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Fernando Amaral, chairman do Sendys Group (Foto: Divulgação)

Ser PME e estar localizada em Portugal não tem de ser um fado

Por: Fernando Amaral, chairman do Sendys Group

Um grande negócio começa por ter uma pequena dimensão.” Cito Richard Branson. De facto, as micro, pequenas e médias empresas são a espinha dorsal da nossa economia, representando mais de 90% do mercado. O mesmo empreendedor britânico acrescenta: “a tecnologia permite às empresas pensar em grande e coloca-lhes o mundo na ponta dos dedos”.

Ora, partindo destas premissas: a exígua dimensão do mercado e das empresas nacionais, mas juntando a tecnologia, poderemos dizer que, num mundo globalizado como aquele em que vivemos, a nossa posição geográfica e dimensão, fatores que desde sempre nos habituámos a lamentar, não são críticos.

Sendo as PME nucleares para a economia, é imperativa a inovação e adaptação constante em produtos, serviços, marketing e tecnologia, para manterem competitividade. Os hábitos e comportamentos dos consumidores não esperam e há que os antecipar, por forma a se conseguir o melhor time to market, face à concorrência. Num cenário altamente competitivo, vinga a organização que apresenta diferenciais e se adapta mais rapidamente.

E eis que, em 2019, todo o argumentário detrator da inovação tecnológica cai por terra. Chegava a Covid-19 e, com ela, o chamado tsunami tech, que levou a que todas as empresas, independentemente da dimensão, se adaptaram em tempo record.

As mudanças de comportamento alavancadas pela pandemia, com a consolidação de plataformas de trabalho remoto, segurança, digitalização de processos e, ainda que com menores índices de penetração, também a transformação digital das organizações.

Um momento que evidenciou, junto de empresários e gestores, o quão crítico é o investimento em tecnologias da informação. Os ganhos são demasiado valiosos e evidentes e aplicam-se a qualquer micro ou PME. Organização, otimização de recursos, processos e gestão, serviço ao cliente, poupança, maiores vendas e receitas, geração de emprego e atração de talento, entre muitos outros.

Se algumas empresas já estavam preparadas e consciencializadas para os desafios tecnológicos que a pandemia trouxe, outras tiveram de se adaptar e rever prioridades.

A transformação digital impôs-se e impõe-se. Deve ser entendida como um processo disruptivo e um dos principais fatores impulsionadores da competitividade empresarial, através do qual as empresas transformam os seus negócios num mundo digital. Erradamente, ainda é muitas vezes confundida com a simples digitalização, que não passa da adoção de tecnologia.

O processo de transformação digital das PME deve ser planeado, estrutural, evolutivo, contínuo e sustentável, gerador de mudança organizacional estratégica e visar potenciar a inovação, para se atingirem os objetivos de negócio, independentemente da localização geográfica ou dimensão do mercado onde a empresa foi criada.

Afinal, como diz o título, ser PME e estar localizada em Portugal não tem de ser um fado.