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CEO têm um salário maior do que os colaboradores
CEO têm um salário maior do que os colaboradores (Foto: Freepik)

Remuneração dos CEO é onze vezes maior do que os restantes colaboradores

Por: Joana Mendes

Segundo o estudo “Remuneração de Executivos” desenvolvido pela Mercer onde é possível traçar um panorama da remuneração de acordo com as funções desempenhadas, peso das componentes fixa e variável na remuneração total e modelo de incentivos mais utilizados, tendo sido inquiridas 40 organizações a funcionar em Portugal, incluindo 13 cotadas em bolsa no índice PSI, e analisadas sete funções distintas de membros executivos, a remuneração total de um CEO é, em média, 1,5 vezes superior à remuneração dos restantes vogais executivos e 10,9 vezes superior à média de remuneração dos restantes colaboradores da organização, no nosso país.

O estudo “Remuneração de Executivos” compara também a realidade da igualdade de género na liderança das organizações, em Portugal. Os dados recolhidos demonstram que na constituição das comissões executivas das organizações inquiridas, 75% é composta maioritariamente por homens, sendo que para cargos de CEO a discrepância face ao género sub-representado é ainda maior, com 90% das empresas a serem lideradas por homens.

Perante um contexto de regresso à normalidade, o estudo aponta para um impacto progressivamente menor da pandemia nas políticas de remuneração de executivos. No início de 2022, as empresas acreditavam num eventual abrandamento da pressão inflacionista, o que não se verificou devido ao escalar do conflito na Ucrânia. O estudo demonstra que esta situação motivou as empresas a definirem estrategicamente os aumentos salariais, direcionando-os para talentos críticos e/ou colaboradores com uma remuneração inferior, mas não contemplando, por norma, os executivos de topo.

O estudo revela que a estratégia de ESG (Environmental, Social e Governance) continua a ser um tema de debate para os comités de remuneração. Muitas organizações, em particular as de maior dimensão, integram agora as métricas ESG no seu bónus anual e cada vez mais nos incentivos a longo prazo. Neste sentido, o estudo sublinha a importância de as organizações estarem a acompanhar as métricas ESG que melhor se alinham com a sua estratégia e objetivos a longo prazo.

No que toca a previsões para 2023, o estudo aponta que as expetativas são que os aumentos salariais nos mercados maduros serão superiores aos valores recentes, mas muito inferiores às atuais expetativas de inflação, que os pagamentos reais de bónus de desempenho de 2023 serão provavelmente inferiores aos de anos anteriores na maioria dos setores devido ao impacto económico da inflação e da guerra na Ucrânia e os valores dos incentivos de longo prazo podem permanecer ligeiramente deprimidos para as empresas que fixaram objetivos financeiros para 2022, no início pré-pandémico de 2020, com 2019 como ano base.