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Trabalho temporário
O processo disciplinar assume-se no direito do trabalho como um dos principais desafios para o empregador (Fonte: Pexels)

Trabalhos temporários aumentam 7,5% no terceiro trimestre de 2022

Por: Marta Godinho

O trabalho temporário cresceu 7,5% no terceiro trimestre face aos mesmos meses do ano passado, apesar de os números ainda estarem abaixo do período pré-pandemia, em 2019, indica estudo da Associação Portuguesa das Empresas do Sector Privado de Emprego e de Recursos Humanos (APESPE-RH).

A APESPE-RH e o ISCTE (Instituo Universitário de Lisboa) divulgaram os dados do Barómetro do Trabalho Temporário relativos aos meses de julho, agosto e setembro deste ano. O estudo possibilitou comparar com o período homólogo do ano anterior.

Este estudo mostrou que em julho houve um aumento de 8% (2653 pessoas) nas colocações de trabalho temporário, seguido do mês de agosto com um crescimento de 6% (1981 pessoas) e 8% no mês de setembro (2854 pessoas). O crescimento total do terceiro trimestre de 2022 foi de 36,8% face ao mesmo período em 2020, apesar de 2022 ainda se encontrar -7,5% abaixo dos valores de 2019.

Apesar da contínua subida desde janeiro do Índice do Trabalho Temporário (Índice TT), este volta a descer e estabiliza-se no terceiro trimestre de 2022 com fixação nos 1,08 em julho, 1,06 em agosto e 1,08 em setembro. Estes dados são inferiores ao registado nos meses homólogos de 2021 (este ano foi mais elevado porque a comparação foi feita com os valores muito baixos de 2020 devido ao início da pandemia).

A contratação de trabalhadores do género feminino reduziu em julho (44,1%) e agosto (43,3%), em relação a junho (46,1%). Contudo, o mês de setembro voltou a alavancar a representação feminina nas contratações com 45,2%.

A idade acima dos 40 anos ficou entre os 26% e os 27% dos colocados no terceiro trimestre e as contratações entre os 25 e os 29 anos também foi significativa, com 20%.

Quanto à escolaridade, o ensino básico é o que prevalece com 64% no terceiro trimestre. As colocações do ensino secundário aumentaram de 28% em julho para 29% em setembro e apenas 6% das pessoas colocadas apresentaram licenciatura.

Todas as empresas de “Fabricação de componentes e acessórios para veículos automóveis” continuam em primeiro lugar neste trimestre de 2022 com valores entre 10% a 12%. Seguem-se as empresas de “Atividades auxiliares dos transportes”, que apresentaram valores de 5,7% nos meses de julho e agosto. Por fim, as empresas de “Fornecimento de refeições para eventos e outras atividades” destacaram-se no mês de setembro com 8%.

Em termos de profissões, o terceiro trimestre deste ano foi marcado por “Outras profissões elementares”, com valores entre os 26% e os 28%. Seguiram-se os “Empregados de aprovisionamento, armazém, de serviços de apoio à produção e transportes”, com 18%, e, por fim, os “Trabalhadores qualificados do fabrico de instrumentos de precisão, joalheiros, artesãos e similares”, com 10%. O mês de setembro realçou os “Trabalhadores não qualificados da indústria transformadora” com 9% a ocupar o terceiro lugar nas profissões do trabalho temporário.

“Analisando a evolução de contratações em 2022, estas têm vindo a aumentar consideravelmente, o que é um sinal muito positivo, apesar de estabilizarem neste trimestre em relação aos anteriores”, afirma Afonso Carvalho, presidente da Associação Portuguesa das Empresas do Sector Privado de Emprego e Recursos Humanos (APESPE-RH).