dispõe de importantes referências de mercado. A possibilidade da Do iT Lean se apresentar como parte do grupo Valantic e da sua reputação, é um fator diferenciador e um valor, que nunca conseguiria apresentar-se isoladamente. A grande dimensão do grupo, a sua capacidade financeira, mas também a forma de operar, o seu quadro de valores e o seu enorme foco no crescimento e aumento de relevância são outros elementos a considerar na integração. Por todos estes fatores, a expectativa colocada pela Do iT Lean na integração no grupo Valantic é enorme, motivadora e mobilizadora, já tendo este primeiro mês de operação conjunta gerado as primeiras oportunidades.

PME Mag. – Que vantagens terão com esta aquisição?

F. F. – Para não repetir parte do referido nas expectativas, as principais vantagens são: acesso de qualidade ao maior mercado europeu, a Alemanha e os países da região; a possibilidade de complementar a oferta em projetos comuns; acesso simplificado a um conjunto de clientes do grupo que possam beneficiar da oferta low-code; complementar, com a competência dos centros da Valantic, a oferta da Do iT Lean, nos mercados onde agora opera. Sendo de realçar a componente funcional e vertical até agora pouco presente na nossa oferta; fazer parte de uma entidade maior poderá permitir aceder a contas e clientes onde até agora não teríamos visibilidade ou dimensão suficiente; maior capacidade de investimento, para promover maior velocidade de expansão; e, muito relevante, ter acesso a uma elite de decisores, advisors e gestores de topo, que muito nos podem ajudar no processo de expansão internacional.

PME Mag. – Quais são as expectativas quanto ao mercado low-code?

F. F. – O mercado low-code tem como grandes impulsionadores as necessidades crescentes de soluções de software das empresas e a grande escassez de recursos competentes para as implementar. Alguma recessão prevista (e/ou já sentida) não vai acabar com as necessidades de modernização, aumento de competitividade ou de melhoria de resultados das empresas, talvez pelo contrário, num mercado em contração, a diferenciação, melhoria de indicadores e expansão da base de clientes é ainda mais crítica (veja-se o mercado segurador e financeiro) e imperativa para as empresas. As ferramentas low-code são fundamentais para obter maiores produtividades e com isso responder às crescentes necessidades do mercado, um pouco, desculpem a analogia, como as máquinas da revolução industrial permitiram responder à escassez de mestres e aumentar de forma drástica a produtividade. As projeções de crescimento do mercado low-code são enormes, para todos os mercados em geral, sendo que há os que estão um pouco mais atrasados nesta vaga, mas que, inevitavelmente, a irão integrar. Pessoalmente, penso que as ferramentas low-code irão continuar a evoluir focadas no aumento da produtividade do desenvolvimento, escondendo a complexidade, aumentando a velocidade e qualidade dos desenvolvimentos, incorporando a composição aplicacional e a maior escalabilidade, flexibilidade e resiliência dos sistemas onde correm as aplicações e sistemas desenvolvidos. A inteligência artificial é cada vez mais um parceiro indispensável para estas ferramentas, na otimização e no apoio aos consultores e equipa.

PME Mag. – Quais são os planos a longo prazo para a empresa?

F. F. – A longo prazo, os objetivos da Do iT Lean passam pela expansão da cobertura geográfica e pela expansão da oferta que temos, com inclusão de mais capacidade tecnológica, sem perder a personalidade e foco na tecnologia low-code da OutSystems, e pela construção de aceleradores e soluções mais abrangentes e mesmo verticais (isto para segmentos específicos de atividade). Para esta expansão consideramos uma boa integração com os demais centros de competência do grupo Valantic e com uma cooperação nos dois sentidos, que permita a todos os centros aproveitar, em benefício dos clientes, as competências dos restantes. Ambicionamos ter uma presença mundial e sermos reconhecidos pela nossa competência e valor na área de low-code e ser um porto seguro para todos os clientes que precisam de soluções rápidas, inovadoras e geradoras de valor para o seu negócio.

Investimento sustentável reconhecido pelos investidores portugueses

Por: Marta Godinho

O estudo Schroders Global Investor Study 2022, que inquiriu mais de 23 mil pessoas sobre a sustentabilidade, revelou que 66% dos portugueses acredita que o investimento sustentável é a singular forma de assegurar a rentabilidade a longo prazo, em comparação com 60% dos inquiridos a nível global.

Cada vez mais conscientes das práticas de investimento como papel fundamental nas questões de sustentabilidade global, 67% dos portugueses concorda que este investimento pode impulsionar o progresso em desafios de sustentabilidade, tal como as alterações climatéricas. Este tema preocupa os portugueses quanto aos seus investimentos, sendo que 58% dos investidores nacionais salienta esta causa.

Os investidores portugueses cada vez mais acreditam que investir de forma sustentável é a forma de obter maior retorno a longo prazo (68%) e investidores “especialistas” acreditam que investir de forma sustentável pode gerar mudanças positivas quanto às alterações climáticas (70%), em comparação com as pessoas que classificam ter menos conhecimento como 65% dos investidores “intermédios” e 60% dos investidores que pensam ter conhecimentos de investimento “principiante”.

91% dos inquiridos reconhecem o quão atrativo os fundos sustentáveis são, sendo que 60% o veem atrativo pelo impacto ambiental mais vasto que aumentou desde 2021 e 45% veem-no como atrativo pelos seus princípios para a sociedade.

O estudo concluiu que 57% dos inquiridos nacionais e internacionais acreditam que fatores como a capacidade de escolha em investimentos alinhados com as suas preferências pessoais de sustentabilidade é o fator mais popular, seguido de 48% dos inquiridos nacionais e globais falarem da educação sobre o investimento sustentável em geral.

Por outro lado, a maior barreira para o aumento dos seus investimentos sustentáveis é, segundo 49% dos investidores portugueses e 51% dos inquiridos globais, a falta de transparência e os dados comunicados pelos fornecedores sobre o impacto dos investimentos sustentáveis.

Mencionados por ambos os inquiridos (nacionais e globais), os objetivos de sustentabilidade destes passam pela educação de qualidade como a área mais importante em que gostariam de ver os seus investimentos impactados (47% a nível global e 51% em Portugal) e também a redução das desigualdades (36% em Portugal) e água de qualidade e saneamento com 39% a nível global.

Primeiro-Ministro anuncia défice nos 1,5% em 2022 e crescimento mínimo de 6,7%

Por: Marta Godinho

O primeiro-ministro, António Costa, salientou que o crescimento económico será no mínimo de 6,7% em 2022 (aumento relativo às previsões do governo para 6,5%) e o défice não ultrapassará 1,5%, contrapondo os 1,9% previstos.

O primeiro-ministro reforçou que, desde que foi eleito chefe do executivo, só existiu um único “orçamento suplementar para dar resposta à emergência da pandemia”, tal como as previsões do governo que não se cumpriram terem levado a que os resultados fossem “sempre para melhor”.

António Costa falou, em entrevista à revista Visão, sobre o seu balanço económico desde que se tornou primeiro-ministro em 2015, recordando os portugueses de que nos quatro anos anteriores à sua governação foram necessários orçamentos retificativos.

Ademais, considerou que a falta de ideias alternativas e o “não conseguir confrontar com os resultados” levou a oposição a “encontrar outros argumentos falando de ´caos´”, repetindo “´ad nauseam´ coisas que não têm relevância para ninguém”.

Quanto às polémicas atuais envolvendo membros do governo, o chefe do executivo apenas referiu que não perde “um segundo” com as mesmas e que se “andasse a fazer políticas para os comentadores e para a bolha político-mediática” não teria ganho as eleições. Afirmou que apenas o caso da revogação de um despacho do ministro Pedro Nuno Santos sobre a localização do novo aeroporto de Lisboa foi “o único verdadeiramente grave” que “foi resolvido em 24 horas e ultrapassado”.

Em entrevista, António Costa deixou críticas à taxa de execução do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) e ao atual presidente da Câmara Municipal de Lisboa, “só o engenheiro Carlos Moedas é que quer convencer os portugueses de que em menos de um ano consegue fazer o projeto do plano de drenagem de Lisboa”, ironizou.

Quando questionado sobre a sua candidatura à presidência da república, António Costa recusou afirmando que “cada um tem a vocação que tem, e quem gosta de ser primeiro-ministro e tem vocação para isso dificilmente se adaptará a uma função que é muito distinta”.

Já sobre o seu interesse num cargo executivo nas instituições europeias, o chefe do executivo defendeu que já possui esse cargo “por inerência” enquanto chefe de governo de um estado-membro da União Europeia (que lhe dá assento no Conselho Europeu): “Tenho um mandato, aqui, até outubro de 2026. (…) Neste momento, tenho uma grande missão, que me ocupa bastante e me deixa totalmente realizado. Na minha vida, nunca andei a pensar no que ia fazer a seguir”.

Startup israelita levanta 20 milhões para progresso em Portugal

Por: Marta Godinho

A startup israelita, Shield, através de uma nova ronda de investimento, vai apostar na internacionalização e assegurar o progresso hub em Portugal, o primeiro e único realizado fora de Israel. Este ano, a Shield já captou 35 milhões de dólares.

A empresa já realizou uma plataforma baseada em inteligência artificial (IA) para apoiar empresas a mitigar riscos em ambiente digital. Agora, captou 20 milhões de dólares numa ronda de investimento liderada pela Macquarie Capital, na qual participaram a UBS Next, a Mindset Ventures e a OurCrowd.

Nuno Hortênsio, country manager da Shield Portugal, anunciou em comunicado oficial que “o rápido crescimento da Shield e as necessidades e desafios que o setor financeiro atualmente enfrenta, impulsionaram este novo financiamento. Este novo valor irá beneficiar o centro de investigação e desenvolvimento em Portugal, que, em conjunto com Israel, continuará a assegurar o desenvolvimento da plataforma para os nossos projetos e clientes a nível mundial”.

O capital colecionado vai permitir à empresa reforçar a sua estratégia de internacionalização para novos mercados, tal como o americano, bem como assegurar o investimento e progresso do hub em Lisboa, que irá transitar para a capital em 2023 com uma equipa de 20 pessoas.

“Esta é mais uma prova de que existe uma necessidade imediata do mercado por uma solução moderna e proativa que potencialize a gestão e monitorização dos diferentes canais de comunicação usados pelo setor financeiro. A Shield está bem posicionada para atender a essa necessidade”, afirmou Shiran Weitzman, CEO e cofundador da empresa.

A startup já conseguiu levantar um total de 35 milhões de dólares este ano, convertendo-se em 33 milhões de euros.

David Standen, codiretor da Macquarie Capital acredita no valor que a empresa pode trazer para as organizações de finanças e que todo o investimento feito de capital de risco confirma “não só na solução, mas também nos planos de expansão da empresa”.