Por: Diana Mendonça
Segundo os dados da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), o défice português deverá ser mais baixo do que a meta de 1,9% do produto interno bruto (PIB) prevista no Orçamento do Estado de 2022, pelo ministro das Finanças, Fernando Medina.
O panorama económico dos países desenvolvidos do mundo não se revelam animadores, de acordo com os dados da OCDE. A retoma da economia encontra-se 0,4% abaixo do esperado há seis meses (5,8%), o ritmo da expansão portuguesa deve abrandar no próximo ano três vezes menos, o que equivale a um ritmo de 1,7% e a inflação continua a subir, atingindo os valores mais altos desde há muito.
Já o panorama português revela-se favorável para este ano. Mas, apesar da recuperação, há que olhar para o futuro com alguma cautela, pois o impacto da pandemia ainda se faz sentir. O aumento do turismo está a mexer com a economia, no entanto, o consumo interno, o investimento e a aderência dos fundos europeus estão mais lentos.
O crescimento da economia não tem sido sinónimo do aumento do consumo das famílias nem do investimento. Apenas as exportações, contrariamente ao previsto pela OCDE, estão a aumentar.
A guerra na Ucrânia e o acelerar da inflação veio alterar várias dinâmicas, nomeadamente, a do poder de compra e a capacidade de resposta das empresas. A inflação agudizou vários problemas existentes, nomeadamente, a nível da dependência externa de combustível/energia e do endividamento público.
Os dados da OCDE preveem um crescimento do PIB português em 5,4%. Este valor é mais elevado comparado com o avanço da zona euro (2,6%).
O impacto na guerra na economia alemã, que segundo a OCDE apenas irá avançar 1,9%, está a gerar problemas para vários países, inclusive, Portugal, pois são um dos principais investidores e clientes do país.
O início de 2023 em Portugal, seguindo as previsões da OCDE, será marcado por um forte abrandamento, estando o crescimento estimado em 1,7%, uma décima acima do previsto para a zona euro.
Apesar do abrandamento previsto para 2023, a dívida pública irá começar a diminuir ainda este ano para o equivalente 1,5% do PIB. Para o próximo ano, as previsões são de que o défice recue até ao 1,1%.
A diminuição da dívida pública coloca Portugal numa melhor posição face ao indicador que mede o peso da dívida pública. Mesmo assim, Portugal continua na lista dos mais endividados.