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José Leal e Silva, diretor executivo da Bee Engineering (Foto: Divulgação)

“Precisamos de quadros qualificados que acompanhem esta evolução” – José Leal e Silva

Por: João Monteiro

A Bee Engineering superou os objetivos de faturação definidos para 2021 e atingiu os 7,3 milhões de euros, um aumento de 25% em relação ao ano anterior. As perspetivas ficavam-se por uma subida de 9%. Estes números levaram também a um crescimento no número de colaboradores acima do esperado. A empresa fechou o ano com 191 colaboradores, mais 32 do que aqueles que tinha no final de 2020. Em entrevista à PME Magazine, José Leal e Silva, diretor executivo da Bee Engineering explicou como a pandemia trouxe novas possibilidades à empresa.

PME Magazine (PME Mag.) – Qual é o segredo para superarem os números de faturação previstos?

José Leal e Silva (J. L. S.) – As empresas só conseguem tornar-se competitivas se cumprirem dois objetivos: serem capazes de identificarem aquelas que são as necessidades do mercado e conseguirem adaptar-se às novas realidades. Com a descentralização do trabalho, surge a oportunidade de se explorar um mercado de trabalho diferente, onde sempre que aplicável é possível aceder a talento distribuído pelo país (e não só) para aumentar a produtividade e criatividade das empresas. A nossa equipa passou a poder trabalhar mais perto das suas famílias e a nossa rede de parceiros e clientes alargou bem para além dos grandes centros de Lisboa e Porto, onde estão os nossos escritórios. A própria oferta cresceu em termos de mercado, providenciando soluções cada vez mais digitais que são solicitadas pela sociedade. O importante passa por cada líder conseguir olhar para as suas equipas e compreender o equilíbrio entre as novas possibilidades de negócio, e como o retorno associado a estas se conjugará com o aumento de qualidade de vida e qualidade do trabalho, para cada indivíduo da organização. É isto que a Bee Engineering tem feito regularmente, o que permite a consolidação dos nossos números.

 

PME Mag – O que diferencia a empresa?

J. L. S. – São vários fatores. A multidisciplinaridade da nossa equipa e a personalização dos nossos serviços permite-nos chegar a um elevado número de projetos, em variados modelos (outsourcing, turn key, team as a servisse) de colaboração.  Encontramos, em cada setor e em cada cliente, especificidades e complexidades diferentes. A cada novo projeto pegamos no nosso conhecimento em engenharia e tecnologia, e na nossa experiência transversal aos setores económicos para dar vida à ideia do cliente. A combinação dos diferentes modelos de consultoria permite ao cliente ajustar os recursos de cada projeto, da forma mais conveniente, otimizando os investimentos financeiros e o tempo. Temos uma unidade de experiências digitais – a Nectar Interactive –, a qual ajuda marcas e negócios a terem um redobrado impacto nos seus públicos através de técnicas de jogos como gamification advergames e hyper casual games. Além disso, guiamo-nos por valores como a diversidade e inclusão, através de iniciativas específicas que promovam este conceito, e promovemos o bem-estar comum dos nossos colaboradores.

 

PME Mag – Os 50 colaboradores que pretendem contratar são para várias áreas ou para alguma em específico?

J. L. S. – O setor de inovação e tecnologia é bastante amplo e a Bee Engineering – precisamente por acompanhar o mercado – está constantemente à procura de profissionais em áreas heterogéneas, especializando-se em diferentes serviços. No entanto, os nossos processos de recrutamento nesta fase estão mais direcionados para desenvolvimento de software (.Net, Java, Mobile, React/Angular), sistemas (DevOps, cloud, administração e também componentes mais funcionais como gestão de projeto, análise e qualidade de software.

 

PME Mag – O que vos levou a avançar para uma contratação tão grande?

J. L. S. – O reconhecimento do nosso trabalho. A satisfação dos nossos clientes com os serviços que prestamos tem atraído cada vez mais novos parceiros. O volume de trabalho tem crescido exponencialmente e, como tal, precisamos de quadros qualificados que acompanhem esta evolução. Com os negócios que já temos vindo a fazer este ano e que ainda perspetivamos vir a fazer, acreditamos precisar de 50 novos colaboradores a juntarem-se à equipa. Além disso, tendo em conta as já mais de 20 contratações de 2022 (primeiro trimestre), leva-nos a crer que esta meta será alcançada e possivelmente ultrapassada.

 

PME Mag – Como mantêm os vossos os colaboradores comprometidos e motivados?

J. L. S. – Hoje, uma proposta de valor de uma organização de TI é muito mais do que apenas o salário ao fim do mês – engloba vários fatores assim como a forma como a progressão de carreira é endereçada pela empresa. Vivemos numa altura em que a correta escolha dos projetos face à carreira das suas equipas técnicas se revela um fator fundamental de motivação e sucesso para cada colaborador. Os benefícios extrassalariais ganharam também uma preponderância bastante expressiva nos últimos anos. Além do salário, benefícios como seguro de saúde e protocolos em várias entidades tornaram-se regulares e quase uma necessidade constante no mercado das tecnologias de informação. Além destes, situações como apoio para creche, despesas de tecnologia, formações com certificações comparticipadas e até viatura, consoante as funções, são extras que ao longo dos anos têm sido adicionados. Na Bee Engineering sabemos da importância que os nossos colaboradores têm para o nosso sucesso e queremos, constantemente, que sintam fazer parte da empresa. Muito do nosso trabalho passa por também perceber quais são as suas vontades e necessidades e trabalhar nesse sentido. Além disso, impulsionamos o espírito de equipa através de iniciativas e ferramentas que criamos com o propósito de deixar os nossos colaboradores a sentirem-se confortáveis com os seus colegas.

 

PME Mag – Criaram uma aplicação para envolver os colaboradores. Como surgiu esta ideia e qual a reação dos impactados? Qual tem sido o feedback?

J. L. S. – Como o envolvimento dos nossos colaboradores é mandatório para, criámos o Bee Genius – uma plataforma onde os colaboradores podem contribuir com as ideias que desejariam ver implementadas na sua companhia, bem como votar nas sugestões propostas pelos seus colegas. Esta foi uma iniciativa testada inicialmente a nível interno na empresa de inovação e tecnologia por 54 colaboradores que fizeram cerca de 1200 swipes right às 45 ideias enviadas. Dessas, 15 conseguiram obter um rating superior a 80% de aprovação. As ideias mais votadas já estão a ser avaliadas pela direção e as que forem exequíveis serão colocadas em prática. Os resultados permitiram-nos perceber que preocupações das pessoas estão cada vez mais ligadas ao equilíbrio entre o tempo familiar, de contacto com outros, e o trabalho. Dentro do top 10 de ideias mais votadas, apenas uma tem relação direta com o salário. No final de 2020 lançámos também o Bee Kind, um videojogo com o propósito de envolver empresas e colaboradores em objetivos solidários. A equipa da Bee Engineering juntou-se numa missão que resultou em vitória e na oferta de bens à União Zoófila. No espaço de cinco dias, e depois de mais de 17 milhões de taps, conseguimos completar todos os objetivos e assim desbloquear vários donativos para a União Zoófila. Foram entregues pacotes de ração, produtos de desparasitação e brinquedos para os animais da entidade que acolhe a “Empada”, a cadela afilhada desta empresa de Inovação e Tecnologia.

 

PME Mag – A nível internacional, quais são os próximos passos?

J. L. S. – Os próximos passos a nível internacional passam por divulgar as áreas de competência mais fortes existentes em Portugal, começando pelo mercado europeu. Temos já feito esse trabalho de divulgação, por exemplo com soluções da Nectar Interactive, disseminadas por companhias fora de Portugal que veem neste tipo de soluções uma oportunidade de serem diferenciadoras na sua abordagem. Numa fase seguinte, seguir-se-á a abertura de presença local nas geografias que se justifique, o pode inclusive ser uma oportunidade de expansão de carreira para elementos dos escritórios em Portugal.