Por: Mariana Barros Cardoso
“Quando ouço música não ouço só a música, ouço tudo aquilo que está por trás” António Maria Bruges, Where the Music Meets é o início de um conceito ímpar. O que começou por ser uma revista online em Portugal, conta agora com três áreas de atuação, WtMM Bacony Shows, The Three Rooms e WtMM By The River que têm em comum os amantes de uma das artes mais inspiradoras: a Música.
A paixão pela música e o espírito crítico juntaram três amigos, José Baptista Coelho, como fundador, Beatriz Szwarc como editora e António Maria Bruges como escritor para criarem uma ferramenta pioneira em Portugal que rapidamente passou fronteiras até aos EUA.
Corria o ano de 2016 quando este projeto que visa lançar novos músicos para a audiência mundial começou a concretizar-se. José B. Coelho explica que “a revista funciona na base de submissões seja por PR seja pelos próprios artistas” e avança que recebem cerca de 1500 submissões por mês. O processo passa por uma análise feita pelo Zé e o António até à escolha dasque são mais relevantes em termos de modernidade ou sonoridade.
Entre partilhas, comentários e views, rapidamente fez sentido sair da tela e juntar no mesmo espaço os amantes de música, e é assim que em 2018 surge o conceito WtMM Balcony Shows numa tentativa de dar a conhecer ao público novos talentos que chegam aos WtMM através da plataforma. Um terraço de uma casa privada, um público apaixonado e artistas – nacionais e internacionais – fazem o mote dos Balconys – por onde já passaram nomes que inclusive já atuaram em grandes festivais nacionais – que vivem da paixão e dos donativos de quem marca presença.
O mote centraliza-se nas bandas muito novas que são bandas com menos de 1000 followers ou artistas com menos de 3 ou 4 músicas, o que se reverte num fator que diferencia o Where the Music Meets de tudo aquilo que já existe. O Where the Music Meets pode ser lido como uma tradução de intimidade, nas palavras de António Maria Bruges “havia um bocado o gap no mercado, para promover bandas pequenas no mercado”, enfatizando o facto do trabalho da marca ser bastante relevante no lançamento de bandas que ainda são pequenas e artistas individuais na mesma situação.
Perguntados pela estratégia além-fronteiras que os levou a ter parceiros na América, o fundador, José B. Coelho afirma que não é um conceito “fácil de escalar devido à falta de follows dos artistas dando parte do mérito à sorte que estiveram a lançar um artista. O maior salto foi em 2018, quando foram o único blog/revista portuguesa a fazer o press da semana toda do festival SXSW – South by South West, o que se revelou depois em território nacional.”.
Os maiores custos desta empresa centralizaram-se na criação do site, a compra do template e em material tecnológico – sistema de som -, ainda, registar e patentear a marca de forma a poderem atuar em eventos, televisão, rádio, podcasts, agenciamento, booking. O lucro vem da plataforma de submissão que está disponível no site e que é pago tanto com feedback positivo quanto negativo. A curto-médio prazo os três amigos pretendem conseguir estabelecer parcerias para eventos, curadorias para festivais, podcasts, programas de rádio, tendo como rampa de lançamento o blog.
Where the Music Meets promove ainda o conceito the Three Rooms e By the River, onde tem 3 e 5 bandas a atuar, respetivamente, e onde se mantém a base: espírito de comunidade e intimidade entre a arte, o artista e quem a aprecia.