A cadeia de supermercados Pingo Doce anunciou que vai abrir as suas lojas às 6h30 durante os próximos dois fins de semana, tendo em conta as novas medidas impostas pelo estado de emergência, mas várias autarquias já se insurgiram contra a medida, o que levou a cadeia a recuar na decisão.
“A alteração extraordinária de horários comunicada pelo Pingo Doce gerou uma controvérsia nacional que não esperávamos e que não desejámos”, refere a Jerónimo Martins, em comunicado, acrescentando que queria, com esta medida, “contribuir para evitar a concentração de clientes no período da manhã, facilitando o desfasamento das visitas numa altura em que a situação epidemiológica no país aconselha toda a prudência”.
Contudo, face à contestação, o grupo anunciou, esta quinta-feira, que “os horários habituais das suas lojas se manterão inalterados”.
A decisão surge depois de, tanto a Câmara Municipal de Cascais, como a de Lisboa, terem anunciado que não iriam permitir a abertura antecipada destes espaços comerciais.
Num despacho assinado pelo presidente da Câmara de Cascais, Carlos Carreiras, é referido que os estabelecimentos comerciais terão de respeitar os horários de funcionamento atualmente em vigor, “não sendo permitido iniciar a sua atividade mais cedo do que no horário habitual”.
Segundo a edição online do Público, também o presidente da Câmara de Lisboa, Fernando Medina, assinou um despacho onde clarifica que “o horário de abertura dos estabelecimentos comerciais nos próximos dois fins-de-semana será às 08h, não sendo aceite a abertura antecipada antes dessa hora a qualquer estabelecimento comercial ou de venda a retalho”.
A decisão tomada pela cadeia de supermercados da Jerónimo Martins gerou reações também em outras autarquias.
Numa publicação na rede social Facebook, o presidente da Câmara Municipal de Gaia, Eduardo Vítor Rodrigues, disse esperar que o Conselho de Ministros se pronuncie sobre o tema, mas defende que “ninguém abra supermercados antes das 8h da manhã e que o comércio local merece as mesmas regras das grandes superfícies”.
Já a presidente da Câmara de Matosinhos, Luísa Salgueiro, considerou a decisão do grupo um “insulto” para os pequenos e médios comerciantes e para o setor da restauração.