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Samuel Martins e Gonçalo Fortes, fundadores da Prodsmart (Foto: Divulgação)

Prodsmart coloca tecnologia ao serviço da indústria

Por: Ana Ria Justo

Criada em 2013, a Prodsmart nasceu para dar resposta à melhoria da produtividade das fábricas, introduzindo um sistema de informação em tempo real que permite recolher dados, potenciando decisões mais afinadas para as empresas. Em entrevista à PME Magazine, o fundador e CEO Gonçalo Fortes fala sobre as conquistas da empresa, que gere atualmente a partir de São Francisco.

Gonçalo Fortes e Samuel Martins conheceram-se quando trabalhavam no Instituto Superior Técnico, em Lisboa. Projetos em comum levaram ao que viria a ser a Prodsmart, empresa que criaram em 2013 para ajudar a melhorar a eficiência nas fábricas.

A ideia inicial surgiu quando Gonçalo ajudava o pai na fábrica da família. Ao aperceber-se da ineficiência no processo produtivo, percebeu que havia espaço para melhorias. Criou então uma software house com o Samuel desenvolvendo, entre outros produtos, a Prodsmart.

“A Prodsmart é um sistema de informação em tempo real para fábricas, que permite recolher dados através de dispositivos móveis, diretamente do chão-de-fábrica [n. d. r. termo que designa os funcionários que executam tarefas produtivas na indústria], e obter relatórios e análises simples e atuais sobre a performance da empresa, reduzindo os desperdícios e aumentando a eficiência”, começa por explicar Gonçalo Fortes, em entrevista à PME Magazine.

O objetivo primordial é remover o papel de qualquer processo produtivo e substituir isso por tablets e sensores. A informação sobre a produção está sempre disponível e atualizada em tempo real.

O cliente, explica Gonçalo Fortes, “escolhe que dados pretende recolher, seja a duração de uma produção, o número de horas trabalhadas por cada colaborador ou o custo de um determinado produto, e a partir desses dados e dependendo deles, é possível efetuar relatórios e análises comparativas, bastante úteis para sustentar processos de tomada de decisão”.

A solução destina-se a todas as empresas de qualquer indústria e já está implementada em várias empresas, desde o “setor têxtil à metalomecânica, passando pela indústria alimentar e de dispositivos médicos”.

No que toca ao investimento, uma vez que a solução é “adaptável a qualquer empresa”, este depende sempre daquilo que a empresa precisar ou estiver disposta a investir.

Na opinião do CEO, ter uma solução como esta dentro de uma fábrica “é importante para o sucesso do negócio”, uma vez que dá “visibilidade total do processo produtivo”.

Ganhos de 200 horas

Presente já em cerca de 100 empresas de 15 países diferentes, a solução da Prodsmart já registou ganhos efetivos de produtividade para os seus clientes, por exemplo, “na redução de matérias-primas ou melhoria da performance”.

O responsável dá o exemplo do estudo de caso da J3LP, fábrica no Fundão que trabalha no polimento de metais para acessórios, como malas, carteiras de senhora, braceletes, pulseiras e cintos de várias marcas de luxo.

O processo de recolha de dados era todo manual, implicando avultadas perdas de tempo do pessoal de fábrica. Com a implementação da recolha de dados automática, a fábrica registou uma melhoria na produtividade em 200 horas, bem como uma diminuição de 65% de desperdícios e uma redução média de três dias no envio de encomendas.

EUA são o alvo

Foram dados como estes que levaram a empresa a integrar, em 2017, o programa de aceleração “500 Startups”, em Silicon Valley, nos Estados Unidos da América (EUA), resultando depois na abertura de um segundo escritório em São Francisco, onde Gonçalo Fortes está atualmente.

Neste momento, metade da faturação da empresa vem do mercado americano, razão mais do que suficiente para justificar o investimento nesta geografia.

“Pela dimensão do seu setor industrial, e também pela sua maturidade em termos de adoção tecnológica, os EUA eram e são o nosso foco estratégico e o mercado onde queremos crescer. O facto de termos um primeiro investidor americano potenciou a abertura de um escritório em São Francisco e a proximidade cultural tem-nos ajudado a capitalizar essa presença.”, advoga Gonçalo Fortes.

Apesar dos desafios, o fundador reconhece vantagens em gerir dois escritórios em geografias tão distintas: “Com clientes em muitos países e que trabalham, muitas vezes, 24 sobre 7, é importante termos equipas de
suporte sempre disponíveis”.

Com uma equipa de 20 pessoas, a Prodsmart continua a recrutar para os escritórios de Lisboa e São Francisco, nomeadamente para as equipas de vendas, desenvolvimento de produto e customer success.

Depois de crescer 130% em 2019 e de ter fechado uma ronda de investimento total de quatro milhões de euros, a empresa prepara-se este ano para consolidar o crescimento e preparar nova ronda de investimento.