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Envelhecimento
O retrato de uma população cada vez mais envelhecida e distribuída desequilibradamente pelo território, com mais imigrantes e menos casamentos (Fonte: Pexels)

População portuguesa envelheceu e há menos casamentos, segundo os Censos

Por: Marta Godinho

O retrato de uma população cada vez mais envelhecida e distribuída desequilibradamente pelo território, com mais imigrantes e menos casamentos. O Instituto Nacional de Estatísticas (INE) divulgou esta quarta-feira os resultados dos Censos 2021 que mostram o que mudou em dez anos no país.

Em abril de 2021, Portugal contava com 10 343 066 pessoas, sendo 4 920 220 homens e 5 422 846 mulheres. Estes números representaram uma descida de 2,1% na população face a 2011. 

Em termos demográficos, a região do Algarve (3,6%) e a Área Metropolitana de Lisboa (1,7%) evidenciaram um crescimento populacional, ao contrário das regiões do Alentejo (-7%) e a Região Autónoma da Madeira (-6,4%), com os números mais significativos.

Por outro lado, o envelhecimento da população acentuou-se. Num espaço de dez anos (período entre as duas operações censitárias), verificou-se um decréscimo na população com idade até aos 39 anos, mas verificou-se que a população com 65 anos ou mais representava 23,4% e os jovens até aos 14 anos apenas 12,9%. A idade média subiu para 45,4 anos em 2021, refletindo-se num aumento de 3,1 anos face a 2011.

Relativamente a estrangeiros, Portugal registou que, em 2021, estes representavam 5,2% total da população que equivale a 542 314 pessoas, valor superior aos 3,7% em 2011. A maioria desta população são brasileiros contando com 199 810 pessoas (36,8%), seguindo-se os angolanos com 31,454 pessoas (5,8% do total), da comunidade cabo-verdiana, com 27 144 pessoas (5,0%) e dos britânicos com 24 609 pessoas (4,5%). Também se verificou uma redução dos estrangeiros ucranianos.

Quando falamos do agregado familiar, o presidente do Conselho Diretivo do INE, Francisco Miguel Garcia Gonçalves de Lima, afirma que “ao nível das famílias os resultados dos censos mostram claramente uma alteração de padrões”. Em dez anos, o número de casados reduziu 2,2% e existem mais divorciados do que viúvos. Em 2021, 43,5% da população portuguesa era solteira, sendo que os casados representavam 41%, divorciados correspondiam a 8% e viúvos a 7,5%.

As uniões de facto passaram de 8,8% em 2011 para 11,2% em 2021, com destaque no Algarve com 15,5% e a menor proporção na região Norte com 8,8%.

Nos jovens com 15 anos ou mais, 19,8% concluíram o ensino superior, quando em 2011 representavam apenas 13,9%. As áreas de estudo elegidas com mais frequência foram as “Ciências empresariais, Administração e Direito”, representando 21,8%, seguidas de “Saúde e Proteção Social”, com 15,2%. Por outro lado, a área de estudo “Agricultura, Silvicultura, Pescas e Ciências Veterinárias” foi a menos frequentada, com apenas 2% da população com ensino superior nesta área.

Numa análise por sexo, o INE concluiu que as áreas de “Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC)” foram escolhidas maioritariamente por homens (80,5%), bem como a “Engenharia, Indústrias transformadoras e Construção” (68,3%). Já as mulheres, optaram pelas áreas da “Educação” (84,4%) e da “Saúde e Proteção Social” (77,2%).

Por fim, a taxa de analfabetismo ficou nos 3,1%, menos 2,1% relativamente a 2011, onde a taxa era de 5,2%.

Estes Censos 2021 permitiram traçar uma imagem mais clara e completa sobre a evolução demográfica, os hábitos, padrões familiares ou até mesmo de formação académica da população portuguesa.