Quinta-feira, Novembro 21, 2024
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“Portugal tem potencial e know-how” – Juan Fullana

Por: Afonso Godinho

A Chocolates Valor é uma reconhecida marca do setor chocolateiro, líder de mercado nesta área em Espanha e com muita história que tem passado de geração em geração, num negócio familiar. Agora, a empresa chega a acordo para a aquisição da reconhecida marca portuguesa de chocolates, a Imperial, com o objetivo de complementar os seus serviços, reconhecendo à mesma bastante valor de mercado.

Juan Fullana, diretor de Marketing e Expansão da Chocolates Valor, aborda esta nova aquisição, perspetivando as sinergias resultantes da mesma e analisando o potencial do mercado português para o desenvolvimento da marca líder espanhola. Uma entrevista da PME Magazine que promete adocicar o interesse de todos os amantes de chocolate.

PME Magazine – Como surge a compra da portuguesa Imperial? Qual o objetivo com esta aquisição? 

Juan Fullana – A Chocolates Valor está sempre aberta a escutar e a analisar possíveis ofertas. Mostrámos interesse pela Imperial, uma vez que enquadra de forma perfeita todos os requisitos que procurávamos: é uma empresa especialista em chocolate, muito querida e enraizada em Portugal, com marcas de qualidade e tradição, com sabores únicos, com uma sólida estrutura de fabrico, uma boa abordagem ao mercado e com um portfólio complementar ao da Chocolates Valor. Continuará a fazer parte da estratégia da Chocolates Valor estudar as possíveis propostas e oportunidades que possam surgir. 

PME Mag. – De que forma é que esta aquisição irá potenciar o crescimento da Chocolates Valor? Como irá passar a desenvolver-se a Imperial? 

J. F. – Antes de tudo, convém recordar que esta operação está sujeita à aprovação das Autoridades Competentes. O plano estratégico trianual da empresa contempla a possibilidade de abordar o crescimento inorgânico por aquisição, tendo sido nesse sentido que a empresa atuou com a compra da Imperial. A Chocolates Valor reforçou um importante esforço de investimento das suas fábricas nos últimos anos para ampliar de maneira notável a sua capacidade de produção e de inovação. O que lhe permite impulsionar o crescimento nacional e internacional. A vontade da Chocolates Valor é potenciar a complementaridade de ambas as empresas e potenciar o seu know-how enquanto especialistas em chocolate. Neste sentido, o objetivo que marcamos passa por reforçar tanto as marcas, que são fortes e com grande tradição (Regina, Jubileu, Pantagruel, Pintarolas, entre outras), como o resto do negócio da empresa, dentro e além-fronteiras.

PME Mag. – Tencionam manter o ADN da Imperial e das várias marcas que têm (Regina, Pantagruel, Pintarolas, Jubileu)? O que têm previsto para Portugal? 

J. F. – O nosso objetivo com esta operação é estimular o desenvolvimento dos negócios de ambas as empresas, dentro e fora das suas fronteiras naturais, fortalecendo e valorizando as suas marcas e história, com grande capacidade de adaptação às culturas e hábitos dos distintos consumidores, e maximizando as sinergias de ambas as empresas especializadas, como a Chocolates Valor e a Imperial. De sublinhar, inclusive, o elevado know-how de toda a equipa de profissionais da Imperial. A Chocolates Valor terá como objetivo conhecer, inclusive, a Imperial com mais profundidade. 

Chocolates Valor Juan Fullana
“O objetivo que marcamos passa por reforçar tanto as marcas, que são fortes e com grande tradição (Regina, Jubileu, Pantagruel, Pintarolas, entre outras), como resto do negócio da empresa, dentro e além-fronteiras” – Juan Fullana

PME Mag. – Como avalia o mercado português?

J. F. – Portugal é um mercado com muito potencial de crescimento e com um elevado know-how no setor de chocolate. 

PME Mag. – De que forma está a ser feita a expansão internacional da empresa? 

J. F. – A nossa estratégia continua direcionada para a focalização e otimização do portfólio nas referências de maior potencial, e na exponenciação das vendas através do canal especializado (premium), habitat natural da nossa marca no estrangeiro. A Chocolates Valor é uma marca que está internacionalizada desde há muitos anos. Conta com uma ampla experiência no setor. Atualmente, contamos com presença em 60 países e os nossos principais mercados são o Chile, Canadá, Colômbia e Estados Unidos. 

A nossa estratégia continua direcionada para a focalização e otimização do portfólio nas referências de maior potencial, bem como na exponenciação das vendas através do canal especializado.

PME Mag. – Que projetos de maior relevância têm vindo a desenvolver? 

J. F. – Na Chocolates Valor temos apostado em promover a qualidade e a inovação como valores diferenciais das nossas marcas. Temo-nos concentrado no desenvolvimento de produtos com altas percentagens de cacau, em muitos casos com nozes de alta qualidade, como amêndoas mediterrâneas inteiras ou avelãs locais. Desta forma, as nossas propostas destacam-se pelo seu posicionamento premium, um luxo acessível. Os últimos lançamentos que apresentamos ao mercado, com grande aceitação na distribuição junto aos consumidores, são a nossa tablete de chocolate negro com alta percentagem de cacau 99%; as novas Tabletes Minis com as suas variedades Negro 70%, Mini Negro 82% e Mini Negro 70% com 0% de açucares adicionados, um formato de conveniência, que apresenta algumas das tabletes mais vendidas da marca em porções individuais embaladas; e, muito importante, o desenvolvimento da gama de chocolate em pó com altas percentagens de cacau – os cacaus autênticos com as suas variedades Negro 70%, Cacau 100% Natural e Intenso Solúvel 50%. Por último, em snacks crescemos com a nossa marca Huesitos, que lançou o super snack Huesitos SuperChoc. 

PME Mag. – Num ano que se prevê ser de recuperação económica para todos os setores, como vê o crescimento e desenvolvimento da empresa no final de 2021? 

J. F. – Preferimos sempre falar sobre o que realmente dominamos, nomeadamente o setor do chocolate, pelo que não podemos adiantar nada sobre a Imperial, uma vez que estamos a aguardar a aprovação dos órgãos competentes. O que podemos transmitir-vos é a experiência da Chocolates Valor e a sua perceção, que apesar da situação complicada que a atual crise de saúde gerou, os consumidores continuaram a consumir chocolates nas suas casas. É um prazer acessível, um produto de indulgência sem um custo elevado. Nesse sentido, acreditamos que a tendência do setor continuará a ser positiva em 2021. 

Apesar da situação complicada que a atual crise de saúde gerou, os consumidores continuaram a comprar chocolates para as suas casas.

PME Mag. – Qual a principal característica diferenciadora da Chocolates Valor em relação a outras empresas da mesma área de atividade? 

J. F. – A nossa diferenciação passa pela qualidade e inovação que caracterizam a Chocolates Valor, uma marca de chocolates premium. Somos uma das poucas empresas que trabalha com cacau “do grão à barra”. Percorremos todo o processo, desde a seleção dos grãos do cacau, passando pela torrefação, moagem, conchagem, tempero e moldagem, até que a tablete da Chocolates Valor chegue às prateleiras. Isso confere aos nossos chocolates um sabor único, fruto da seleção de cacau de grandes origens, do controlo de todo o processo e do conhecimento acumulado por várias gerações de especialistas que compõem a nossa empresa. Soma-se a isso a inovação constante, tanto em produtos quanto em processos, o que nos leva a apresentar em média 10 novas propostas e cada ano aos nossos clientes, muito focadas em altas percentagens de cacau. Isso levou-nos a ser líderes em categorias como chocolates com alto teor de cacau, chocolates com nozes, chocolates sem açúcar e chocolate quente. 

Chocolates Valor Juan Fullana
“As nossas propostas destacam-se pelo seu posicionamento premium, um luxo acessível” – Juan Fullana
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