Por: Artur Salada Ferreira, administrador do Lisboa Biz
Ninguém pode ficar indiferente a este pandemónio mundial causado pelo Covid-19.
Não possuo conhecimentos medico-científicos que me permitam dar uma opinião avalizada. Limito-me a seguir as indicações da DGS, de quem tenho muito boa impressão.
Queria ainda agradecer aos profissionais que procuram encontrar soluções para combater este vírus pondo em risco a sua própria vida.
Esta pandemia está a tornar-se num autêntico pandemónio nas nossas vidas, social e profissionalmente.
Do ponto de vista político é de realçar o comportamento dos partidos que aprovaram as medidas propostas pelo Governo para iniciar o combate à crise económica que nos está a afetar. Mesmo não concordando com algumas das medidas propostas quiseram solidarizar-se com o enorme problema económico-financeiro ao qual temos de dar resposta. A exceção deste comportamento foi o Partido Comunista que votou negativamente.
Claro que também não concordo com todas as medidas propostas pelo Governo (e até algumas que já foram corrigidas), mas isso não justifica a opção negativa. A imensidão de problemas que o Governo tem pela frente justificam o benefício da dúvida.
Como gestor independente, aprecio como positiva a concessão de moratória dos seis meses para os financiamentos em curso e aprecio negativamente as condições para financiar as PME, sobretudo no que toca ao spread, fica a sensação de que os bancos são os grandes benificiários desta operação de financiamento. Não podia deixar de referir a ausência de apoio à PME que não aderiram ao lay-off. Fica-se com a sensação de que é um castigo para os que cumprem e fazem esforço para continuar, sem ajuda e sem despedimentos. O montante colocado para as PME é insuficiente e espera-se que o governo tome consciência de tal facto e o corrija.
Enquanto o governo português estava a aprovar três mil milhões de euros (que entretanto já foi reforçado), Espanha punha no mercado 200 mil milhões. O especto mais negativo na atuação do Governo é a lentidão na execução dos projetos aprovados. Pior do que uma decisão com alguma falha é não ter decisão nenhuma, ou tê-la fora de tempo.
Sr. Primeiro-ministro, esperamos de si a capacidade para executar da melhor maneira possível os enormes problemas com que se vai deparar, mas não deixe de dizer aos portugueses sempre a verdade. Só conhecendo os problemas podemos tentar ajudar na sua resolução. Desejamos-lhe o maior sucesso, será também o de todos os portugueses.