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Queixas na Saúde em Portugal
Portal da Queixa registou mais de 6 mil queixas desde janeiro na saúde (Foto: Unsplash)

Pandemia faz aumentar queixas na saúde; privados com mais reclamações

O número de queixas dos portugueses sobre o setor da saúde registadas no Portal da Queixa desde o início do ano aumentou 71% face a 2019. A grande maioria dos protestos está relacionada com hospitais e clínicas privadas.

Entre o dia 1 de janeiro e o dia 9 de novembro de 2020 foram registadas 6103 queixas, mais 71% face ao período homólogo em 2019 – apenas 3573. É contra o setor privado que foram registadas mais queixas (64,9%), contrastando com o público (35,1%). Do total das queixas efetuadas, cerca de 21% estão relacionadas com situações derivantes da Covid-19, adianta o Portal da Queixa.

O surgimento do novo coronavírus veio criar novos problemas na saúde em Portugal e agravar muitos dos já existentes. O relatório publicado pelo Portal da Queixa diz que os principais motivos das reclamações prendem-se com o mau atendimento, a venda de máscaras e a dificuldade na marcação de consultas e tratamentos, no caso do setor público, e o pagamento de kits de proteção contra a Covid-19, relativamente aos hospitais privados.

De acordo com Pedro Lourenço, diretor executivo do Portal da Queixa e fundador da Consumers Trust, “o Serviço Nacional de Saúde continua a registar taxas de insatisfação muito elevadas de ano para ano, não demonstrando melhorias contínuas no serviço prestado”.

Já em relação ao setor privado, Pedro Lourenço acrescenta que este “continua a não ser uma alternativa viável para a maioria das famílias portuguesas”, devido aos elevados valores dos serviços prestados.

Segundo o relatório publicado, são os planos e seguros de saúde que mais queixas apresentam, com um total de 1261 reclamações em 2020. Também as farmácias foram alvo de reclamações, com mais 231% de queixas face ao ano passado (932), onde cerca de 37% do total estão relacionadas com os preços praticados na venda de álcool gel e 58% com a venda de máscaras. Os protestos atingiram ainda os laboratórios de análises clínicas – que cresceram 96% em relação a 2019 – com cerca de 27% do total de queixas contra o rastreio ao SARS-Cov-2.