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Programa “Regressar” para emigrantes
Este programa já conta com mais de 15 mil candidaturas desde 2019 (Fonte: Freepik)

Programa “Regressar” para emigrantes em Paris

Por: Marta Godinho

A partir de hoje, o secretário de Estado do Trabalho, Miguel Fontes, vai estar em Paris para promover o programa Regressar para incentivar o retorno de emigrantes. Este já conta com mais de 15 mil candidaturas desde 2019.

“Nós temos muito talento espalhado por diferentes recantos do mundo e temos de fazer tudo para atrair aqueles que saíram não por ato de vontade, mas por circunstância de não encontrarem à época as oportunidades no mercado de trabalho que gostariam, e que hoje o país está com uma taxa de desemprego muito baixa, que temos uma economia que está a crescer e que temos projetos onde eles podem encaixar-se”, disse Miguel Fontes.

A primeira paragem do secretário de Estado do Trabalho em França é o Consulado-Geral de Portugal em Paris, onde tem prevista uma sessão pública de esclarecimento para falar sobre este programa, depois no fim de semana uma nova sessão no evento Estados Gerais da Lusodescendência em França, que decorre também na capital, com uma equipa da secretaria de Estado a partir no início da próxima semana a Lyon para uma outra sessão junto da comunidade.

Segundo dados de Miguel Fontes, desde 2019, altura em que o programa foi lançado, as autoridades portuguesas já receberam 15,500 candidaturas de emigrantes espalhados pelo mundo, com 11,200 a serem aprovadas (70%), apesar de não se saber quantos já estão efetivamente a viver em Portugal. O maior número de pedidos vem de países como a Suíça, França e Reino Unido. Entre os candidatos para o programa, cerca de 40% tem habilitações ao nível do ensino superior

Atualmente, este programa oferece vantagens fiscais, financeiras, acompanhamento à procura de emprego, apoio do reconhecimento das habilitações e aperfeiçoamento da língua aos portugueses que queiram regressar ao país, incluindo os filhos de emigrantes que se queiram instalar no país de origem dos seus familiares.

“A ideia é atrairmos pessoas já nascidas nos países de emigração, ainda que a esmagadora maioria dos que regressaram, são pessoas que saíram entre 2011 e 2015. E é por isso que é importante fazer estas sessões em França para divulgar este programa e mostrar que mesmo quem nasceu noutros países, que têm até um desejo de instalar-se em Portugal, podem fazê-lo”, indicou Miguel Fontes.

O secretário de Estado do Trabalho garante que o executivo está a fazer tudo para a retenção dos jovens em Portugal, de forma que os 60 mil portugueses que deixaram o país em 2021 não se repita.  

“Temos de atuar em todas as frentes e, por isso, estamos a fazer um esforço determinado para criar as condições para que essa emigração menos desejada e mais forçada, não aconteça. E temos várias medidas em curso nesse sentido, desde logo a valorização salarial dos jovens”, indicou o governante, enumerando ainda as creches grátis ou o combate ao trabalho precário.

“Hoje os países e organizações, numa economia baseada no conhecimento, na informação, precisam de pessoas e pessoas qualificadas. Portanto há uma luta feroz por estas pessoas, nós sabemos que temos um problema demográfico em Portugal e que não o conseguimos ultrapassar esperando apenas que o ciclo se inverta”, acrescentou.