O mecanismo de apoio ao emprego, SURE, já englobou cerca de 21,6% dos trabalhadores em Portugal, segundo um relatório da Comissão Europeia que aponta o país luso como um dos três que ainda não gastaram todo o dinheiro que receberam da União Europeia para o apoio à crise económica provocada pela atual situação pandémica.
A Comissão Europeia divulgou um relatório que indica que Portugal ainda não gastou os três mil milhões de euros emprestados pela União Europeia, no início de dezembro, apesar de já ter englobado cerca de 21,6% dos trabalhadores portugueses no mecanismo de apoio ao emprego, o SURE.
Criado como uma das medidas da Europa para ultrapassar a situação de crise pandémica, o SURE tem como objetivo emprestar dinheiro aos Estados-membros, com juros mais baixos, de forma a que os países possam adotar apoios extraordinários de proteção do emprego, como o layoff simplificado, em Portugal.
Numa altura em que se marca o primeiro ano da atual situação pandémica, o SURE já apoiou entre 25 a 30 milhões de pessoas, o que se traduz em cerca de 1,5 a 2,5 milhões de empresas, tendo poupado cerca de 5,8 mil milhões de euros em juros aos Estados-membros.
Relativamente a Portugal, a poupança que se estima, graças a este mecanismo, encontra-se a rondar os 242 milhões de euros, num empréstimo que tem uma maturidade média de 14,6 anos.
Direcionando o empréstimo às medidas de apoio ao emprego, Portugal tem implementado alguns apoios graças à ajuda do SURE, como o layoff simplificado ou o apoio à retoma progressiva. Além disso, o país também tem investido na saúde, direcionando cerca de 20% do montante recebido para este setor.
Apesar de quase todos os países da União Europeia já terem gasto a totalidade do valor do empréstimo do SURE, Portugal, Roménia e Itália ainda têm fundos por gastar, com os três países a garantirem à Comissão Europeia que iriam gastar o valor total dos respetivos empréstimos ajustando ou prolongando as medidas de apoio económicas.