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Ownever
Eliana Barros, fundadora da Ownever (Foto: Divulgação)

“Se queremos ter algo para sempre, temos de trabalhar com quem já o faz desde sempre” – Eliana Barros

Por: Eduarda Coelho

A Ownever é uma marca portuguesa de acessórios feita à mão fundada por Eliana Barros. Os seus produtos têm a missão de durarem uma vida inteira, assumindo uma posição oposta ao fast fashion. O último lançamento, designado por Gunta, é uma mala produzida a partir de tecelagem manual portuguesa, um trabalho do artesão Fernando Rei. Em entrevista à PME Magazine, a fundadora da Ownever, Eliana Barros, aprofunda-se acerca da tecelagem portuguesa, da experiência de trabalhar com o artesão que também já produziu para a Louboutin, bem como das características da nova mala Gunta.

PME Magazine – O que é a Ownever?

Eliana Barros – A Ownever é uma marca de acessórios, ética e sustentável, feita à mão em Portugal. Todas as criações Ownever são idealizadas com a missão de durarem uma vida e serem passadas de geração em geração, abraçando a economia circular e assumindo uma posição oposta ao fast fashion.

 

PME Mag. – De onde surgiu a ideia de incluir a tecelagem portuguesa nas suas malas? E porque procurar métodos manuais?

E. B. – A tecelagem faz parte da cultura portuguesa, faz parte daquilo em que acredito, no savoir-faire português. Se queremos ter algo para sempre, temos de trabalhar com as técnicas e com quem já o faz também desde sempre. A tecelagem manual portuguesa é um excelente exemplo. Todos os nossos fornecedores são portugueses, assim como a matéria prima utilizada é de origem portuguesa. Esse é um cuidado sempre presente quando procuro novos parceiros para as novas carteiras da Ownever. Para mim, sempre foi muito importante valorizar o saber fazer local e, como tal, criar todos os produtos localmente.

 

PME Mag. – Como foi a experiência de realizar uma criação com o artesão Fernando Rei?

E. B. – Eu já conhecia o trabalho do Fernando, e quando pensei em fazer uma carteira recorrendo à tecelagem manual soube logo que queria trabalhar com ele. O Fernando é apaixonado pelo que faz e isso reflete-se no seu trabalho e na forma como o materializa. É só olhar para a nossa nova mala Gunta. O processo de criação do padrão da mala Gunta foi a combinação entre o design que eu idealizei e o conhecimento técnico do Fernando. Na prática, eu desenhei o padrão inspirado na tecelagem da Gunta Stozl e na escola Bauhaus, que admiro muito no geral, e o Fernando adaptou-o para que resultasse em tecelagem.

Ownever Gunta

Gunta é a nova criação da Ownever (Foto: Divulgação)

 

PME Mag. – Porquê o nome Gunta?

E. B. – O padrão desta carteira, foi inspirado no trabalho de Gunta Stölzl. Gunta foi uma das grandes impulsionadoras da arte da tecelagem na escola de Bauhaus, onde, antes da sua visão, esta era desvalorizada. E o nome da mala surge daqui.

PME Mag. – Como é que o mote “Ter e cuidar de algo para sempre” está implícito neste produto?

E. B. – Ter e cuidar de algo para sempre, implica naturalmente a sua durabilidade. O grande problema é que quando não valorizamos algo também não cuidamos, e isso muitas vezes leva à falta de durabilidade. É claro que não é por algo ser feito à mão que faz com isso dure mais. No entanto, se pensarmos nos anos de trabalho, no amor colocado neste produto, no empenho, e na qualidade da artesanalidade que se pôs na carteira Gunta, acho que todos poderemos concordar que a sua durabilidade será maior, porque a vamos apreciar e cuidar mais.

PME Mag. – A nova mala já está disponível? Onde se pode comprá-la?

E. B. – Sim, já está disponível e pode ser adquirida online.