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Vida Maior na PME Magazine
ERPI abriu em janeiro de 2020

Uma Vida Maior é o que se espera nesta residência

A Vida Maior tem como principal objetivo a promoção da qualidade de vida de idosos. Seguem o referencial de qualidade de vida da Organização Mundial de Saúde e já validada cientificamente para a população portuguesa.

Por Mafalda Marques

A Vida Maior tem por missão desenvolver Estruturas Residenciais e Centros de Estimulação Cognitiva, proporcionam serviços de apoio, assistência e reabilitação de pessoas idosas, em situação de dependência ou demência, independentemente do seu grau de autonomia. Promovem a qualidade de vida dos idosos de acordo com as suas necessidades e interesses, em conforto e segurança, prestando serviços de cuidados pessoais e de saúde personalizados e abrangentes. Em entrevista à PME Magazine, Juvenal Baltazar, Diretor Geral da unidade em Maceira, Torres Vedras, explica como tem escapado à pandemia do COVID-19.

PME. Mag – Quantos residentes têm à data?

Juvenal Baltazar (J.B) – A ERPI (Estrutura Residencial para Pessoas Idosas) recebeu os seus primeiros clientes no dia 2 de Janeiro de 2020. O Equipamento Vida Maior em Maceira tem capacidade para receber 30 clientes em ERPI e 40 em Centro de Dia. Desenvolvemos desde a abertura as duas respostas sociais.

PME. Mag – Quantas camas ainda estão disponíveis?

J.B – Neste momento temos 6 camas disponíveis em quartos individuais e duplos. Temos a possibilidade de receber mais pessoas em condições de segurança mantendo um tempo de isolamento /quarentena de 14 dias de acordo com as recomendações da Direção Geral de Saúde.

PME. Mag – Como asseguram a segurança dos residentes nesta pandemia (medidas de contingência)?

J.B – Assim que surgiram as primeiras notícias da possibilidade de uma pandemia foi definido um plano contingência. No que se refere às visitas do exterior, reduzimos as visitas dos familiares em número e tempo desde o dia 9 de março e, a partir do dia 14, proibimos totalmente as visitas.

Todas as entregas de mercadoria são feitas à porta das instalações e são desinfetadas antes da entrada do edifício. As fardas dos colaboradores não saem do equipamento e os sapatos dos colaboradores são passados por uma solução desinfetante a quando da entrada no equipamento. Todas as pessoas vindas do exterior (colaboradores) utilizam máscara, intensificou-se a utilização de luvas descartáveis e da higienização e desinfeção das mãos com gel alcoólico com maior regularidade.

Além destas medidas estão definidos 3 espaços para situações de isolamento com as características definidas pelas orientações da DGS

Foram afastadas as cadeiras e cadeirões nas salas de estar e de atividades e, na sala de refeições, temos apenas duas pessoas em cada uma das mesas. São medidas as temperaturas a clientes e colaboradores duas vezes ao dia.

PME. Mag – Como podem ajudar no acolhimento de novos residentes?

J.B – Só recebemos novos clientes quando têm uma análise ao COVID-19 com resultado negativo. O acolhimento é feito desde o dia 15 em quarto de isolamento num período de 14 dias.

No período de isolamento preventivo são promovidas diariamente sessões individuais de atividade física e acompanhamento personalizado de modo a garantir o bem-estar físico, psicológico e anímico.

Equipa multidisciplinar e Desenvolvimento de vocações

PME. Mag – Quantos técnicos (agentes de geriatria) dispõem e que apoio dão aos idosos nesta fase da pandemia?

J.B – Neste momento mantemos o número e colaboradores tendo sido substituídas as duas pessoas que se encontram em casa na medida de apoio aos filhos.

Contamos com 10 agentes de geriatria, uma cozinheira, dois auxiliares de serviços gerais, o diretor técnico, um enfermeiro, uma animadora sociocultural, uma terapeuta ocupacional, um psicomotricista, uma fisioterapeuta (12 horas por semana) e de médica de clínica geral (4 horas semana)

O apoio aos clientes, bem como o plano de atividades têm-se mantido dentro do que é habitual. Mantemos todas as atividades programadas, desde sessões de fisioterapia, aulas de pintura, de alfabetização, sessões de estimulação cognitivas e sensorial, leitura, interpretação de contos e lendas, entre outras.

Neste contexto atual temos reforçado as reuniões em grupo de partilha de sentimentos e gestão das emoções bem como os acompanhamentos individuais.

O modelo de intervenção da Vida Maior sempre foi muito focado na promoção de competências individuais dos nossos clientes através de uma equipa multidisciplinar. Criando programas e projetos de vida para cada um dos nossos clientes. 

Deixo apenas alguns dos exemplos desses projetos de vida individual de cada um dos clientes, que agora em tempo e quarente se intensificam.

Senhora A. – foi professora de pintura, tem intensificado a produção dos seus trabalhos e o aperfeiçoamento da técnica. Vive este tempo preparando uma exposição dos seus trabalhos;

Senhor L. – homem ligado ao campo, agricultura e natureza, responsável pelo projeto de horta vertical (projeto já em curso mas que se finalizou na semana passada), de sementeira estimulo da esperança e de cuidado diário;

Senhor T. – homem de serviços mas com hobbies da música. Desenvolve neste momento de forma mais intensiva o treino da motricidade fina e oferece aos seus colegas momentos musicais e de entretenimento;

Senhoras G. e L. – ligadas, no passado à costura e bordados, produzem máscaras de apoio ao funcionamento da ERPI

Tecnologias a favor da comunicação

PME – Como lidam com o isolamento?

J.B – Para vencer o isolamento utilizamos os meios informáticos na comunicação com o exterior em ambos os sentidos: da ERPI para o exterior e vice-versa.

Diariamente é enviado um e-mail às famílias, e todas as famílias são contactadas a cada dois dias por um técnico da Vida Maior. Publicamos diariamente vídeos e fotografias das atividades e recebemos das famílias vídeos e fotografias que passamos aos clientes e mostramos nos écrans da ERPI.

Promovemos ainda as videoconferências com as famílias, e vídeo chamadas utilizando várias plataformas on-line.

PME. Mag – Qual a disposição anímica geral da comunidade Vida Maior nestes tempos que correm.

J.B – A disposição anímica até ao momento é bastante positiva por parte dos clientes, colaboradores e famílias face ao drama que estamos a viver.

De modo geral as pessoas estão tranquilas ainda que em apreensivas face ao futuro. Estamos muito atentos a todos os pormenores e sempre a puxarmos uns pelos outros.

Os nossos clientes sentem um pouco a ausência das visitas, eram uma situação regular na nossa ERPI, contudo, as famílias e os próprios aderiram bem a estas medidas de restrição pois compreendem a necessidade destas medidas.

Os colaboradores têm sido extraordinariamente fantásticos na criatividade, animação, dedicação e responsabilidade profissional para com os nossos clientes.

Gostaríamos de aproveitar com mais intensidade o sol, a praia, o mar e o campo aqui tão perto…contudo mantemos a esperança renovada de que “Vamos ficar todos bem”.