Por: Marta Godinho
O primeiro-ministro, António Costa, salientou que o crescimento económico será no mínimo de 6,7% em 2022 (aumento relativo às previsões do governo para 6,5%) e o défice não ultrapassará 1,5%, contrapondo os 1,9% previstos.
O primeiro-ministro reforçou que, desde que foi eleito chefe do executivo, só existiu um único “orçamento suplementar para dar resposta à emergência da pandemia”, tal como as previsões do governo que não se cumpriram terem levado a que os resultados fossem “sempre para melhor”.
António Costa falou, em entrevista à revista Visão, sobre o seu balanço económico desde que se tornou primeiro-ministro em 2015, recordando os portugueses de que nos quatro anos anteriores à sua governação foram necessários orçamentos retificativos.
Ademais, considerou que a falta de ideias alternativas e o “não conseguir confrontar com os resultados” levou a oposição a “encontrar outros argumentos falando de ´caos´”, repetindo “´ad nauseam´ coisas que não têm relevância para ninguém”.
Quanto às polémicas atuais envolvendo membros do governo, o chefe do executivo apenas referiu que não perde “um segundo” com as mesmas e que se “andasse a fazer políticas para os comentadores e para a bolha político-mediática” não teria ganho as eleições. Afirmou que apenas o caso da revogação de um despacho do ministro Pedro Nuno Santos sobre a localização do novo aeroporto de Lisboa foi “o único verdadeiramente grave” que “foi resolvido em 24 horas e ultrapassado”.
Em entrevista, António Costa deixou críticas à taxa de execução do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) e ao atual presidente da Câmara Municipal de Lisboa, “só o engenheiro Carlos Moedas é que quer convencer os portugueses de que em menos de um ano consegue fazer o projeto do plano de drenagem de Lisboa”, ironizou.
Quando questionado sobre a sua candidatura à presidência da república, António Costa recusou afirmando que “cada um tem a vocação que tem, e quem gosta de ser primeiro-ministro e tem vocação para isso dificilmente se adaptará a uma função que é muito distinta”.
Já sobre o seu interesse num cargo executivo nas instituições europeias, o chefe do executivo defendeu que já possui esse cargo “por inerência” enquanto chefe de governo de um estado-membro da União Europeia (que lhe dá assento no Conselho Europeu): “Tenho um mandato, aqui, até outubro de 2026. (…) Neste momento, tenho uma grande missão, que me ocupa bastante e me deixa totalmente realizado. Na minha vida, nunca andei a pensar no que ia fazer a seguir”.