Por: Ana Vieira
Bruno Salomão é o novo CEO do Adclick Group, uma agência de Marketing Digital especialista em conteúdo, performance e influência, depois de ter começado como Chief Growth Officer, na empresa.
A pensar na expansão para Espanha, o grupo que faturou 3,3 milhões de euros em 2024, conta com 34 colaboradores, distribuídos entre os escritórios do Porto e de Lisboa. Trabalham com marcas como o Continente, ActivoBank ou Cofidis.
Em entrevista à PME Magazine, o CEO Bruno Salomão explica que a “estratégia para os próximos anos passa por posicionar o Adclick Group como uma referência incontornável na criação e na distribuição de conteúdo de alto impacto, multiformato e multi-plataforma”.
PME Magazine (PME Mag.) – Como foi o processo de transição de Chief Growth Officer para CEO, e quais foram os principais desafios nesta mudança?
Bruno Salomão (B. S.) – A transição de Chief Growth Officer para CEO foi o culminar de um processo bem estruturado, sustentado na confiança do Board e na experiência transversal que fui consolidando dentro do grupo. Já liderava as áreas de crescimento, inovação e novas unidades de negócio, o que me permitiu ter uma leitura clara sobre o que precisava de ser transformado para garantir escalabilidade, consistência operacional e visão de longo prazo.
O maior desafio não foi assumir a responsabilidade, mas garantir que a mudança de liderança fosse acompanhada por uma reafirmação estratégica da nossa ambição. Era essencial alinhar cultura, processos, foco comercial e dinamizar a estratégia — e fazê-lo com rapidez, sem comprometer a estabilidade. Reforcei a estrutura de liderança intermédia, otimizámos os modelos operacionais e introduzimos novos frameworks de planeamento e performance.
“O papel do CEO não é apenas garantir que o negócio corre bem hoje, mas assegurar que está preparado para crescer de forma sustentável (…)”
Acima de tudo, esta transição foi sobre elevar a fasquia: mais foco, mais accountability e mais visão de futuro. O papel do CEO não é apenas garantir que o negócio corre bem hoje, mas assegurar que está preparado para crescer de forma sustentável, ambiciosa e relevante nos próximos cinco a dez anos.
PME Mag. – A fusão entre a Inphluent e o Adclick Group foi um marco importante. Quais foram os principais objetivos desta integração e de que forma ela fortaleceu a atuação do grupo no mercado?
B. S. – A integração da Inphluent no Adclick Group foi uma decisão estratégica pensada para acelerar a evolução do grupo num dos territórios mais dinâmicos do marketing digital: o marketing de influência. O objetivo principal foi consolidar competências, integrar know-how e criar sinergias operacionais que nos permitissem escalar com mais eficiência e responder de forma mais completa às exigências do mercado.
Com esta fusão, passámos a oferecer uma proposta de valor mais robusta, que alia tecnologia, performance e criatividade. Criámos também um ecossistema onde conseguimos acompanhar o cliente de forma 360º — da estratégia à execução — com soluções mais integradas e orientadas a resultados.
Para além disso, fortaleceu a nossa capacidade de atrair e reter talento, aumentou a densidade do nosso portefólio de clientes e posicionou o grupo como um dos players mais relevantes na interseção entre conteúdo, influência e performance. Não se tratou apenas de crescer em dimensão, mas sim em profundidade, relevância e ambição.
PME Mag. – Quais são as principais estratégias que pretende implementar para impulsionar o crescimento e a inovação no Adclick Group nos próximos anos?
B. S. – A estratégia para os próximos anos passa por posicionar o Adclick Group como uma referência incontornável na criação e na distribuição de conteúdo de alto impacto, multiformato e multi-plataforma. Estamos a transformar o grupo numa verdadeira content powerhouse, capaz de combinar criatividade, performance e dados para gerar relevância real para marcas e audiências.
Paralelamente, estamos a estruturar uma abordagem de go-to-market clara, ambiciosa e dinâmica — tanto ao nível de outbound como inbound. Queremos estar mais presentes no mercado, com uma proposta de valor bem definida, capaz de gerar tração e converter com escala.
“(…) a expansão para o mercado espanhol”.
Outro pilar fundamental será a expansão para o mercado espanhol. Já iniciámos movimentos nesse sentido e estamos a preparar o terreno para uma entrada sólida, com equipas locais, parceiros estratégicos e uma oferta ajustada à maturidade digital daquele mercado.
Tudo isto só é possível com uma equipa à altura da ambição. Estamos a consolidar um grupo de líderes e talentos com mentalidade de crescimento, orientados a resultados e com uma cultura de excelência. O crescimento não é apenas um objetivo — é uma consequência de termos visão, consistência e pessoas certas a executá-la.
PME Mag. – Como vê a evolução do marketing de influência em Portugal e quais tendências globais que vão moldar o setor?
B. S. – O marketing de influência em Portugal está a entrar numa nova fase de maturidade. Deixou de ser visto como algo periférico ou exclusivamente criativo, para passar a ser reconhecido como uma alavanca estratégica de negócio. As marcas procuram cada vez mais retorno, previsibilidade e impacto real — e isso obriga o setor a profissionalizar-se.
Globalmente, há quatro grandes tendências que vão moldar o futuro:
• Performance e dados — Campanhas baseadas em métricas claras, com influenciadores remunerados por impacto e não apenas alcance;
• Conteúdo proprietário — As marcas vão procurar formatos cocriados com influenciadores que possam ser usados em múltiplos canais, do paid media ao CRM;
• Comunidades em vez de audiências — O foco desloca-se da escala para a profundidade da relação, onde a confiança e autenticidade pesam mais do que o número de seguidores;
• Tecnologia e automação — Plataformas com inteligência artificial vão permitir gerir melhor a seleção, a medição e a otimização de campanhas.
Portugal tem talento, criatividade e agências preparadas para liderar este movimento. Mas é preciso subir a fasquia: menos amadorismo, mais accountability e um mindset que una conteúdo, tecnologia e resultados.
PME Mag. – Quais são, atualmente, os maiores desafios enfrentados pelas marcas no marketing digital e como o Adclick Group se posiciona para ajudar a superá-los?
B. S. – O marketing digital tornou-se um território cada vez mais competitivo, ruidoso e fragmentado. As marcas enfrentam o desafio de captar atenção qualificada, manter relevância ao longo do funil e transformar investimento em resultados tangíveis. Acresce a pressão por ROI imediato, ciclos de decisão mais curtos e a dificuldade de integrar canais, dados e conteúdos numa lógica de crescimento contínuo.
“(…) construímos soluções de conteúdo, influência e performance orientadas a resultados”.
É neste contexto que o Adclick Group se posiciona como um verdadeiro parceiro estratégico. O nosso foco vai além da execução: mergulhamos no negócio do cliente, compreendemos os seus objetivos e construímos soluções de conteúdo, influência e performance orientadas a resultados. É o nosso ADN.
Os resultados falam por si. Estamos entre os 3% de agências com melhor performance em Portugal, segundo a própria Google. Temos uma taxa de retenção de clientes de 100% nos últimos quatro meses — o que valida a consistência e a qualidade do trabalho que entregamos. Mas queremos mais.
Trabalhamos com marcas de enorme relevância como Continente, ActivoBank, Cofidis, Grupo BEL, CEGID ou Schweppes e isso obriga-nos a manter um padrão de excelência elevado, todos os dias. O nosso compromisso é simples: transformar os desafios dos nossos clientes em crescimento real, sustentado e mensurável.