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Manicómio é ‘casa’ para 15 artistas com saúde mental (Foto: Manicómio)

Tratar a mente através da arte

Por: Ana Rita Justo

Depois de 20 anos a tratar a saúde mental dos doentes do Hospital Júlio de Matos, em Lisboa, através da arte, Sandro Resende e José Azevedo decidem dar o salto para “dar dignidade” aos artistas que lhes foram aparecendo pelo caminho. Assim nasce, em 2018, o Manicómio, uma casa que vive da arte de pessoas com saúde mental, profissionalizando e dando humanidade ao seu trabalho.

Provar que a saúde mental também pode dar prestígio à arte e fazer dela algo ímpar foi o que levou Sandro Resende e José Azevedo a criarem, no final de 2018, o Manicómio. A experiência de mais de 20 anos a intervir diretamente com doentes do Hospital Júlio de Matos no desenvolvimento de trabalhos de artes plásticas disse-lhes que era possível e hoje o projeto já dá emprego a 15 artistas e funciona a partir do Beato, em Lisboa, num espaço partilhado com uma equipa da Mercedes-Benz.

“Durante 20 anos, fizemos várias exposições, sempre juntando artistas profissionais com artistas do Júlio de Matos [JM]. O Manicómio era algo que queríamos abrir já há algum tempo. Como já tínhamos 20 anos disto e as pessoas no mercado já nos conheciam, demorámos seis meses até abrir o espaço. O primeiro desafio era sair do JM, porque o espaço, apesar de estar todo intervencionado, continua a ter muito estigma envolvido e era preciso sair disso e limar outras coisas, como os horários”, começa por explicar o fundador Sandro Resende. No Manicómio não existem horários, cada artista é livre de trabalhar no horário que entender. Além disso, os artistas
recebem uma bolsa financeira para que, adianta o responsável, “tenham uma sobrevivência condigna e não tenham de ir à procura de um trabalho que não é aquilo que eles queiram fazer”.

Com uma equipa técnica de sete pessoas, o grande objetivo do Manicómio é dar dignidade a quem ali trabalha, por isso, conhecer os artistas e tratá-los como pessoas era essencial na filosofia que queria ser imposta pelos fundadores.

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