Por: Ana Rita Justo
Nos próximos três dias, o MEO Arena será o palco da tecnologia e do empreendedorismo na Europa.
Está aberta, oficialmente, a Web Summit. O MEO Arena, em Lisboa, encheu-se – e outros milhares tiveram de ver a abertura do lado de fora a partir de ecrãs gigantes – para receber o maior evento de tecnologia da Europa.
O CEO do evento, Paddy Cosgrave, deu as boas-vindas aos mais de 53 mil participantes de 166 países diferentes que se deslocaram até Lisboa e lembrou que, quando a Web Summit começou, “há seis anos, pouco menos de 400 pessoas apareceram”.
“Há algo de único a acontecer em Lisboa neste momento. Estamos muito felizes por estarmos aqui”, disse, Cosgrave, antes de chamar ao palco o primeiro-ministro, António Costa, que disse esperar que todos os visitantes se “lembrem de um Portugal dinâmico, progressivo e aberto para os negócios”.
“Empreender é indispensável para o surgimento de empresas inovadoras. Só assim podemos assistir a uma melhoria do nível de vida de todos os cidadãos”, sublinhou.
Sinceridade de Barroso e criatividade de Levit
Na abertura do evento houve ainda tempo para dois painéis. Orientado pelo jornalista Tom Nuttal, do The Economist, Durão Barroso falou sobre as novas realidades dos tempos modernos, não sem antes dizer em tom de ironia que como já não é presidente da Comissão Europeia, o seu “nível de sinceridade aumenta a cada dia”.
“A União Europeia mostrou sinais de resiliência quando se previa o declínio da Europa”, frisou, acrescentando que o “desfecho das eleições nos Estados Unidos será muito importante”.
Já Rogério Azevedo, diretor-geral da Organização Mundial do Comércio, considerou haver “um sentimento de incerteza no mercado” e defendeu a necessidade de “oferecer novas oportunidades [de emprego] e arranjar forma de proteger os que estão a ser deixados para trás”.
Ainda no mesmo painel, Moggens Lykketof, presidente da assembleia das Nações Unidas, considerou que a “ONU terá maiores probabilidades de juntar-se às forças de paz com o novo secretário-geral da ONU, António Guterres”.
Já no painel sobre criatividade e comércio, o ator norte-americano Joseph Gordon-Levitt, em conversa com a jornalista da CNN, Laurie Segall, contou como criou o seu negócio online HitRECord, uma plataforma online que junta uma comunidade que funciona como uma empresa produção.
“Há um ditado que diz: ‘Não fazemos filmes para fazer dinheiro, fazemos dinheiro para fazer mais filmes’”, disse o ator para descrever o seu negócio.
Considerando que ainda “estamos no início do que a internet é”, Levitt disse estar “ansioso por ver o que as próximas gerações vão fazer” com as novas tecnologias.
Lisboa antes e depois da Web Summit
No último momento antes da abertura oficial, Paddy Cosgrave chamou ao palco o CEO da startup portuguesa Codacy, Jaime Jorge, o fundador da Uniplaces, Miguel Amaro, e o secretário de Estado da Indústria, João Vasconcelos, que considerou haver “um antes e um depois da Web Summit”.
“Dantes vinha ao MEO Arena para ver concertos, agora as estrelas de rock do meu país vão ser empresários”, disse.
Cosgrave chamou, ainda, ao palco os CEO de todas as startups portuguesas no evento (mais de cem) e voltou a chamar ao palco António Costa, desta feita acompanhado pelo presidente da Câmara de Lisboa, Fernando Medina, que ofereceu a chave da cidade ao fundador da WS.
“Uma das nossas características é sermos muito calorosos, adoramos toda a gente. Lisboa é fantástica porque adoramos todos e queremos de venham sempre cá”, disse Medina, a quem coube depois as honras de ligar a chave que abriu oficialmente a semana da tecnologia na capital.