A presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde deixou perspetivas negativas sobre a situação económica na zona euro, admitindo que “é expectável que a situação piore antes de melhorar”.
Falando na comissão de Assuntos Económicos e Monetários do Parlamento Europeu, em Bruxelas, Lagarde começou por lembrar o contexto de guerra que se vive e disse que “as perspetivas são cada vez mais sombrias”, sublinhando que “a economia da zona euro cresceu 0,8% no segundo trimestre de 2022, principalmente devido à forte despesa dos consumidores em serviços, à medida que a economia foi reabrindo”.
Apesar de reconhecer os benefícios da reabertura ao turismo no verão e de um “mercado de trabalho ainda robusto”, a líder do BCE estima que a “atividade abrande substancialmente nos próximos trimestres”, apontando como causas a inflação, a “forte procura de serviços que veio com a reabertura da economia estar a perder vapor”, o “enfraquecimento da procura global” e a incerteza que se reflete “na queda da confiança das famílias e das empresas”.
“Estes desenvolvimentos levaram a uma revisão em baixa das últimas projeções para o crescimento económico para o resto do ano em curso e ao longo de 2023. Os funcionários do BCE esperam agora que a economia cresça 3,1% em 2022, 0,9% em 2023 e 1,9% em 2024”, disse.
Nesse sentido, Lagarde defendeu “o apoio orçamental utilizado para proteger essas famílias do impacto de preços mais elevados seja temporário e direcionado” e anunciou que o BCE continuará a “aumentar ainda mais as taxas de juro durante as próximas reuniões para amortecer a procura e prevenir o risco de uma persistente mudança ascendente nas expectativas de inflação”.