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João Marques, managing director da SGS Portugal | Foto: SGS

“Reforçamos a imagem e a credibilidade das PME” – João Marques

Por: Mariana Barros Cardoso

A SGS nasce quando um jovem imigrante, Henri Goldstuck, percebeu que os exportadores de grão a granel necessitavam de um representante para defender os seus direitos, inspecionando e verificando a quantidade do grão à chegada junto do importador. Com mais de 94.000 colaboradores e mais de 2.600 escritórios e laboratórios, atua nas áreas da certificação, formação, auditorias e consultoria, acreditando que é na simplicidade e humanização que está o sucesso de muitos negócios. Em entrevista à PME Magazine, João Marques, managing director da SGS Portugal, fala sobre a forma de a multinacional estar no mercado português.

PME Magazine – Quais são os principais serviços prestados pela SGS? 
João Marques – A SGS realiza serviços “tic-tac”, isto é, a SGS presta serviços nas áreas do Testing, Inspection, Certification e também desenvolve atividades ao nível do Training, Auditing e Consulting. Trabalhamos para todos os setores de atividade – desde os recursos naturais (solo e subsolo), passando por toda a cadeia alimentar, bens de consumo e retalho, ao nível dos ensaios laboratoriais no controlo de qualidade e testes de performance, realizando ainda os mais diversos serviços no setor industrial, dos transportes, entre outros. Garantimos uma panóplia de serviços nas áreas da qualidade, ambiente, saúde e segurança, não só ao nível da certificação e do business enhancement, auditoria e inspeção, mas também na formação e qualificação em diversos referenciais normativos. 

PME Mag. – É preciso criatividade para montar uma empresa e para mantê-la no ativo ao longo dos anos? 
J. M. – Sem dúvida que sim! Acredito que na génese da criatividade reside o espírito empreendedor e a inovação, dois dos valores pelos quais nos regemos e que estão presentes no nosso ADN. A SGS procura adaptar-se às necessidades de um mercado em permanente mutação. Ir ao encontro dessas necessidades tão díspares e únicas de cada cliente tem sido fundamental para a longevidade e sucesso da SGS, em Portugal e no mundo. 

A SGS começa em 1878 enquanto Henri Goldstuck observava os navios no porto de Rouen; | Foto: SGS

PME Mag. – O investimento tem sempre retorno? Ou a criatividade é a maneira mais ágil de uma empresa ter retorno de um investimento inicial? 
J. M. – Na SGS entendemos a criatividade como um dos motores da inovação. Temos uma direção de inovação diligente e preocupada em acompanhar as tendências de mercado. O retorno pode medir-se, por exemplo, na aquisição da BioPremier em 2016, de uma startup que nasceu no TecLabs – Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa pioneira na aplicação do NGS [Next Generation Sequencing]. A SGS Portugal acrescentou a metodologia NGS às soluções já existentes nos seus laboratórios e, atualmente, afirma-se como um centro de competências na metodologia NGS.  

PME Mag. – Que tipo de investimento existe para a SGS ser a empresa “mais produtiva e competitiva do mundo”?
J. M. – As nossas pessoas continuarão a ser a chave do nosso crescimento. Privilegiamos o constante investimento na formação desde o onboarding à qualificação dos nossos colaboradores durante a sua jornada dentro da organização. Garantimos, anualmente, o desenvolvimento de competências técnicas e comportamentais das nossas equipas, aprofundando conhecimentos que possam ser aplicados em projetos internos nas respetivas áreas de atuação. Destaco, ainda, o investimento na nossa academia de formação, a SGS Academy, que qualifica não só os nossos profissionais, mas também o mercado, naquilo que fazemos.  

PME Mag. – Qual é a imagem de marca da SGS? 
J. M. – “Quando precisas ter certeza” é o nosso lema que transmite de forma simples e resumida a credibilidade e qualidade que colocamos em todos os nossos serviços. Os nossos valores – paixão, integridade, inovação e espírito empreendedor – guiam-nos em tudo o que fazemos e são os alicerces da nossa organização. Não nos contentamos em passar um mero “certificado”, somos parceiros dos nossos clientes e ajudamo-los a encontrar a melhor solução para os seus negócios. 

PME Mag. – Qual a estratégia para chegar às PME portuguesas? 
J. M. – Reforçamos a imagem e a credibilidade das PME que pretendam exportador os seus produtos. Há cada vez mais PME que pretendem exportar e a SGS confere todo o apoio e acompanhamento necessário ao nível dos requisitos legais e de conformidade para a importação ou exportação de, e para, diversos países. Garantimos a qualidade e quantidade dos produtos exportados (e importados); ​inibimos as reclamações fraudulentas por parte do importador; ​ prevenimos o envio de produto não conforme por parte do exportador; ​ reduzimos o risco na transação comercial através do recurso ao certificado SGS como garantia contratual. 

 A SGS chega a Portugal em 1922 | Foto: SGS

PME Mag. –Como é que é motivar uma grande equipa para que nunca falhe a criatividade na vossa área de atuação? 
J. M. – Preocupamo-nos em dar voz às nossas pessoas e asseguramos a manutenção de diversos programas nacionais e internacionais que suportem a transformação de ideias em negócios (SGS InnovTeam); programas de crescimento pessoal e de transformação da cultura organizacional (SGS Empowering People) de bem-estar físico e mental (SGS Global Challenge), de integração em projetos de voluntariado social.  

PME Mag. – Para a SGS qual é o segredo do sucesso? 
J. M. – A constituição de uma equipa dinâmica e dedicada é a fórmula do sucesso. A SGS ainda defende e integra seis princípios corporativos de sucesso na sua atuação: a integridade, o respeito, a saúde e segurança, a qualidade e o profissionalismo, a sustentabilidade e a liderança. Somos empreendedores, trabalhamos juntos e pensamos no futuro. 

PME Mag. – Um conselho de criatividade para uma PME seria… 
J. M. – Independentemente da dimensão da empresa, importa não esquecer o propósito da empresa e as necessidades dos clientes, sem nunca deixar de criar valor nos produtos ou serviços apresentados. Pode não parecer um conselho muito criativo, mas acredito que é na simplicidade, na humanização e no voltar ao “keep it simple” que reside o sucesso de muitos negócios.