Por: Marta Godinho
Crimes cibernéticos, fraudes tecnológicas, deturpação de informações financeiras, desvio de fundos, apropriação indevida de ativos, fraudes em processos de procurement e suborno e corrupção são algumas das principais queixas e situações experienciadas por diversos empresários.
Segundo o estudo “Corruption & Fraud Survey Portugal 2022”, da consultora Deloitte, 21% dos gestores e empresários em Portugal confirmam ter vivido situações de conduta imprópria e fraude nos últimos dois anos na sua companhia. O estudo contou com uma amostra de 190 respostas de empresários, sendo que 58% deles oriundos de grandes empresas.
Dentro das tipologias mais frequentes, o estudo confirma que 26% das respostas indicaram o desvio de fundos e apropriação indevida de ativos, seguido de 22% de crimes cibernéticos e fraudes tecnológicas; 15% de deturpação de informações financeiras; 9% de fraudes em processos de procurement e 9% também de suborno e corrupção.
Contudo, 53% dos empresários ainda não conseguem quantificar a receita perdida pela empresa neste último ano com casos de fraude e corrupção, apesar de 15% dos inquiridos apontar estas causas como responsáveis pela perda de receita.
Ainda segundo o estudo, 44% dos inquiridos reforça que as ocorrências fraudulentas têm vindo a aumentar em Portugal no panorama empresarial, sendo que 87% refere ter políticas e procedimentos antifraude instituídos nos mecanismos internos para prevenir e identificar eventos de fraude.
Apesar disto, 46% dos empresários acreditam que estes sistemas de prevenção são insuficientes, enquanto 38% acusa a falta de valores éticos como motivo primordial da fraude nas empresas nacionais.
Das empresas inquiridas, 33% referem não apresentar um protocolo devidamente delineado para a prevenção da corrupção, situação que leva a Deloitte a reforçar ser “um aspeto relevante considerando a entrada em vigor em junho de 2022 do Regime Geral da Prevenção da Corrupção”. Contudo, 67% afirma ter este protocolo definido com 64% apresentarem o código de conduta/código de ética; 52% com a política anticorrupção; 48% com o canal de whistleblowing (um canal de denúncias).