Quarta-feira, Abril 30, 2025
Início Site Página 143

Aumento do preço das casas em Lisboa e no Porto no último ano

0

Por: Marta Godinho

O aumento do preço de venda das casas fez-se sentir em Lisboa com registos de 10,1% e 17,4% no Porto, de acordo com o Índice de Preços Residenciais referente ao terceiro trimestre de 2022 revelados pela Confidencial Imobiliário.

Na capital portuguesa, a subida homóloga de 10,1% representa uma estabilização do ritmo de valorização, uma vez que no trimestre anterior rondou os 10%. Já no Porto, a subida revela um abrandamento face ao trimestre anterior que se tinha fixado em 19,6%.

Lisboa e Porto estão entre os concelhos das suas respetivas áreas metropolitanas com um menor ritmo de subida dos preços, apesar de continuarem a ser os mercados mais caros destas mesmas regiões. Na zona de Lisboa, apenas o Montijo valoriza menos que a capital no terceiro trimestre com um aumento de 9% e no Porto apenas Valongo e Gondomar valorizam menos, com variações homólogas de 13% e 16%, respetivamente.

Apesar disto, Lisboa continua a ser o mercado mais caro da região com vendas médias de 4,265 euros por metro quadrado no terceiro trimestre deste ano, enquanto a média das transações na área metropolitana fica 35% abaixo deste valor, atingindo 2,753 euros por metro quadrado.

No Porto, o preço médio registado no terceiro trimestre deste ano foi de 3,001 euros por metro quadrado, sendo que a média da área metropolitana fica a 2,087 euros por metro quadrado, o que equivale a 30% abaixo da capital regional.

Xpand IT abre 40 novas vagas para profissionais de TI

0

Por: Marta Godinho

A Xpand IT, empresa especializada em Big Data, Business Intelligence & Analytics, Data Science, Integração de Sistemas, CRM, Digital Xperience, Soluções de Colaboração e User Experience, está à procura de 40 novos profissionais de TI, após o cumprimento do objetivo de contratação de 100 novos colaboradores durante este ano.

O recrutamento já se encontra aberto e esperam contratar profissionais para trabalhar em formato híbrido ou remoto, em diversas áreas. Estas apresentam-se em diferentes unidades tecnológicas, tais como Software Engineer, Java Frontend & Backend Developer, Mobile Developer, CRM Developer, Data Scientist, Fullstack Engineer ou Data Analytics Engineer.

O equilíbrio entre a vida pessoal e profissional é muito importante para a empresa que acabou por adotar um modelo de trabalho personalizado à natureza de localização e contratação de cada colaborador.

A Xpand IT, que já conta com 370 colaboradores, tem escritórios sediados em Lisboa, Viana do Castelo, Braga e Zagreb. As vagas disponíveis nestas localidades podem ser híbridas como também em formato remoto.

“A cada ano, os objetivos da Xpand IT passam por uma forte aposta na inovação e por continuar a crescer. E este é o caminho em que os nossos colaboradores desempenham um papel fundamental”, afirma Rui Maia, Partner e CHRO da Xpand IT.

“Já estamos a pensar no próximo ano, pelo que contamos reforçar as nossas equipas com pessoas que queiram integrar uma empresa de excelência e, ao mesmo tempo, com vontade de abraçar os novos projetos tecnológicos que nos aguardam em 2023″, acrescenta. 

94% dos líderes considera importante iniciativas sobre futuro do trabalho

0

Por: Martim Gaspar

O novo estudo da Boston Consulting Group (BCG), “The Future of Work is More Than Where You Work”, revelou que 94% dos líderes considera ser importante a criação de iniciativas relativamente ao futuro do trabalho, no entanto apenas 20% das organizações considera o futuro do trabalho uma prioridade para o CEO.

O estudo baseou-se num inquérito global realizado a líderes seniores de cerca de 350 empresas de diferentes indústrias, a fim de compreender as preocupações e progressos quanto à questão do futuro do trabalho.

Segundo Debbie Lovich, líder global da BCG para o futuro do trabalho, o estudo consiste em demonstrar “a importância de garantir que as iniciativas relacionadas com o futuro do trabalho estão na agenda do CEO”.

Os resultados do inquérito tornam-no claro: quando estas iniciativas estão na agenda do CEO, as empresas têm cinco vezes mais probabilidades de se tornarem líderes do futuro do trabalho”, acrescenta.

O estudo conclui que quase todos os inquiridos encaram com importância as várias dimensões deste tema, no entanto apenas 20% das organizações assume este tópico como uma prioridade na agenda do CEO. Cerca de 93% dos inquiridos considera a liderança como um aspeto importante para um futuro melhor, 20% verificam melhorias na cultura organizacional e nos comportamentos dos líderes e 15% considera requalificar os gestores para gerir, inspirar e treinar equipas.

Mau tempo afeta circulação em Lisboa

0

Por: Martim Gaspar

Várias estradas e túneis encontram-se intransitáveis de momento e os transportes públicos estão limitados na sua circulação. O mau tempo recente tem vindo a piorar nos últimos dias, pondo, assim, em causa a circulação em Lisboa. 

Segundo o comunicado da Autoridade Nacional de Emergência e Protecção Civil (ANEPC), estão cortadas ao trânsito a Estrada Nacional (EN) 8 entre Odivelas e Loures, a EN 250 em Frielas, EN115 na Rotunda das Oliveiras e A-das-Lebres, os acessos à A8 em Loures, a EN115-2 Maxial-Ermegeira, a EN9 Ponte Rol, Torres Vedras, e a Calçada de Carriche.

Em Lisboa, os túneis do Campo Pequeno, Campo Grande, Avenida João XXI e Avenida de Berlim, o Eixo Norte-Sul, a Radial de Benfica, a Segunda Circular no sentido Lisboa Norte, a Avenida Infante D. Henrique, a Avenida de Berna, todos os acessos à Praça de Espanha, Avenida Calouste Gulbenkian, Avenida de Ceuta, Alfredo Bensaúde, Estrada do Penedo, Alcântara, Cruzamento Gago Coutinho com a Avenida dos EUA, Praça de Sete Rios, Avenida de Santo Contestável, Avenida 24 de Julho até Belém encontram-se intransitáveis devido ao mau tempo.

O acesso ao IC19 para Rio de Mouro, a N6 (Auto da Boa Viagem), o acesso à IC16 para a CRIL, Pontinha, o acesso ao IC19 para a Buraca e a IP7 no sentido Norte-Sul para a ponte 25 de Abril também se encontram cortados.

Mulheres: sexo fraco ou a padeira de Aljubarrota? A igualdade de género e as organizações

0

Por: Sofia Ramalho, vice-presidente da Ordem dos Psicólogos Portugueses

Em 2020, o Fórum Económico Mundial, no Relatório Mundial sobre a Desigualdade de Género, estimava necessitarmos de 99,5 anos para alcançar a paridade de género homens e mulheres. Os dados mais recentes do mesmo relatório, em 2022, considerando 146 países, apontam para um retrocesso significativo e um novo tempo estimado de 132 anos. Tal representa pelo menos uma geração inteira para recuperar os tempos de regressão em matéria de igualdade de género, em consequência dos primeiros dois anos de pandemia. Uma sociedade relançada para o Espaço 2154!

Na minha família, numerosa e com predominância do género feminino ao longo de gerações, sempre se debateu e discutiu fervorosamente os direitos das mulheres e a (des)igualdade de género: lutou-se pela participação cívica e pelo direito ao voto (já agora, na política e nas decisões que envolvem a família), pelas possibilidades de ler, escrever e aceder a um curso superior, de aceder a um emprego remunerado, de conduzir, de sentar no lugar de trás na diagonal visível no espelho retrovisor pelo homem condutor, de ficar com a melhor parte da refeição que se distribuía, de entrar num café…

Tantos exemplos mais eu teria, contados e/ou vividos, como a luta por usar as calças que a minha tia enviava de Inglaterra para onde tinha sido “enviada” (na minha família diz-se “mandada”, por referência à época). Tinha sido “mandada” para fazer as lides de uma casa de família e ser também ama das crianças, e depois enviar dinheiro para a família numerosa que aguardava em Portugal, sem guardar qualquer moeda para si. Lembrei-me deste exemplo, pelo oportuno momento do mundial de futebol que estamos a viver. Isto porque à minha família Ramalho saiu o tiro pela culatra, e a minha tia, a quem ainda hoje chamamos “general”, pela postura que rapidamente absorveu do rigor da cultura inglesa da época e, talvez pela facilidade com que aprendeu a falar inglês, acabou por ser “requisitada” para um programa diário dedicado aos jogos da Copa do Mundo de 1966, em Inglaterra, para transmitir 20 minutos de notícias jornalísticas de Manchester para Portugal, em português.

Recordo bem esta narrativa familiar porque muitas vezes senti o agridoce da (re)leitura dos jornais recortados, guardados e moídos pelo tempo, que davam conta das sete “pretty girls” ou “bevy of beauties” de sete diferentes países que estavam a fazer este trabalho. Por um lado, sentia-me orgulhosa da minha tia que tanto me influenciou pessoal e profissionalmente. Por outro, continuava estarrecida com o primeiro parágrafo de um jornal português, cujo título foi: “Não são só eles dentro do campo… uma portuguesinha joga também na TV…”. E inicia: “Manchester – Não são só os Eusébios, os José Carlos e os Vicentes… A presença portuguesa em Manchester, nesta altura em que a ‘World Cup’ tomou conta da cidade, mete também, como é de boa tradição, o chamado ‘sexo fraco’ – essa deliciosa metade do mundo que, de rolo da massa em riste, nos obriga, todos os dias, a sorrir mesmo que isso, entre duas nódoas negras, faça doer…”.

Estou certa de que esta segunda parte de palavras escritas podem ter várias interpretações, desde focada no embate dos jogadores, nas derrotas sentidas pelos espectadores, e até na força do então designado “sexo fraco” quando mais adiante o jornalista acrescenta: “…nossa portuguesinha, padeira de Aljubarrota do éter, sem pá, mas com microfone…”. O que é certo é que esta narrativa (jornalística) nos transportava sistematicamente para outra narrativa (familiar) sobre as vivências de violência, que castravam e castigavam os escassos vislumbres de liberdade, de expressão, e de vivência dos direitos das mulheres na minha família (e em tantas outras)! Falamos de violência doméstica, psicológica, económica e social, ainda hoje exercida e experienciada muitas vezes sem ser reconhecida, porque tantas vezes banalizada e aceite socialmente.

Tratava-se (e trata-se) de uma espécie de organização económica e política da sociedade. Uma violência estrutural, na sua maioria contra as mulheres, gerada pela própria estrutura e organização social. Assente na desigualdade, na discriminação e na injustiça, que pode não pretender infringir sofrimento, mas que resulta numa exploração económica, na ausência de proteção e da garantia dos direitos das mulheres, como o acesso à saúde (física e psicológica), ao emprego (remunerado) ou à educação.

A 24 de outubro de 1975, ano em que a ONU declarou o ano das mulheres, as mulheres islandesas decretaram um “Dia de Folga”, uma greve em que nenhuma mulher islandesa faria o que quer que fosse, para que os homens e as organizações pudessem ter a oportunidade de valorizar o seu trabalho diário “invisível” (mesmo que bem na frente dos seus olhos). Nem tarefas domésticas, nem cuidados às crianças ou a terceiros a seu cargo, nem trabalho remunerado (nos casos em que este acontecia). Foi no ano seguinte a este acontecimento “disruptivo” que a Islândia aprovou a Lei da Igualdade de Género, penalizando a discriminação de género nas escolas e nos locais de trabalho.

Contudo, hoje, continua a ser uma forma de violência o tempo de trabalho não remunerado (por exemplo, o tempo gasto com tarefas domésticas), ou a combinação de tempo de trabalho não remunerado com tempo de trabalho remunerado, que é superior para as mulheres. Bem como as dificuldades de acesso das mulheres a posições mais elevadas e mais bem remuneradas (muitas vezes agravadas pelo trabalho a tempo parcial ou por horários de trabalho mais flexíveis, importantes, por exemplo, nos regimes de partilha da parentalidade ou da conciliação vida pessoal e profissional).

“Hoje, continua a ser uma forma de violência o tempo de trabalho não remunerado (por exemplo, o tempo gasto com tarefas domésticas), ou a combinação de tempo de trabalho não remunerado com tempo de trabalho remunerado, que é superior para as mulheres.”

É comum as mulheres terem um emprego abaixo das suas competências, apesar do contraste com o crescimento do número de mulheres com ensino superior, bem como com a participação feminina em cursos tradicionalmente masculinos e dotados de prestígio social (que em 2018, de acordo com a FFMS, destacava os progressos das mulheres portuguesas face às europeias). E é comum os homens ganharem substancialmente mais do que as mulheres nos grupos dos representantes do poder legislativo, de órgãos executivos, dirigentes e gestores executivos, e na generalidade das categorias profissionais, bem como estarem nesses cargos mais representado o género masculino.

São, também, as mulheres que apresentam vínculos contratuais mais precários, maior estagnação na carreira (e nos salários), em particular quando têm filhos pequenos, bem como as que apresentam mais risco e maiores níveis de pobreza na velhice (para além de que tendem a viver mais tempo e com menos saúde do que os homens).

Todo este contexto de desigualdade afeta a saúde física e a saúde mental das mulheres, o que acompanha com maiores níveis de stress das mulheres nos locais de trabalho, também associado à maior presença de mulheres trabalhadoras nos setores de educação, saúde e assistência social.

Melhores políticas, políticas mais inclusivas e políticas com mais qualidade, equidade e ciência psicológica nos setores do emprego, educação, saúde, natalidade, parentalidade, e no próprio setor político, são necessárias. Do mesmo modo que mais literacia de género e literacia em saúde psicológica são uma forma de combate à violência psicológica, económica e social contra as mulheres e de eliminação das desigualdades entre homens e mulheres.

Com todos estes argumentos não pretendo o queixume. Antes informar que o ponto de partida das mulheres na sociedade é diferente. Por isso, é necessário reconhecer essa diferença de partida no caminho para a equidade e igualdade de género. Tem-se feito das tripas coração para reparar situações de violência económica e repor a paridade de género nas organizações, com mais inclusão das mulheres em processos de decisão (e espero que muito rapidamente não precisemos de impor um sistema de quotas). Mas não podemos e não devemos fazê-lo sem os homens, caso contrário não falaríamos em igualdade entre homens e mulheres. E os benefícios serão também para ambos, para o bem comum e para a prosperidade das nações.

Lembremos que há um caminho já percorrido. Muitos foram os homens e muitas foram as mulheres que para ele contribuíram, tendo feito História na conquista de direitos para as mulheres. Muitos feitos e figuras aqui poderia relembrar, mas prefiro ir buscar o exemplo que me é mais familiar, o da minha tia, também apelidada da lendária Padeirinha de Aljubarrota, que lhe assenta bem, na medida em que sempre lutou pelos direitos das mulheres em organizações como a família, o trabalho e a sociedade, dando exemplo, como qualquer um de nós, mulher ou homem, pode e sabe dar.

Governo anuncia novo apoio de 57,1 milhões para agricultores e PME

0

Por: Martim Gaspar

O governo anunciou, hoje, um apoio de 57,1 milhões de euros destinados aos setores agrícola e alimentar para fazer face ao impacto da guerra na Ucrânia.

O apoio total será dividido pelo setor de culturas arvenses, hortícolas, pomares, vinha e olival que receberá 26,1 milhões de euros, setor de bovinos de carne que contará com 16 milhões de euros, setor de ovinos ou caprinos que irá receber 10 milhões de euros e, por fim, os setores da horto frutícola dos cereais, que receberão quatro milhões e um milhão de euros, respetivamente.

O novo apoio foi criado por regulamento comunitário, a fim de prestar ajuda a agricultores e PME do setor agrícola e alimentar, que tenham sentido repercussões graves do impacto da guerra na Ucrânia.

Segundo o regulamento de junho, “o apoio concedido pelos Estados-Membros deve contribuir para a segurança alimentar ou para corrigir os desequilíbrios do mercado e apoiar os agricultores ou as PME que se dediquem a uma ou mais das seguintes atividades que prossigam esses objetivos”.

Exportações de azeite em volume sobem 36%, mas consumo interno cai

0

Por: Marta Godinho

2021 foi o ano de maior produção de azeite em Portugal “sendo natural que uma parte significativa dessa produção viesse a ser exportada ao longo de 2022”, segundo a Casa do Azeite, uma associação patronal de direito privado que representa a quase totalidade das associações de azeite de marca embalado em Portugal. Estes números estão alinhados com as projeções do setor.

Houve um aumento de 36% em volume e 57% em valor das exportações portuguesas de azeite entre janeiro e outubro deste ano, mas verificou-se o recuo das vendas internas em 14% face ao ano passado, segundo estatísticas da Casa do Azeite.

Os maiores aumentos destacam-se no mercado italiano (+84%) e no espanhol (+55%) quanto à exportação de azeite a granel. O Brasil continua a ser o principal mercado de azeite embalado com as exportações a crescer 6,5% face à mesma altura em 2021.

Relativamente a 2021, as vendas de azeite em Portugal desceram 14%, de acordo com a Casa do Azeite. Como verificado no sítio do Dinheiro Vivo, Mariana Matos, secretária-geral da Casa do Azeite justificou esta quebra devido “não só porque o preço do azeite tem aumentado muito significativamente, mas também pelo efeito da inflação, com a consequente diminuição do poder de compra das famílias”.

Já ultrapassando os 50% face a 2021, os aumentos do preço do azeite na origem somam-se ao aumento nos custos de operação, nos materiais e embalagens, levando as famílias a ficar com o menor rendimento. Isto faz com que não seja possível manter o preço do azeite. A quebra no consumo é já “percetível e deverá manter-se em 2023”.

“Estima-se que a produção nacional possa sofrer uma quebra de 30%-40% em relação à campanha anterior. Em algumas regiões de olival tradicional, essas quebras podem mesmo atingir os 50%” e que a quebra na produção se deve ao facto de esta apresentar uma “campanha de contrassafra”, mas também à seca, reforça Mariana Matos.

“Os preços do azeite na origem estão ao nível mais alto de sempre e já se verifica uma quebra significativa no consumo de azeite. Espera-se que não se verifiquem novos aumentos significativos, mas os preços deverão continuar a um nível bastante elevado”, antecipou a secretária-geral da Casa do Azeite.

O preço do azeite não deverá ter “aumentos significativos em 2023”, depois de ter atingido um recorde na origem este ano, mas o consumo vai baixar devido à inflação que continua a atacar o orçamento das famílias portuguesas, estimou a Casa do Azeite.

945 milhões de euros faturados pela segurança privada em 2021

0

Por: Marta Godinho

De acordo com os dados do Relatório Anual de Segurança Privada (RASP) de 2021 do Conselho de Segurança Privada, o setor da segurança privada já conta com 60.690 profissionais habilitados ao exercício da profissão e este número só vai tender ao crescimento.

Segundo os dados, o número de profissionais continua a crescer tal como a faturação que, em 2021, conseguiu atingir os 945 milhões de euros (mais 3,4% do que em 2020), citado pelo jornal Público.

Segundo o RASP, a Administração Pública é a responsável pelo crescimento que continua a contribuir para este volume de negócios, fixando-se nos 26% do valor total de mercado em 2021.

Dos 60.690 profissionais habilitados à profissão, 39 mil tinham vínculo laboral ativo, mas quase 22 mil não podiam exercer a profissão por não estarem vinculados nas entidades habilitadas, apesar de terem cartões profissionais válidos.

Após uma análise sobre 100 concursos públicos em 2021, a Associação das Empresas de Segurança concluiu que “os concursos lançados e, naturalmente, assim adjudicados, preveem valores que não possibilitam fazer face aos custos diretos relacionados com o fator trabalho”.

“Em 32 dos 100 contratos analisados, o preço da adjudicação foi inclusivamente inferior àquele que já em 2012 a Autoridade para as Condições do Trabalho (ACT) havia definido como valor mínimo”, acrescentou o RASP.

O relatório destaca ainda a influência que a pandemia em 2021 causou aos contratos privados que tiveram uma contenção nas novas contratações e causaram pressão sobre os preços praticados. Ainda é defendido que “as ações inspetivas multidisciplinares são, agora, mais pertinentes e urge intensificar a sua realização, por forma a promover uma concorrência transparente”.

No ano passado, o RASP revelou a diminuição das situações de contra-ordenação que passaram de 1673 em 2020 para 1301 em 2021. Contudo, no ano passado registou-se um aumento das situações criminais, das quais as autoridades registaram 82, sendo que em 2020 o número não ultrapassou as 32.

“Queremos promover literacia imobiliária no mercado português” – Gonçalo Roxo

0

Por: Martim Gaspar

Fundada em 2020, a Your Property Advisor é uma empresa de consultoria imobiliária que nasceu para colmatar uma necessidade de mercado: a de satisfazer e proteger a 100% as necessidades dos clientes na compra de imóveis, acompanhando-os em todo o processo de procura e compra de imóveis.

Em entrevista à PME Magazine, Gonçalo Roxo, um dos fundadores da Your Property Advisor, conta a história desta empresa, que desde a sua criação já negociou 52 imóveis em Portugal, tendo poupado um total de três milhões de euros aos seus clientes.

PME Magazine – Como surge a Your Property Advisor?
Gonçalo Roxo – A nossa empresa de consultoria imobiliária surgiu para colmatar uma necessidade do mercado imobiliário português. Reparámos, com o conhecimento que tínhamos do setor, que o mercado imobiliário tinha uma forte relação de parceria entre as agências e os vendedores, mas que o comprador ficava de fora desta equação. Faltava no mercado quem se preocupasse primeiro com as necessidades deste cliente e de alguém que o apoiasse e prestasse um serviço de consultoria em todas as fases de procura e aquisição de um imóvel. Para que pudéssemos ser fiéis a esta visão optámos por não deter um portefólio de imóveis, para garantir a ausência de conflitos de interesse. Ou seja, para nos comprometermos a procurar o melhor imóvel disponível em todo o mercado de acordo com as preferências do comprador. Considerámos, ainda, que poderíamos, com este serviço, tornar o processo de compra de casa mais simples, ético e transparente por agirmos como o único ponto de contacto entre o comprador e o vendedor. Por isso, e uma vez que havia espaço no mercado para empresas de consultoria imobiliária que se focassem exclusivamente nas necessidades do comprador, fundámos a Your Property Advisor, em 2020.

PME Mag. – O facto de não terem um portefólio de imóveis constitui um obstáculo ou uma oportunidade para o vosso trabalho?
G. R. – Apesar de isso significar que não temos angariações, constitui uma oportunidade, por nos dar a liberdade de procurar todos os imóveis disponíveis em todo o território português, que é uma vantagem para o comprador, porque sabe que quais sejam as suas necessidades nós podemos apresentar várias propostas que vão ao encontro do seu interesse. Se tivéssemos um portefólio de imóveis a nossa tendência seria adaptar aquilo que tínhamos às necessidades exigidas pelos nossos clientes. Estaríamos a agir de acordo com os nossos interesses e em ganhar mais comissões por cada imóvel vendido, que não é o caso. Pelo contrário, queremos poupar aos nossos clientes através da negociação do valor dos imóveis.

PME Mag. – Porquê trabalharem sobretudo para empreendedores e investidores estrangeiros?
G. R. – Esta segmentação surgiu de forma natural pela valorização que este público já tem por este serviço. Os empreendedores e investidores estrangeiros que nos procuram vêm um pouco de todo o mundo. Alemanha, Inglaterra, Finlândia, até Estados Unidos da América, Brasil e Hong Kong são alguns dos exemplos. Alguns contactam-nos com interesse de viverem em Portugal. Outros têm o interesse em gerir negócios em Portugal e em criar riqueza para o nosso país e, para isso, precisam de um alojamento próprio. Contudo, queremos começar a trabalhar mais o cliente nacional. Sentimos alguma dificuldade em chegar a este público, mas achamos que isso advém do facto de o serviço de consultoria ainda não ser reconhecido e valorizado. Daí um dos nossos objetivos ser o de promover literacia imobiliária ao mercado imobiliário português. Queremos mudar esta realidade e mostrar que podemos ser uma mais-valia ao sermos facilitadores no processo de compra de casa, que muitas vezes é muito moroso e burocrático.

PME Mag. – Qual o vosso volume de transações até ao momento e como projetam 2023 neste campo?
G. R. – Até ao momento, o nosso volume total de transações ronda os 30 milhões de euros. Projetamos duplicar o valor no próximo ano, já que iremos expandir os nossos serviços para a região do Algarve e aumentar a nossa equipa.

PME Mag. – Como foi avaliada a estimativa de três milhões de euros poupados pelos vossos clientes?
G. R. – Uma das características que nos diferencia é a nossa capacidade de negociação, que é sempre focada nos interesses dos nossos clientes. O valor de poupança de três milhões de euros é calculado através da soma dos valores de desconto que já conseguimos aos nossos clientes em dois anos de atividade. Ou seja, subtraímos o valor inicial pelo qual o imóvel está a ser vendido pelo valor negociado. Por exemplo, já conseguimos negociar um desconto de 340 mil euros num imóvel em Cascais para um dos nossos clientes.

PME Mag. – Quais os principais desafios de lançar esta empresa no período da pandemia?
G. R. – As restrições de circulação foram, para nós, o principal desafio quando lançámos a Your Property Advisor. Tínhamos, como era claro, as restrições às visitas aos imóveis e os nossos parceiros e agentes imobiliários em quarentena, o que dificultava a concretização do nosso trabalho. Os nossos clientes estavam prontos a comprar, mas estavam isolados nos seus países sem conseguirem viajar até Portugal. Tivemos, até, clientes a viajar de carro da Suíça a Itália para poderem apanhar um avião até ao nosso país. Apesar de tudo isso, conseguimos dar a volta aos desafios e realizámos as nossas visitas e compras online, através de videochamadas. Foi até, nessa altura, que comprámos para um grupo de investidores vários imóveis para fundos de investimento, o que representou um grande suporte na altura, visto terem olhado para o mercado em pandemia como uma oportunidade.

PME Mag. – O que espera desta empresa para o futuro?
G. R. – Esperamos continuar a crescer como equipa, aumentando a nossa área de expertise e de atuação. Atualmente, somos três property advisors e temos formações entre gestão, vendas, arquitetura e design, o que nos dá um conhecimento abrangente na altura da negociação dos imóveis. O aumento da expertise nestas áreas e em outras relacionadas com o imobiliário é uma mais-valia para podermos ser ainda melhores a focar-nos exclusivamente aos nossos clientes, os compradores. O próximo passo, com a contratação de mais property advisors, é o de expandir os nossos serviços para a região do Algarve, onde existem mais transações de imóveis. Esperamos, por fim, mas não menos importante, que consigamos conquistar mais o cliente português para que nos veja como um parceiro que transforma o processo de compra de casa mais informado e transparente.

TAP operou apenas 41 voos até às 11h de 9 de dezembro

0

Por: Marta Godinho

De um total de 119 voos previsto para esta sexta-feira, 9 de dezembro, até às 11 horas, a TAP apenas cumpriu 41. Este é o segundo dia de greve dos tripulantes de cabina por falta de acordo nas negociações do novo Acordo de Empresa (AE), de acordo com as últimas atualizações da companhia aérea.

A greve convocada para os dias 8 e 9 de dezembro pelo Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil (SNPVAC) levou a TAP a operar com apenas serviços mínimos decretados pelo tribunal e seus parceiros. Durante o dia 8, foram realizados “todos os 148 voos previstos, sendo 64 de serviços mínimos”.

Dos serviços mínimos que englobavam 30 voos, a TAP já veio confirmar que “já operou os nove previstos” e que “apenas um voo para a Praia foi cancelado, mas devido a falta de passageiros”.

Apesar de lamentar a situação, a companhia aérea portuguesa garante que “continua, como sempre, disponível para negociar com o SNPVAC, bem como com todos os sindicatos”, sendo que “aceitou nove das 14 propostas do sindicato e pediu que a sua assembleia geral fosse antecipada para evitar o impacto na operação da companhia”.

“O aviso de greve dos tripulantes de cabina levou a TAP a cancelar 360 voos, uma decisão tomada tendo como prioridade a proteção dos clientes”, sustenta, afirmando que “pediu atempadamente aos seus passageiros para que remarcassem os seus voos voluntariamente” e que “todos os passageiros puderam pedir a remarcação ou um reembolso”.

Acrescenta ainda que estão a fazer tudo para “minimizar o impacto” da greve e “agradece o profissionalismo de todos os tripulantes de cabina incluídos nos serviços mínimos, bem como os esforços de todos os trabalhadores da TAP envolvidos nesta operação”.

A presidente executiva da TAP, Christine Ourmières-Widener, já lamentou a decisão do SNPVAC quanto à moção votada na assembleia geral de associados e manifestou-se disponível para tentar encontrar novas soluções.

Esta greve foi aprovada a 3 de novembro, em assembleia geral de emergência do SNPVAC, depois de o sindicato ter recursão a proposta de novo acordo de empresa apresentada pela companhia aérea, que considera “absolutamente inaceitável e manifestamente redutora”.

Os sindicatos e a companhia aérea encontram-se em negociações para a revisão do AE para o plano de reestruturação, cortes nos salários, a flexibilização de horários, entre outras medidas.

Os tripulantes da TAP já reforçaram que têm, pelo menos, mais cinco dias de paralisação até 31 de janeiro.